17 - O Baile

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Até que enfim chegou o dia do baile. Quando deu a hora certa, eu me arrumei e fui buscar a Alice na casa dela.

- Pensei que só íamos nos ver no baile. - Disse a Alice, surpresa ao me ver.

- Wow! - Fiz uma expressão facial atônita. - E eu pensei que você ia usar um vestido menos chamativo. - Falei e a abracei em seguida.

- Está tão exagerado assim? - Perguntou, olhando para a própria roupa como se estivesse se arrependendo de tê-la vestido.

- Claro que não, você está linda, eu só estou brincando. Além disso, não seria você se não fosse para chamar a atenção. - Disse e lhe dei um beijo.

A Alice está usando um vestido preto de trompete de tafetá sem mangas com decote em V e com corpete de lantejoulas. Na parte de trás, tem também um decote em V formando o que parece um grande laço, logo abaixo que, ao se desfazer, forma uma pequena cauda.

- Na verdade, eu estava com outro look em mente, um vestido pink do Oscar de la Renta, mas a minha mãe já tinha escolhido esse da Carolina Herrera desde quando elas se esbarraram por acaso em um evento em New York.

- Foi uma boa escolha. - Falei olhando para a minha namorada de cima à baixo. Eu particularmente nunca imaginei que ela usaria um vestido preto na festa de formatura, ela sempre preferiu cores como vermelho, dourado e qualquer tom de rosa para esse tipo de evento. - Vamos?

- Claro, vamos. - Ela falou e então fomos para o carro.

Abri a porta do carro para a Alice sentar no banco do carona.

- Pagando de chofer? Estou me sentindo importante.

- Você é importante. E eu sempre faço isso para você entrar.

- Mas essa é a primeira vez que você se curva e estende a mão me pedindo para entrar.

- Fiz isso? - Perguntei sorrindo e confuso. - Devo estar enlouquecendo. - Eu realmente não percebi minha própria ação.

- Sinceramente, você está é ficando cada vez mais perfeito, me convencendo a cada dia de que é com você que eu quero viver para sempre.

- Para sempre é? Muito tempo, não acha? - Falei, discretamente fazendo-a se sentir culpada por eu não saber sobre ela ser uma vampira.

- Você diz isso como se o nosso relacionamento não fosse chegar a lugar algum. - Ela começou a encarar a janela.

- Claro que não, amor. Eu quero que o nosso namoro dure ao máximo, foi apenas uma forma de dizer que nada dura para sempre, como a vida, por exemplo. - Continuei.

- Apesar de você ter falado novamente como se não tivéssemos futuro juntos, eu entendi o que quis dizer. A questão é que eu quero que enquanto eu viver, você esteja sempre ao meu lado.

Ficamos calados por um tempo enquanto eu sorria.

- O que foi? - Ela perguntou, olhando para mim e soltando um pequeno sorriso enquanto falava.

- Nada, você só... está linda.

- Obrigada, amor. Não é todos os dias que vamos ao nosso baile de formatura do ensino médio. Essa noite tem que ser inesquecível, e eu quero deixar minha marca nela.

- Não sei porquê, mas acho que você tem razão. Essa noite será inesquecível. - Olhei para ela e dei um sorriso sarcástico. - Quanto a você, vai ser difícil as pessoas não lembrarem da garota mais linda da festa.

- A namorada mais linda para o namorado mais lindo. Nós nos merecemos. - Ela sorriu enquanto me fitava.

Eu olhei ligeiramente para ela e dei um meio sorriso. Apesar das idiotices que falei no caminho, esse foi o único momento que eu relevei o fato de a Alice ser uma vampira. Ela continua a mesma de sempre, é como se nada tivesse mudado em suas emoções ou isso não ter afetado seu psicológico, ela simplesmente continua igual, deve ser por isso que eu nunca desconfiei.

Cidade Dos Ataques (A DESCOBERTA) Vol. 1 - Pelos Olhos De ChristopherOnde histórias criam vida. Descubra agora