— Senhor Sky?
Silêncio.
Parecia distante, com o sobrolho ligeiramente unido e os olhos azuis esverdeados encaravam algum ponto fixo, bem distante da tela que era apresentada à sua frente.
— Hum! Hum! — A secretária tossicou para limpar a garganta. — Senhor Sky?
Outro silêncio mais constrangedor. A mulher ficou sem saber o que fazer, esticou a mão para toca-lo no braço.
— Senhor Sky?
Ele rapidamente retirou o seu braço, como se o toque dela o tivesse queimado, pestanejou várias vezes, um pouco confuso. Olhou para a secretária, deveria rondar os trinta anos e tinha aquela postura toda de uma mulher que carregava muita experiência académica.
— Sim? — Virou a cabeça lentamente na direção dela, apenas para encara-la de lado, com a mão no queixo.
— O Município exige trabalhar diretamente com sua própria equipe interna. Como... — Titubeou e viu pela maneira clara como Sky cerrou os maxilares, que ele não gostava de hesitações. — Como medida preventiva do que aconteceu há dois meses.
— Devo substituir a senhorita? — A pergunta ressoou dura.
— Desculpe? — A secretária hesitou e engoliu em seco, sem saber para onde olhar.
— Não volte a usar formas subentendidas para se referir a Projetos específicos. É para a limpar a fraude da Área 31 que estamos trabalhando ou estou em erro? — Levantou uma sobrancelha, fixando o olhar azul.
— É sim.
— E não foi para ressarcir danos que a Fundação Sky lutou para obter os terrenos junto ao município? — Indagou mais uma vez.
— Sim.
— Sim senhor. — Ressaltou.
— Desculpe. Sim senhor. — Ela prendeu a respiração. Sentindo suas bochechas corarem com intensidade.
— Por que parou de falar, Marina? — Levantou as sobrancelhas, revelando toda sua impaciência.
— É que o senhor se distraiu. — Tentou ser precisa, sem travar as palavras. Algo que parecia impossível pelo olhar frio daquele homem.
— Eu nunca me distraio. — Afirmou, se perguntando se aquela candidata teria mesmo ficado em segundo lugar nas entrevistas que tinham ocorrido o ano passado. — No décimo primeiro parágrafo, há um erro de concordância.
Marina se precipitou contra o pequeno objeto oval em cima da mesa, rodou o rato do computador, clicando a bolinha com rapidez e subindo para o parágrafo recém-mencionado. Sua tez pálida ficou da cor de um tomate.
— Desculpe. — Pediu mais uma vez, sentia as próprias mãos frias.
— Próxima vez que me pedir desculpas pode começar a arrumar suas coisas para ir embora. — Sky se levantou no seu terno azul, e suspirou pesadamente. — Agora, marque uma reunião com o diretor da câmara municipal.
— Só o assistente pode atender...
— Marque uma reunião com o diretor, Marina. Diga que é Ocean Sky. — Balbuciou revelando toda sua irritação. — E aqueles gráficos que me enviou, valha-me Deus! Refaça-os.
— Sim senhor. — Respondeu prontamente e viu a xícara de café intocada em cima da mesa. Estava ali há dois meses, e não sabia mais o que fazer para agradar aquele homem. Não eram apenas mitos sobre o que murmuravam sobre a sala do Diabo.
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Something About Ocean 2: Coração Ferido
RomanceLIVRO II Mesmo após provar sua inocência, Ocean viu sua assistente partir sem poder se explicar, deixando um horrível sabor da decepção em sua alma. Decidido a seguir a sua vida, marca a data do seu casamento com Rebecca. Cada vez mais fechado e...