capítulo IX

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Meus pensamentos foram cortados no instante seguinte quando meu pai começou a berrar do outro lado da linha ,alto demais
-o que Julia? O tanto que falamos sobre isto me parece que nenhum de meus concelhos lhe entraram na cabeça -eu nunca tinha visto meu pai se alterar tanto como estava naquele momento ,eu queria falar mais as palavras não saiam como desejado de maneira alguma. Comecei a chorar e do outro lado ouvi a voz dele que também manejava entre um choro sentido e cheio de magoa ,e eu quase sem reação falei ,soluçando
-pai me desculpa -e mais uma vez a voz bravejou do outro lado
-você vai tirar essa criança, Julia. - afirmou ele
- o que pai ?você enlouqueceu ? Só pode está de brincadeira comigo.- eu estava gritando alto e Luka ouvia tudo parado na porta do quarto
-pai ,você não vai me fazer tirar esse bebê, ele é meu filho
Meu pai não balançava, e gritava alto mesmo agora me ferindo seriamente
-certamente você não sabe nem quem é o bebê ,filha minha não vai virar vadia não ,você vai tirar essa criança, da qual você não sabe quem foi que fez ele brotar em você. -naquele estante eu estava mais ofendida ainda do que antes - por favor entenda Julia você não pode ter esse bebê
Me senti obrigada a responder
- eu sei sim de quem é esse bebê tá? É do Luka Olivér, e sim naquela noite eu não me preservei e não venha me culpa ,você aceitou que ele estivesse lá comigo quando eu havia recusado sair com ele, não me culpe ,não me culpe,por que o imprudente foi você - ele não foi capaz de rebater ,mais agora se desculpava com alguém do trabalho ,em segundo ele gritou de novo ,mais dessa vez não foi comigo ,foi com Luka, podia sabe por que Luka também gritava do quarto no fim do corredor agora mais alto do que meu pai. Eu não entendi uma palavra ,mais não fiquei parada esperando para entender.
Sai a passos rápidos do meu quarto e ao mesmo tempo foi como se o mundo desacelerasse. Eu não queria contar assim mas parte de mim temia que talvez fosse a última oportunidade que eu fosse ter. Parei na porta no fim do corredor exatamente onde Luka e Sofia estiveram minutos antes. Agora ele estava falando ao celular totalmente alterado. Já a reação de Sofia chegava a dar pena. Pela primeira vez eu a vi como uma garota que agora estava sentada ciente de que seu namorado iria ter um filho com outra. Aquilo não ia acabar bem.
Ela piscou ao me notar parada no batente da porta.
- Sua vaca! - eu com certeza não era a única culpada da história.
Nós já estávamos frente a frente. Quer dizer, sem me gabar em um momento desses mas, eu encara a topo da cabeça dela já que Sofia era uns bons sete centímetros mais baixa que eu.
- Quem você pensa que é pra me julgar? Você não tem esse direito não. - Não era agora que eu ia voltar pro meu quarto como culpada e um coração machucado.
- Julgo sim! Você é uma vaca. Pegou o meu namorado, por sinal o meu noivo! Sua vadi...
Eu juro que ecoou o som da minha mãe estalando na cara dela ao dar um tapa.
- Pare com isso! - Luka jogou o celular em um canto e andou os poucos centímetros que nos separavam.
A esta altura Sofia estava tentando segurar meus braços mas eu a puxava pelos cabelos o que a deixava indefesa as minhas mãos.
- Julia solta ela. - Luka disse tentando me puxar para longe da noiva.
Eu estava ciente da nossa pequena platéia no corredor. Ótimo, Julia! Ótimo jeito de causar uma boa primeira impressão. Quer saber, danem-se.
Quando por fim Luka conseguiu separar nós duas restava uma Sofia de bochecha esquerda vermelha e arranhada assim como a mim descabelada.
- Quer saber, fique com ela. Fique com ela, vocês se merecem. - disse ao empurrar Luka, que havia desafroxado seu aperto ao meu redor, em direção a ela.
Senti lágrimas se acumulado nos meus olhos, droga de hormônios.
Andei o mais rápido que uma grávida sentindo se tonta conseguia, até o quarto e tranquei até porta. Me enfiando debaixo dos lençóis na cama. Era um momento de conversas mas também um bom momento para dormir. Gotas grossas de chuva caiam contra até janela fazendo um som abafado. O céu parecia triste junto comigo. Seria tão maravilhoso se sempre pudesse me esconder dos meus problemas embaixo das cobertas como uma criança que se esconde do bixo papão. Três batidas soaram pelo quarto. Eu não me movi. E elas também não tornaram a surgir.

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