Prólogo

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Passado

- Mamãe? Mamãe o que você está fazendo? – O pequeno garoto perguntava enquanto assistia sua mãe transar com um homem desconhecido por ele.
- Filho! Para, para, ele está olhando. – A mulher falava e saia de baixo do cara.
- Porra, ele é um moleque, tem que se acostumar logo com isso! – O homem respondeu.
- Ele pode contar pro Hector, você não entende? – Justificou nervosa.
- Eu entendo que quero fuder você aqui e agora, e que você também quer. Ó garoto, pega isso aqui e vai comprar bala no mercado. – O homem se dirigiu até o pequeno menino de olhos verdes e entregou algumas moedas. Ele vestia apenas um calção, e a mulher se encontrava nua, cobrindo-se com um lençol.
- Vai filho, obedece ele. – A mais velha disse.
- Mas mamãe, quem é esse homem? Cadê o papai? Eu não posso... – O pequeno tentava falar, enquanto o mais velho o pegava no colo tirando de dentro do quarto.
– Passa moleque! Esse teu filho é muito lento, tinha que ser filho daquele idiota mesmo. – O cara riu fechando a porta e deixando a criança olhando-o sem entender. A pequena criança de pouco mais de três anos foi até a porta do pequeno chalé de madeira que morava junto de sua mãe e seu pai. Era começo de tarde, não fazia muito tempo que seu pai havia saído para o trabalho, aquela deveria ser a mesma rotina de sempre, Hector vai trabalhar, o pequeno dorme e sua mãe, bem sua mãe se diverte. Mas aquele dia foi muito diferente.
Desconfiado da mulher com quem dormia, o conhecido professor de música voltou para casa pouco tempo depois e encontrou seu único filho na porta.
- O que você está fazendo aqui? – Perguntou pro mais novo.
- Foi o tio, ele me mandou comprar bala. – Falou apontando para as moedas que tinha em seu colo.
- Que tio? – O cara perguntou, tirando uma arma de seu cinto.
- O que está com a mamãe no quarto. – Falou inocentemente. Seu pai entrou o deixando sozinho na sala, e daquele dia em diante a vida de Adam mudou completamente.
De filho único, se tornou órfão, viu seu pai matar sua mãe, o amante dela e tirar sua própria vida. Foi testemunha de um crime que deu fim a vida de três pessoas. Sozinho no mundo, prometeu nunca amar e viveu com a certeza de que o amor não existe. Gostava de mulheres? Sim, claro. Muitas, mas nenhuma delas ficaria tempo o suficiente para fazer-lhe sofrer.
Mesmo tão pequeno, jamais esqueceu do rosto de sua mãe, e a culpou pela vida que levou nos anos que se seguiram. Todo amor que sentiu um dia por aquela mulher, se transformou em ódio, assim que entendeu tudo que havia acontecido naquele dia. 

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