Capítulo 13 - Tire sua máscara de frieza

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Apesar de manter os lábios quase colados aos de Ino, não a beijou. Precisava da resposta dela para prosseguir, precisava que a artista aceitasse claramente, explicitamente, para não ter problemas depois com Jiraya. Diferente de Naruto, que era impulsivo e confiava em alguns clientes, como Neji, Gaara preferia manter a cautela. Mesmo tendo passado dias com Ino, tê-la visto agir espontaneamente, não ter sido menosprezado ou tratado mal por sua profissão, não a conhecia. Sabia que ela era, pelo menos aparentava ser, uma pessoa gentil, alegre, doce e criativa, mas nada disso o salvava de uma reclamação dela para Jiraya, por qualquer motivo que fosse. Era uma relação profissional, devia se lembrar disso e, sendo assim, não a beijou como faria se estivessem fora daquele estabelecimento.

Ino suspirou e abriu os lábios para puxar o inferior de Gaara com delicadeza. Desejava-o, não mentiria sobre isso. E, se já estava ali, naquele lugar, com Gaara a sua frente oferecendo-lhe sexo, por que negar? Já havia pago por aquilo de qualquer forma, quer dizer, não, não era isso! Tinha pago porque queria desenhá-lo, queria observá-lo mais, queria passar mais tempo com ele e rir de seus comentários ácidos! Não queria dormir com ele ali; por algum motivo, não queria que ele achasse que ela tinha pago por uma noite com ele. Bobagem, talvez, mas não parecia certo, não ali, não quando ele acharia que ela o estava comprando como muitos outros faziam e a quem ele tanto desprezava por gastarem dinheiro com algo tão superficial.

Ele a desprezaria? A pergunta fez Ino parar as mãos nos ombros de Gaara e afastá-lo minimamente.

— O que foi? — Gaara perguntou, sem entender a atitude.

Ele tocou as mãos em seus ombros e as segurou entre as suas enquanto Ino parecia travar um dilema interior. As sobrancelhas claras estavam quase que unidas de tão concentrada que ela estava, e o bico que a boca formou só a deixou mais adorável.

Adorável. Quantas malditas vezes aquela palavra tinha-lhe cruzado o caminho, Gaara já não sabia, mas era frequente o adjetivo para descrever a artista.

— Não — ela respondeu, decidida.

Gaara arregalou os olhos e até mesmo esqueceu como falar ao ouvir a negativa.

— Não? — ele repetiu ao soltar as mãos dela lentamente.

— Não vim aqui para isso se é o que está pensando — ela se afobou ao explicar diante do olhar de decepção dele. — Quer dizer, já havia pensando em algo assim, mas não aqui... É, definitivamente, não aqui. Quer dizer, não é que eu não queira, mas aqui você vai ficar pensando em monte de bobagem, e eu não quero ser vista como mais uma que te obrigou a fazer sexo.

Gaara manteve-se indiferente enquanto o rubor voltava ao rosto de Ino. Ela falava de modo apressado, sem pausa alguma, e gesticulava também, derrubando o carvão no chão e até mesmo o desenho que fazia. Nessa hora, parava de falar para xingar-se baixo e, depois, retornava o olhar para ele, ansiosa por uma resposta, medrosa pelo que viria. Ele apoiou os dedos sobre os olhos e riu, singelo, ao se afastar dela e sentar-se no chão mesmo.

Ah, Ino...

— Então, o problema é o lugar? — perguntou, voltando a ficar sério.

— Não! Não é o lugar! — Ela bagunçou os cabelos e olhou ao redor em busca de ajuda. — Em parte, é, mas não pelo lugar em si, mas pelo que significa!

— Ah — ele se forçou a não rir. —, então é por estar em um puteiro?

— O quê? — Ela arregalou os olhos e se levantou, indignada. — Não! Não distorça as coisas!

— Você que disse que é pelo que ele significa.

— Não é pelo que ele é, mas é porque não quero que pense que estou te obrigando ou te comprando para isso! — ela gritou sem querer.

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