Capítulo 31 - Vista sua máscara de desespero

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Hiashi não era burro, ele sabia jogar e, portanto, notar os movimentos dos seus adversários, ainda mais os mais próximos dele. Ten-Ten, por algum motivo, estava erguendo os escudos, aumentado as visitas aos pais, principalmente à mãe. O pai de Ten-Ten era um inimigo que não gostaria de ter, mas a mãe, uma senadora... não, Hiashi nem queria imaginar o quanto a mãe de Ten-Ten poderia mover para ajudar a filha se ela pedisse. Talvez, tivesse ido um pouco longe ao submeter Ten-Ten ao exame de gravidez. Ela agora não parava de ir aos eventos públicos com Neji, de montar uma fantasia para a mídia, de trazer a opinião pública a seu favor e, apesar de ele ter provas contra Neji e algumas contra Ten-Ten, usá-las era... complicado.

As provas que possuía contra os dois também o incluíam, era uma faca de dois gumes. Além disso, Neji era um covarde e Ten-Ten, cautelosa, logo, até o esquema do hospital aparecer, os esquemas em que eles haviam entrado não eram grande coisa. E, por isso, só por isso, estava montando aquela armadilha para o sobrinho. Precisava de algo sólido contra Neji, algo que faria Ten-Ten recuar e abaixar suas defesas, de quebra isso poderia até dar a ele um modo de controlá-los por um tempo, até as eleições talvez.

A reunião que aconteceria naquela noite era, literalmente, um alívio para muita gente. Todos os que se reuniriam ali, exceto ele próprio, significava um incômodo, uma carta do baralho que precisava ou ser jogada fora ou tirada da mesa por um tempo. É claro que o esquema que organizariam estava fadado ao fracasso, tudo tinha sido já devidamente arquitetado com alguns policiais, juízes, promotores, advogados. Em poucos meses, haveria uma delação, uma investigação, o escândalo viria à tona, com certeza os ratos medrosos entregariam todos os nomes por uma chance de fugirem da pena, mas o nome de Neji seria ignorado em troca de algumas promessas, e isso garantiria a Hiashi que Neji não afundasse junto com os demais ratos a perderem a cabeça, mas ainda lhe daria a chance de chantageá-lo quando preciso.

Pelo menos, naqueles últimos dias, não havia tido notícias do jornalista. A ameaça a Itachi dera certo? Duvidava. Ou Ten-Ten o tinha dobrado no tempo em que ficaram a sós? Quem diria que aquela garota mimada com quem casara o sobrinho se tornaria tão ardilosa quanto os pais...

Olhou-se no espelho, terminando de abotoar as mangas compridas da camisa vinho. Colocou o relógio no pulso, checou o horário e ordenou que preparassem seu carro. Já era hora.

* * *

Neji alisava a cintura de Ten-Ten com carinho enquanto ela arrumava a gola de sua camisa. Ela estava de cabelos soltos, com um robe de seda branco, a barriga começava a se pronunciar, e os dedos dele eram atraídos como ímãs para a região, contornando-a repetitivamente em uma mistura de pensamentos e sensações. Era relaxante, como se agora aquela fosse uma carícia íntima, um novo elo que os aproximava e tornava tudo mais... deles, só deles.

Segurou as mãos dela e a beijou de leve nos lábios. Ela riu, baixo, e arqueou a sobrancelha sem entender.

— Beijo de boa sorte? — Ela riu ao se afastar e caminhar até a estante onde o celular apitava, e Neji sorriu.

— Hiashi? — ele perguntou enquanto ela lia as mensagens no celular.

— Não, Deidara — corrigiu. — Lembre-se do que combinamos, certo? Evite falar muito sobre o esquema, não dê a sua opinião, só faça com que os outros falem. Além disso, faça citarem Hiashi.

— E, enquanto Deidara estiver gravando, devo deixar claro que apenas estamos ali para denunciar aquilo e Hiashi apenas — completou.

— Isso. Duas vezes, uma no começo, outra no meio do evento. Comentários simples, demonstrações de repúdio ou nojo pelo que estão tramando, coisas assim. — Ela deu de ombros, como se fosse óbvio. — Já está no horário?

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