Capítulo 17 - Vista sua máscara de honestidade

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1) Não demorei!!!! o/

2) Capítulo betado por Nonna, amada, fofa ♥

3) Leiam as notas finais, ok? #importante



Hinata tinha uma qualidade que, nos dias atuais, era um defeito: ela não gostava de mentir. Por mais que a profissão pedisse, por mais que a vida lhe cobrasse isso, mentiras nunca foram seu hobby predileto. Motivo esse que a fez ser expulsa de casa aos quinze quando se assumiu lésbica aos pais; que a fez ser expulsa da rígida e tradicional escola católica quando lhe perguntaram o motivo de seus pais a terem abandonado e, mesmo sabendo que ali aconteceria o mesmo, disse a verdade. A verdade lhe custou o lar, os amigos, a irmã mais nova que tanto amava, tudo. Contudo, não se arrependia, nunca tinha se arrependido de dizer a verdade, por mais que lhe doesse.

Por outro lado, havia ganho algumas coisas com a honestidade. Conhecera Jiraya, o que lhe possibilitou o emprego que tinha agora e, ainda que não gostasse do trabalho, tinha que ser grata. Os eventos foram a porta para o que realmente lhe encantava. Política, políticos e seus jogos de mentiras. Em dois anos naquele meio, aprendeu mais sobre a linda e complicada democracia em que vivia do que em anos sentada diante de um professor.

A mistura de ideologia, o conflito de interesses, as mudanças de lado, os contratos sujos assinados quando ninguém mais olhava, os subornos que passavam de mão em mão, tudo, exatamente tudo era muito mais interessante do que qualquer outra coisa que já havia visto. Além disso, foi pelo trabalho que conhecera Gaara, fora capaz de ajudá-lo quando ele precisava. Lembrava-se claramente de que conseguira a confiança dele fácil justamente por ter sido totalmente verdadeira quando se conheceram, quando ele a procurou, quando ele também foi expulso de casa. E tinha Naruto! Não podia se esquecer de seu pequeno sol particular! E agora tinha até mesmo sua própria casa, pequena, confortável, em um bairro seguro, quieto e cheio de crianças. Faltava decorar, é claro, mas tinha que esperar por Hanabi, a irmã, para isso. Era uma promessa, uma feita há muito tempo.

Hanabi era sua princesinha, sua pequena e amada princesinha, mesmo que já estivesse com dezesseis anos! Conseguia falar com ela pelo telefone, todo dia, logo após ela sair da escola ou quando a irmã quisesse. Também conseguia que ela dormisse em sua casa de vez em quando, sempre com uma desculpa inventada que Hanabi sabia de cor. Uma amiga, um trabalho para a escola, provas, vestibular, etc, etc.

É, o trabalho não era de todo ruim...

Enfim, o caso é que, mesmo em um meio tão deturpado e sujo, Hinata não gostava de ter que mentir e ver Sakura andando em sua direção a fazia se lembrar disso. Era como se cada passo da outra mulher fizesse soar um alerta em sua mente, cobrando-lhe a verdade.

Suspirou, apertando o tecido do vestido contra as mãos, preparando-se mentalmente para o momento em que teria que ligar para Naruto ou Gaara para marcar ao menos um sorvete para fazê-la parar de pensar na merda que era ainda não ter mudado de emprego.

Continuou sentada na grama, aproveitando a sombra que a grande copa da árvore lhe oferecia. O parque era aberto, um lugar bonito e grande. As árvores deixavam poucos espaços, mas bastava para que algumas trilhas, áreas reservadas para os brinquedos infantis, um lago enorme ao centro se fizessem presentes. Era um dia perfeito, céu azul, sol brilhando, nuvens brancas agrupadas como se fossem algodão, sorvetes sendo vendidos às crianças, cachorros passeando com seus donos, um dia perfeito que Hinata estragaria. Era até triste continuar sorrindo para a mulher que se aproximava, tímida, indecisa, linda.

Queria ter acabado com aquele "envolvimento" antes que chegasse naquele nível. Que nível? O nível em que já se importava com Sakura a ponto de não querer lhe contar a verdade por medo de magoá-la. "A mágoa é inevitável", repetiu para si mesma. Até havia tentado não responder mais às mensagens de texto, várias mensagens; não atender às chamadas no celular, várias chamadas, porém seria hipocrisia dizer que tentara com afinco já que, quando percebeu, era ela própria que ligava, que mandava as mensagens de bom dia, que se preocupava quando Sakura não respondia ou demorava para responder.

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