Capítulo 5 - Vista sua máscara de bom partido

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Sim, demorei. Quem me acompanha no facebook viu que eu fiquei doente, uma semana sem poder fazer nada e isso atrasou meus trabalhos, a publicação do meu livro, meus estudos e, logo em seguida, começou minha semana de provas. Então, o atraso não foi por nada =/

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Gaara já estava entediado, e Ino nem havia terminado de arrumar as coisas para começar o esboço. Viu-a arrastar uma cadeira, parando-a na frente da tela em branco. Na mão, um pedaço de carvão sujava-lhe os dedos, mas ela não parecia se importar muito com isso. Nem com carvão nem com a expressão impaciente na face de Gaara.

Ele suspirou, olhando para o celular e conferindo a horas. Olhou as mensagens que havia recebido e voltou a bloquear o aparelho, levemente frustrado, ao ler o aviso de Naruto sobre ir se encontrar com Neji.

— Algum problema? — Ino perguntou, limpando os dedos e as mãos antes de voltar a segurar precisamente o carvão entre o indicador e o polegar da mão direita.

— Não — Gaara disfarçou, afinal estava trabalhando e não podia deixar problemas exteriores interferirem ali. — Como terei que ficar?

Ino sorriu de leve, olhando para a tela em branco enquanto pensava. Precisava aproveitar bem o tempo, precisava esboçar o quanto podia naquele dia. Nada de tinta ou de retoques. Não. Tinha que aproveitar o modelo, fazer quantos rascunhos fossem possíveis para aperfeiçoá-los em casa sozinha.

Levantou-se, caminhando até Gaara pensativa.

Gaara manteve-se inexpressivo. Ino o olhava como se estivesse diante de um manequim, era estranho o modo como os olhos azuis passeavam por sobre si, sem desejo, sem nada que não fosse concentração. Sentiu-se um objeto a ser avaliado e não gostou. Soava até irônico pensar em algo do tipo quando se exibia para estranhos e era leiloado exatamente como um objeto, mas era diferente. Alguma coisa ali tornava tudo diferente. Talvez fosse o objetivo final, não sabia.

Era comum ser avaliado pelos clientes, era comum muitos pedirem para o observar por um tempo antes de quererem algo mais. Contudo aí estava o x da questão: não iria para a cama com a mulher que o observava tão atentamente. Não, aquilo era mais... mais.... não sabia dizer, mas sentia que, pela primeira vez, alguém havia gasto dinheiro consigo para algo útil, algo menos egoísta e sujo do que satisfazer o próprio desejo, o próprio corpo. Sentia isso, e era o que o deixava desconfortável.

Não desviou os olhos dos de Ino quando se encontraram. Ela franzia levemente a testa como se estivesse em um dilema. As mãos dela se ergueram, e Gaara sentiu um toque suave em seu cabelo. Os dedos deslizaram por entre os fios ruivos, alinhando-os para depois, diante de uma negação mental de Ino, serem bagunçados com delicadeza.

— É... assim — Ela sorriu. — Você fuma, Gaara?

— Às vezes.

Ela assentiu, distanciando-se até a bolsa. Retirou o maço que carregava consigo e pegou dois cigarros para poder voltar a se aproximar do modelo. Deixou os cigarros sobre a cama, tomando uma distância pequena para analisar Gaara.

Sem camisa. Sim, sem camisa seria um bom começo. Poderia lhe traçar os músculos, desenhar o porte, fazer um molde inicial. Nos próximos dias, lembraria trazer roupas que quisesse desenhar.

Mais uma vez, como se ele fosse um manequim, ela o tocou nos ombros. Não havia pressão ou força, mas Gaara entendeu que deveria relaxar a musculatura. Ou tinha sido isso que quisera fazer diante do toque? Não importava. Ino parecia satisfeita.

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