Prólogo

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Nova York - 06/08/2006

Sentia o meu corpo trêmulo conforme o ônibus parava em frente à imensa mansão da família Thompson. Meus pés se recusavam à descer do mesmo, porém as malas em meus braços pesavam.

Desci do ônibus tocando o interfone da mansão. Irônico pensar que à dois meses atrás estive aqui acompanhada de meus pais, e foi onde conheci Guilherme, um grande cafajeste.

Uma mulher alta abriu o portão, ela usava um roupão branco e tinha longos cabelos loiros. Observei o seu olhar varrer todo o meu corpo e ajeitei a minha postura, acima de tudo eu ainda era uma Simpson.

- Bom dia - Falei firme.

Ela arqueou as sobrancelhas de maneira fútil.

- Quem é você?

  - Preciso falar com Guilherme, Guilherme Thompson - Falei.

- E o que seria, criança? - Perguntou de maneira rude.

Respirei fundo.

- Assunto pessoal. Poderia chamá-lo, fazendo favor?

- O que você tem a dizer para ele que eu não posso ouvir? - Aumentou a voz.

- Como eu disse, é particular - Franzi as sobrancelhas para ela.

Onde está Guilherme que não aparece logo?!

- Como é que é? Eu vou chamar é os seguranças para te expulsarem daqui, sua mal-criada! - Falou e deu as costas.

Estava virando as costas para partir quando ele apareceu. Perdi o fôlego por um momento. Havia me esquecido do quanto esse homem é bonito. Observei ele fechar a porta atrás de si e me encarar de maneira questionadora.

- Quem é você?

Isto iria ser pior do que eu havia pensado, ele não se lembrava de mim, com certeza não acreditaria no que eu diria a seguir, mais eu deveria tentar.

- Meu nome é Megan, eu.. - Minha voz falhou, abaixei a cabeça envergonhada e estendi o documento que confirmava a minha gravidez.

Cenas de horas atrás voltaram à minha mente, onde minha mãe proferia palavras horríveis à mim enquanto me expulsava de casa. Eu estava sozinha no mundo, sem ter para onde ir.

-Você está grávida... E o que tenho haver com isso? Eu te conheço por acaso? - Ele ergueu as sobrancelhas confuso.

- O que você tem haver? - Me irritei, mais a seguir me acalmei - Você é o pai desta criança... A gente ficou à dois meses atrás.

- Meu? - Ele riu, mas parecia parcialmente surpreso - Amor, se eu acreditasse em cada garota que vem aqui me dizer que está grávida de mim..

- Olha só.. Eu não estaria aqui, mais meus pais me expulsaram de casa, eu não tenho para onde ir e.. - Não terminei de falar pois ele me cortou.

- Ah, então veio aqui pensando que eu te daria algum dinheiro garota? Olha o seu tamanho, eu nunca teria nada com uma criança, baby, mesmo que seja bonitinha - Falou sorrindo de lado enquanto tocava o meu queixo.

O encarei surpresa, eu nunca pensei que ele fosse assim, virei as costas para ir embora mais ele me deteu, segurando meu cotovelo.

- Se esse filho for meu, eu quero um exame de DNA. - Falou franzindo a testa - E assim que o bebê nascer, eu ficarei com a guarda.

- O que?! Me desculpe te incomodar, senhor Thompson - Exagerei no sarcasmo - Esqueça tudo o que te falei.

Sai de lá magoada, sem lugar para ir. Que rumo tomar da minha vida, com um filho na barriga e com apenas 18 anos? Se eu soubesse que tudo seria assim, nunca teria me envolvido com ele, mais agora é passado e preciso me focar em meu presente e futuro, que está dentro de minha barriga.

Reencontro InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora