De volta pra casa

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"I hate missing someone and not being able to do anything about it"


Point of View of Thomas O'Brien


"- Vem, vamos para o balanço! – grito e corro até o assento mais próximo e esparramo meu bumbum, sentindo o banco úmido com o orvalho da manhã fresca. – Anda logo, Pudim, você é muito lerdo!

Newt ainda está sentado no tanque de areia, divertindo-se entre castelos molengas e cheios de água do seu cantil. O loirinho tem areia nos cabelos, mãos, barra da calça jeans, nos pés descalços e na boca. Ele ainda coloca areia na boca, que criancinha!

- Eu já vou, Capitão Gancho. Quero terminar de construir a Terra dos garotos perdidos. – ele murmura todo focado num monte de nada e mais nada amontoado sobre meleca, mas que para os olhos do Pudim significa seu mundo.

Continuo a balançar, cada vez mais rápido, cada vez mais alto, sentindo a brisa fria do outono cortar minha maçã do rosto, mas eu não ligo, isso é muito divertido. Newt não consegue ir tão rápido assim, nem tão alto. Acho que é porque ele é bem menor do que eu, talvez uns 10 palmos mais baixo, uns 15 quilos a menos e enquanto eu tenho 9, Pudim ainda tem 5 anos, embora sua cara de bebê grite o contrário, porém seu cérebro é bem espertinho.

Balanço e balanço, ergo a cabeça e fecho os olhos, curtindo os pequenos brilhos que saltam sobre minha retina ao encarar o sol por muito tempo. Adoro essa sensação, como adoro encostar a testa na janela do carro quando papai usa a estrada leste até o centro da cidade. Nela, há gigantescas árvores de carvalho, cedro e pinheiro, com suas copas gigantescas, folhas e troncos enormes. Quando o sol se atreve a pedir passagem entre elas, pequenos pontinhos coloridos surgem entre os galhos, é aí que peço para papai acelerar mais o carro, transformando tudo em um divertido borrão, criando um espetáculo no céu.

- Pudiiiiiiim! – canto para Newt, ainda balançando – Você precisa experimentar isso! – sorrio de olhos fechados, pegando mais impulso com as pernas no ar.

Mas Newt não responde.

Novamente o chamo.

Não ouço sua voz infantil com aquele sotaque engraçado dos britânicos, igual seu pai e sua mãe tem.

Abro os olhos, percorro-os por todo o parque: caixa de areia, escorrega, cordas, gangorra, gira-gira. Nada. Não o vejo em canto algum.

Salto do balanço mesmo com ele no ar, caindo de joelhos no gramado, sem me importar com a dor de chocá-los repentinamente contra o solo.

- NEEEEWT! – grito alto, desesperado, estou ofegante. – NÃO FAZ ISSO COMIGO! – imploro aos prantos.

Corro de um lado para o outro a procura dele, checo atrás das árvores, arbustos, vou até o brinquedão de madeira, entro em todos os túneis e casinhas, mas Newt simplesmente desapareceu.

REMEMBER ME - Newtmas FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora