Crumbling

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 // Crumbling = desmoronando


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Point of View of Thomas O'Brien

Voar.

É o que acabei de fazer agora, não no sentido literal da palavra. Eu simplesmente avancei, corri, me adiantei, "voei" na direção de Newt e sua boquinha semiaberta, tão pequena e assustada, porém disposta a enfrentar o que acabei de dizer para ele agora.

Não conheci Newt numa balada, ou nas loucas festas da faculdade, onde porres homéricos são essenciais e você dorme com pessoas que nem sequer sabe o nome. Conheci ele ainda pequeno, quando se mudou para Sitka com sua família. Um menino frágil, desajeitado, de olhos perdidos, porém curiosos, que sorriram ao me ver. Eu era mais velho, o fodão, intimidava ele sem querer. Algo no pequeno garoto fazia eu me sentir bobo diante dele, alegre demais com ele, vivo. Essa é a palavra correta. Eu me sentia vivo, porque ele era doce. Absolutamente... Doce.

Sugar é sugar não por acaso. Sugar é Sugar por excelência.

Ele tem essa coisa que... Céus, como explicar?

Ele sorri, você sorri. Ele cora, você estremece. Ele está inseguro, você quer rodeá-lo e protege-lo. É uma coisa magnética, como um imã que tem me atraído desde sempre até ele. Não importa o que aconteça, não importa mesmo se o mundo nos separe, somos polos opostos que se atraem, a força magnética que nos une é muito mais forte do que o campo elétrico entre nós.

Tenho meus lábios nos seus, apenas encostando devagar e sentindo o peso que eles exercem de uma hora para outra contra ele. Minha respiração é praticamente rara e o impulso da minha mão já anseia pelo toque da sua pele, algo que não consigo controlar mais. Eu o toco lentamente no braço, na pequenina porção da derme desprotegida pela manga da camiseta. Newt arrepia instantaneamente, mas não é um arrepio bom, como da primeira vez que o toquei no celeiro onde seus pelos ficaram eriçados e ele gemeu manhoso, saltando no meu colo, abrindo caminho para minhas investidas.

É um arrepio agudo, sentido, acompanhado de uma imediata contorção de cada músculo, como uma recusa para meu toque. E eu sei o motivo. Eu o machuco. E BOSS o machuca. E Bohen o machuca. E cada cliente que passou por sua vida o machuca.

- Você quer continuar? – quebro o contato das nossas peles, preocupado com sua reação.

Ele nada diz, simplesmente resolve entrelaçar seus dedos finos nos meus cabelos e puxar minha boca até a sua novamente, dessa vez pedindo passagem com a língua. Correspondo de olhos abertos, fitando seu rosto. Eu vejo tudo, menos prazer. Vejo raiva, ódio, rancor, medo, nojo, mágoa. É uma gama de sentimentos em um rosto contraído, confuso, tentando seguir em frente com aquilo.

O loiro parece que nota como estou, sem reação. Ele abre os olhos e logo eles dão de cara com os meus, igualmente perdidos. Ele me fita por um minuto, ou sessenta segundos que mais parecem uma eternidade.

REMEMBER ME - Newtmas FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora