Haunted Mansion

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(02/11/2016)

Dylan

- Essas reuniões estão me matando - Reclamei. Minhas costas doíam e eu estava morrendo de fome - O que tem para comer?

- Veja você mesmo - Minha irmã continua sendo grossa como de costume - Senhor Perfeito.

Ela continuava me provocando. O que eu fiz em New Orleans para ela me odiar tanto? Até hoje não entendo essa rixa.

- Como foi a sessão de fotos? - tento iniciar uma conversa com ela. Já estava ficando chato esse negócio de ser fria e não falar comigo, todos naquela casa me ignoram e são indiferentes em relação ao "Dylan R.", exceto os criados, pena que ficaram no outro estado.

- Boa - responde rispidamente

- Quando quiser conversar comigo, sou todo ouvidos

Ela mostra o dedo do meio e sobe para o seu Quarto.

Desmanchei o nó da gravata, tirei o paletó, desabotoei o colete e me joguei no sofá.

- Lourdes! Neide! Carmelita Amélia! - chamo as empregadas, como de costume.

Percebo que elas não estão aqui, então sou forçado a me arrastar até a cozinha.

- Aí está você, vadiando - Meu pai estava com sua costumeira cara de poucos amigos - Vá para o seu quarto, faça um relatório dos lucros mensais e uma síntese sobre Empresas Estatais. Anda, para ontem.

Meu pai sempre me tratava com severidade, eu nunca conseguia descansar perto dele. Quando pequeno, não tinha coragem de comer ou respirar perto dele. O pior disso tudo? Era só comigo. Ele passava uma imagem Confiante, Determinada, Divertida e Confiável para seus sócios, até me tratava bem perto deles, mas em casa a realidade era outra.

Fiquei um bom tempo trabalhado naquilo, até chegar num ponto que não dava mais, quase caí no sono profundo. Para evitar isso e piorar mais ainda minha imagem pro meu Pai, Me certifico de que meu pai tivesse saído com minha mãe e caminhei até o Piano. Julie já sabia desse segredo e creio eu que ela não contará, por mais brava que estivesse.

Corri os dedos pelas teclas de marfim e me pego imaginando aquela garota novamente. Caramba, ela tinha me deixado curioso, mas algo naqueles olhos de cor indescritível me incomodava, talvez tenha sido o jeito pelo qual ele olhava para aquele garoto ao lado da figura vulgar. O que eles seriam? Namorados? Não, não pense nestas besteiras Dylan.

Tento pensar em outras coisas como memórias, pessoas, lugares, mas aquela garota sempre voltava à minha mente, ela e o seu grupo de amigos estranhos. Isso nunca iria parar? Por que ela não desaparece? Cara ela tinha namorado.

Acabo tocando uma melodia similar a 5° Sinfonia de Beethoven, com seus momentos que julgava tensos e suaves. Eu particularmente gostava daquilo, mas não era minha grande paixão. Isso valia para outros tipos de música, incluindo o tradicional Jazz da "minha terra natal".

No meio da música fui interrompido pelo sopro do vento batendo na porta dos fundos. Me levantei e silenciosamente fui checar a cozinha, a porta estava escancarada, mas não tinha sinais de vida ou coisa aparente.
Foi aí o engano porque quando virei, me deparei com um maluco com um Machado Gigante que pronunciava os seguintes dizeres:
- Ouça meu Jazz ou Morra no inferno.

Ótimo, outro pirado de New Orleans. Cogitei a possibilidade de ser um time adversário, até mesmo o da menina já que ela mesma disse que jogava. Logo descartei essas idéias, ninguém é louco o suficiente para fazer aquilo. Ou era?

Dane-se, podia ser o Matt com aquelas brincadeiras bostas. Todo mundo conhece um louco, o nosso era o Matthew. Dois dias em Atlanta e ele quase perdeu a carteira, "Vou apostar um Rally ali e já volto".
Podia ser aquela puta do mercado ou o fantoche dela, vai saber, tem louco para tudo.

A Culpa é sua, Chloe {The Tournament/ 13 Chaves}Onde histórias criam vida. Descubra agora