TRAUMAS

47 3 0
                                    

O problema é que infelizmente existem pessoas no mundo que são extremamente perversas. E foi exatamente na maldita fase da puberdade que conheci um homem perverso e com malícia no olhar. Não me recordo muito bem a data, nem o horário e muito menos o dia da semana, só sei que foi aqui numa rua próxima de casa. Não era muito tarde, estava de noitinha e eu indo para a casa da minha mãe, de repente um homem me abordou com palavras chulas, de baixo calão, completamente desrespeitoso e sem nenhum escrúpulo moral. Ele queria me fazer parar e como não parei de caminhar, se dirigiu a mim, em passos extremamente apressados.

Naquele momento o medo falou mais alto. Contudo, continuei andando, mas as pegadas dele se tornavam próximas, então resolvi correr e pedir ajuda, mas parecia tão impossível porque ele estava quase me alcançando. Quando cheguei ao fim da rua, não consigo mais lembrar de nada, só me recordo de ter ouvido uma moça dizer: levanta ela! Aquela voz nunca mais saiu da minha cabeça. Levantei e voltei para casa, escondi o que tinha acabado de acontecer e ninguém ficou sabendo. Meus pais só descobriram um ano depois. Eles queriam saber o por quê dos maus comportamentos que eu estava aderindo. Então contei para eles e o meu pai foi quem ficou mais indignado com a situação, ele chorou bastante.

Depois desse episódio fiquei com receio de andar nas ruas do bairro, mas isso não me impedia de sair. Passei a sentir nojo de mim mesma, nojo do meu corpo. Qualquer pessoa que se aproximava ou me tocava, eu às afastava. Não queria ninguém por perto e realmente essa foi á pior fase para mim. _Se você perceber que tem alguém agindo de má fé contigo, se afaste! Se forem brincadeiras suspeitas, tipo: alisar, apertar, passar a mão em seus órgãos genitais ou beijos na boca com malícia, peça pra parar e corte o mal pela raiz! Infelizmente existem pessoas, até mesmo parentes e familiares que se aproveitam dessas situações para fazerem o mal. Hoje em dia infelizmente não confio em mais ninguém.

Depois de ter me recomposto e curado todo o medo de sair na rua sozinha, aconteceu mais um atentado de estupro contra a minha vida. Em março de 2015 fui até a sede do TRE aqui em Salvador resolver algumas coisas relacionadas ao meu título de eleitor, daí na volta para casa os meus vós não tiveram como me trazer, então, precisei voltar de ônibus, por algum motivo, acabei pegando o ônibus errado. Desci á quilômetros da minha casa tendo que andar um bom pedaço a pé numa via completamente deserta, onde não tinha faixa de pedestre e muito menos viaturas. Vestia um vestidinho completamente comportado, branco com detalhes pretos, uma bolsa nude e uma rasteirinha, nada provocante.

Andei bastante e quando me aproximei do final da via, apareceu um homem de cor parda, com uma calça jeans e camisa listrada, um tênis preto e boné (nunca me esquecerei da sua face nojenta) ele tinha cara de tarado, louco, maníaco! Começou a me perseguir na rua deserta, não tinha ninguém além de carros passando em alta velocidade me impedindo de atravessar e um matagal. Eu tremia de medo, estendia a mão pros carros pararem, mas ninguém entendia nada. Foi aí que ele me puxou pelo braço e quando tentei me afastar me ofendeu chamando de "prostituta", ele não queria me soltar, me agarrava (que nojo) e quando consegui me desprender das mãos dele, passei com tudo na frente dos carros e só parei de correr quando cheguei em casa. 

Como Encontrar a Felicidade?Where stories live. Discover now