Crise existencial

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  No ano de 2015 precisei mudar de escola. Terminei o ensino fundamental, estava iniciando o ensino médio numa escola nova, onde eu não conhecia quase ninguém, me sentia perdida. Dois meses depois, conheci o rapaz que citei no capitulo acima, ele era inteligente, tinha presença, transmitia boas energias, realmente agia feito um príncipe encantado! Não imaginei que depois de quatro meses o encanto seria quebrado. Ele era do tipo que se destacava na sala de aula sabe? Inteligente! Realmente ganhou minha atenção, me cativou. Nos aproximamos e ele se tornou meu amigo, e depois disso pregamos uma peça no pessoal da classe. Começamos a namorar de mentirinha e quando nossos colegas descobriram ficaram muito bravos com a gente.

 Passamos o final de semana inteirinho rindo daquele episódio, depois parei pra pensar que talvez não fosse uma má ideia namorar com ele de verdade. No dia 15 de maio assumimos o nosso namoro de verdade, só que ele era um rapaz de poucas palavras, não gostava de falar sobre coisas pessoais e muito menos quando o assunto era família. Até hoje só sei o nome dele e pequenos detalhes sobre a sua vida. Além de namorados, éramos muito amigos, ele me conhecia muito bem e sabia como me conquistar, então, eu era mimada constantemente, o que era completamente engraçado. Pra ele eu era um bebê, não por ser um pouco mais nova, e sim, porque ele fazia todas as minhas vontades.

Claro que tínhamos nossas crises, e eu era a mais ciumenta, tinha ciúmes até se uma mosca pousasse perto dele. Nunca fui muito brava, mas quando o assunto são minhas coisas, tenho um zelo enorme e não abro mão dos devidos cuidados, defendo mesmo, com unhas e dentes. A parte mais triste foi ter que terminar o nosso relacionamento, ele mentiu pra mim e escondeu que tinha problemas com drogas. Acho que isso não aconteceria se ele tivesse me contado a verdade. Talvez o meu coração de mãe tentaria ajudá-lo a resolver esses problemas, pra ele foi mais fácil continuar omitindo a verdade. Nenhuma mentira fica oculta por muito tempo, então, seja verdadeiro sempre.

Terminamos em setembro, confesso que me doeu muito ter que deixá-lo e o pior era ter que ouvir a minha mãe dizer todos os dias: "EU TE AVISEI", eu sabia que ela estava certa, mas não precisava de julgamentos naquele momento e sim de um abraço. Depois disso decidi ficar sozinha e me dedicar aos estudos. Pensar em mim, no futuro, na profissão em que desejava ingressar. Pensando no futuro cheguei a uma conclusão, decidi não pensar em casar, nem formar família ou ter filhos até porque com essa minha inconstância em gostar de alguém e nunca dar certo, tinha medo de ser mãe solteira, medo de casar e não permanecer casada. Com essa carência afetiva que tomava conta de mim, acabei esquecendo que só tinha 16 anos e isso não era nada se comparado a vida inteira que viria pela frente.

Fui a um retiro da igreja, e tomei uma decisão importante, reatei a minha aliança com Deus. Minha família era evangélica e até hoje são. Desde que completei quatro anos, eles frequentam os cultos e eu também sempre estive lá, mas o meu coração talvez nunca tivesse se convertido completamente. Fui batizada com doze anos, porque a minha mãe vivia dizendo para mim que se Jesus Cristo voltasse naquele momento eu não o veria e muito menos chegaria ao "céu", se bem que... a igreja me fazia feliz e até hoje quando vou me sinto muito bem! Voltei a frequentar a igreja todos os dias com uma cede danada de mudança.

Como Encontrar a Felicidade?Where stories live. Discover now