N o v e m b r o | P a r t y

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Novembro
Nova York, EUA.

Seis meses já haviam se passado e Kendra ainda tentava se acostumar a nova vida longe de sua mãe e de seus antigos amigos, sem falar nas noites em claro remoendo a vontade de voltar para o conforto de sua antiga casa. Ken estava tendo a vida que tanto sonhou, mas a mudança recente e radical ainda a deixava um tanto assustada. Binghamton era pequena, por outro lado Nova York era imensa. Apesar de ter ficado encantada com a cidade, ela sentia falta do clima úmido e por vezes chuvoso de sua pequena cidade.

O apartamento gigante de Théo parecia um tanto quanto desnecessário para a recém formada do curso preparatório de medicina veterinária, que passava parte do seu tempo sozinha. Pelo menos eles moravam juntos, já que Kendra tinha sérios problemas em funcionar longe do modelo, e precisava dele para ser menos tímido e entrosar, – parte das amizades que possuía na antiga cidade, o amigo fora o responsável. Em seu período na faculdade a única pessoa com quem – milagrosamente –, conseguiu puxar assunto foi com o texano sentado ao seu lado no primeiro dia de aula, por coincidência – ou não –, era Christian, seu ex namorado. Sua timidez a fazia invejar Théo, que fazia amigos por onde passava – era espontâneo.

Em seu primeiro dia na cidade grande, Ken decorou e organizou todo seu consultório novinho em folha. Em poucos dias a morena permaneceria mais por lá do que na própria casa. No segundo dia Kendra foi convidada por um amigo de Théo para sua primeira festa na cidade. O amigo tentava convencer a morena de todas as formas possíveis, repetindo inúmeras vezes que não deveriam ficar de fora porque seria insano. Então quando anoiteceu lá estava ela massacrando seus princípios em uma festa regada à álcool. O modelo fez mais algumas dezenas de amigos no momento em que foi pedir shot de tequila a hostess da noite, Ken parecia mais a sombra do melhor amigo é tentou ao máximo relaxar e se divertir. Foi assim que conseguiu sobreviver a primeira semana e a segunda também, mas a vida tranquila acabaria ali.

Uma semana depois Ken suspirava pesadamente depois de um dia de trabalho árduo – o consultório poderia ser dela, mas não imaginava que todos os animais da região fossem ali para se tratar –, pelo menos seu saldo bancário estava crescendo e pelos seus cálculos em menos de três meses já poderia estar se mudando para um novo apartamento – de preferência menor. Foi em uma dessas tardes que Christian lhe mandou uma mensagem dizendo estar com saudades. Tendo a plena certeza que sustentar uma amizade com o ex seria tão complicado quanto se acostumar a viver longe de sua família, tomou a decisão de apagar seu contato – embora o soubesse de cor. Então depois de um dia de compras ao lado do amigo, Ken jogada no sofá cadastrava seu novo número no aparelho celular dado de presente por ela à ela mesma. Kendra gostava de acreditar que o fim do namoro estava sendo muito pior para ele, do que para ela. Mas talvez os dois estivessem no mesmo barco partilhando os mesmos sentimentos pós-termino.

• • •

A última semana de novembro marcava o início do sétimo mês que sobrevivera em Nova York. Estava sol, o ambiente era quente porém agradável. Kendra estreitou os olhos franzindo o nariz como sempre fazia quando a claridade a incomodava. Se acomodando no lugar do condutor de um dos carros do melhor amigo, Ken soltou os longos fios de cabelo do elástico e retocou o gloss sobre os lábios naturalmente rosados. Deixou a garagem do edifício, seguindo para mais um dia de trabalho. Vanity sua auxiliar e Ann sua secretária já a aguardavam no local.

"Bom dia Drª, Ken!" Ann a cumprimentou enquanto a ajudava passar o jaleco pelos braços.

"Bom dia, meninas. Como estamos hoje?" Tentou passar segurança em suas palavras ao se relacionar com suas fiéis funcionárias. "Algum paciente marcado para o horário da manhã?"

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