"Talvez nós deveríamos ter medo de nós mesmos"
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O rangido da velha porta de metal sendo aberta foi ouvido pelo homem que estava amarrado à cadeira de madeira,na pequena e úmida sala,fazendo-o suar frio com o que viria pela frente.
Um outro homem robusto e alto parou a sua frente, abaixando-se e ficando a poucos sentimetros do encarcerado.
-Alguma explicação a me dar?-Proferiu sério o mais alto.
-Senhor!Por favor!Eu tentei!Me dê mais uma chance! Eu pos...-Tentou falar,porém foi interrompido com uma dor forte e latejante vinda do pedaço de madeira que o seu superior estava segurando.
-Eu já te dei uma chance,meu caro.-Se afastou dele apenas para ir a uma mesa pequena -Já ouviu dizer que não sou de ter paciência? -Falou isso sem o olhar e começou a mexer em uma bolsa cor de carmim,que parecia conter objetos metalizados.
-Mas senh...-Tentou falar,porém novamente foi interrompido.
-CALE-SE SEU INÚTIL! -O grito do mais alto quase o fez desmaiar de medo,assim como a faca de cabo preto em sua mão.
-Me responda:A sua mãe lhe batia?-Perguntou e foi se aproximando vagarosamente.
-N-Não senhor...Ela morreu q-quando eu nasci...
-Olha só!-O homem robusto já estava a sua frente quando começou a falar-Você não acha que deveria sofrer por isso? -Havia uma mistura de desdem e deboche em sua grave voz.
Um silêncio cortante e cheio de medo surgiu naquela fétida sala, em que a morte já se aproximava.
-Já que não me respondeu,presumo que a resposta seja "sim"-Dito isso,a faca foi introduzida sem dó nem piedade na coxa direita do homem.
Um grito de mais pura dor que poderia ser ouvido a quilômetros dali,foi solto, porém nada aconteceu, ninguém veio,ninguém ligava.
-Por...por fav...favor...-A dor era literalmente cortante e quase insuportável,porém o pior ainda estava por vir.
-Conte-me o que sabe.-Autoridade e intimidação eram as únicas coisas que continham na voz do malfeitor.
-A...me-menina...ela est...-Pela terceira vez a vítima foi interrompida por outro golpe,só que dessa vez, ele atingiu sua barriga.-AHHHHHH!POR-POR FAVOR!
-Eu irei pedir uma última vez-O assassino colocou as mãos nos braços da cadeira e encarou seu inferior-ME CONTE O QUE SABE!!-Levantou bruscamente a cabeça do homem e gritou em seu rosto.
-E-Ela es... está...na... fa-faculdade...-Com muito esforço, o homem ferido fala.
-QUAL????!!-O opressor assassino já estava começando a perder a paciência. -ME DIGA!
-Em...New...Yo...-Antes de terminar sua fala,vomitou sangue em si mesmo.
-Muito bem.Já tenho o que eu queria.-O grandalhão se levanta lentamente e se dirige mais uma vez à sua "necessair de armas",tirando de lá uma espécie de Machado e uma AK 47.
Se aproxima do homem já quase desacordado e dá duas machadadas:Uma em seu peito e outra em sua cabeça,fazendo o sangue jorrar em seu rosto e por todo o corpo do cara quase morto.
Este apenas solta um pequeno urro com o resto de fôlego que lhe sobrou e começa a fechar as pálpebras. Porém antes dele se entregar a escuridão, leva um tiro na cabeça,um no tórax e um na perna.Com nada menos que indiferença, o homicida limpa suas mãos e seu rosto em um pequeno pano tirado de seu paletó, olha novamente para o corpo sem vida ainda amarrado e sai pela mesma porta que entrou,encontrando dois 'guardas' do lado de fora.
-Se livrem do corpo.-Dito isso,ele se dirige às escadas e sobe para o seu escritório.
(...)
Sentado em sua cadeira macia,em frente à mesa de cerejeira,o homem assassino abre uma de suas gavetas e pega a foto de uma garota linda,de cabelos cacheados ao seu lado,onde ambos sorrindo para a câmera e solta um suspiro triste e amargurado.
Ele tira seu foco da fotografia apenas para olhar a tempestade que caía fortemente do lado de fora das janelas de vidro transparentes de sua sala.Como ele amava este tempo.Este clima com o qual se identificava bastante.
Colocando com cuidado a fotografia um pouco desgastada e velha em sua gaveta,ele se levanta e se dirige para a poltrona próxima a janela para apreciar a tempestade.
A sua tempestade.Seus pensamentos nunca sairiam Dela.
Ela era o motivo pelo que ainda continuava vivendo.
E agora ele estava correndo atrás de seu maior tesouro.-Estou indo,minha irmã.Me espere.
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Completamente Aprisionada
Actie-O bem pode se transformar no mal?-perguntou a pequena Brenda. -Eu não sei minha flor...Talvez sim.-Respondeu Bruna gentilmente. -Não quero que se transforme em algo mau...-Pediu a criança já a beira do choro. -Eu não irei meu amor...Prometo.-Disse...