Capítulo 11 - Harpías

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    No interior, as paredes eram de madeira, um tapete estilo persa. Luminárias douradas nas paredes, quadros com imagens de guerras antigas, poltronas douradas, assento e encosto de veludo vermelho. Era suntuoso o fogo negro. Elisa tentava consolar o príncipe:
- Lamento muito pela perda do seu irmão.- falou Elisa.
- Farei com que a feiticeira pague.- Falou o príncipe levantando-se da poltrona de indo em direção quandro, que mostrava uma das batalhas do fogo negro.
- E eu farei o que poder para ajuda-lo.- se aproximou olhando o quadro.
- Elisa! É muito importante que sigamos com o plano.- O príncipe tocou em seus ombros.- Vamos seguir o conselho do sumo sacerdote. Se tudo der certo, você nos ajudará a vencer essa guerra.
- Farei o que for preciso Haniel.- Respondeu Elisa, analisando os olhos emotivos do príncipe.
- Sei que fará. Você já nos trouxe uma grande esperança. Sua presença anima a todo o reino. E a mim também.- O príncipe tocou o rosto de Elisa. Ao se aproximar, um marujo entrou pela porta aberta.
- Estamos sob ataque visa alteza.- Elisa e o príncipe saíram pelo corredor e subiram as escadas verticais. Era harpias. Criaturas voadoras horrendas com grandes garras.
- Cuidado Elisa.- Falou o príncipe sacando sua espada e golpeando uma das criaturas que vinha em sua direção. Elas tentavam rasgar o balão com suas garras, já haviam feito vários rasgões. Se não fosse pelo revestimento, de 3 camadas de lona, cheias de hélio entre elas. O navio alado teria caído. Os guerreiros arremeçavam lanças contra as criaturas. O sacerdote se protegia, escondido na escada vertical observando. O rato Baltazar tentava atacar o inimigo, mas sem sucesso. Seu tamanho não o ajudava. O príncipe saltou sobre um cavalo alado e voou em ataque as Harpias. O capitão Baruque sacou uma arma de pólvoras, ele era um tanto louco, se empolgava em batalhas, adorava matar harpias. Uma delas veio na direção de Elisa com as garras arqueadas, ela levantou os braços para se proteger, a harpia agarrou nos bracos da garota e a jogou para trás. Ela bateu a cabeça no chão violentamente. Um dos soldado veio ajuda-la, mas ela não estava ferida, nem onde a harpia havia posto as garras, nem na cabeça, onde bateu. Elisa se limpou confusa. Não havia se ferido. A teoria é simples, mas a ideia de não poder ser ferida era fantástica. Estava um caos completo. O príncipe penetrou o peito de mais uma Harpia. As outras vendo que estavam perdendo, recuaram. Haniel pousou em seu cavalo alado, desmontou e foi ao encontro de Elisa, que estava sentada no chão, ainda surpresa com sua habilidade.
- O sábio estada certo.- Falou Elisa.- Eu não posso ser ferida.
- Isso é fantástico não é?
     Elisa puxou uma faca numa bainha na perna do príncipe e correu sobre seu próprio pulso. Era incrível, não podia ser perfurado
- Quem criou esse mundo foi generoso com os guardiões.- Falou o rato Baltazar.- É como a física. Em tudo existe uma lei.
- É muito interessante.- Meditava Elisa em voz alta.
- Se preparem! - Falou o capitão Baruque assumindo o timão do navio.- Estamos próximos as correntes de vendo do norte! - Os marujos assumiram suas posições, os que ficaram, se posicionaram entre barreiras de proteção. A frente uma grande nuvem negra, era uma corrente de ventos, que ia de norte a sudeste. - virem 90° a bombordo! Vamos entrar inclinado a favor do vento. Acionem as turbinas, hélices em rotação máxima! - O capitão iniciava a manobra padrão para a ocasião. Toda estrutura tremia, como se fosse se partir. Era uma corrente de vento muito forte e estavam saindo da rota mais que o esperado.

- A corrente está mais forte que o esperado! - Gritou o capitão.

- Estamos ganhando velocidade muito rápido!. - Gritou um dos marinheiros - Ja estamos a 160km/h e aumentando.

- O que isso quer dizer? - Perguntou Elisa para Hanniel.

- Essa corrente de vento é incerta. A uma velocidade dessas, se pegarmos um corrente diferente, será como bater de frente com uma rocha.

     O navio mudou o curso totalmente na direção do vento. Dava balançadas  de 180°. Os animais alados que seguiam a embarcação, voavam descontrolados em espiral ao redor do navio.

- Segurem firme nas cordas! - Gritou o capitão.

     As pernas do tripulantes sairam do chão quando o navio inclinou. Ficaram totalmente pendurados. Elisa apertou firme as cordas, mas a força do vento a puxava violentamente. Sua mãos não suportaram e ela se soltou. O príncipe a agarrou pelo braço e ficaram pendurados só por uma mão. O navio começou a girar e o príncipe não conseguiu se segurar,  puxado até as bordas nas grades de madeira onde ficaram presos. A coruja do príncipe que voava descontrolada emitiu seu som agudo e estridente. Era como o som da mistura de algo se rasgando, com um grito super agudo. Alguns homens foram engolidos pelo vento e os cavalos alados foram de encontro. Um barril se desprendeu e foi arremessado para a grade da borda, destruindo-a. Elisa e o príncipe foram levados pelo vento, A esfinge tentou alcanca-los, mas nem ela mesma conseguia controlar seu voou. Todos giravam em torno do navio. Em um dos giros, um dos marinheiros foi arremessado contra a proa do navio, se partindo todos os ossos do corpo, espalhando uma grande mancha de sangue. Hanniel e Elisa continuavam girando grudados um no outro. No outro giro, os dois foram de encontro ao meio do navio. Elisa abraçou o príncipe e virou as costas para o impacto, seu corpo perfurou o navio como uma bola de canhão, saindo do outro lado. A Esfinge conseguiu agarra-los e voaram para longe do navio. O capitão gritou que abrissem as velas de emergência. Era uma manobra perigosa. Os marinheiros segurando nas cordas, soltaram as velas e as alinharam de forma que ficassem inclinadas. No impacto, a base do mastro a ameaçou se soltar. Mas conseguiram aos poucos sair da linha do vendo. A velocidade foi diminuindo, e saíram da Zona de  perigo. Se tivessem seguido o vento por mais um pouco, chegariam a terra de Draconia, onde habitam o dragões, antigos inimigos dos reinos. Seriam incinerados como papel.

    O navio estava todo despenado. A esfinge devolveu Hanniel e Elisa ao navio, que desceu a terra para que os animais descansassem e tivessem seus ferimentos tratados. Em terra filme, a equipe prestou os primeiros socorros aos feridos e os guerreiros ficaram de prontidão, mantendo a segurança, pois estavam em terras alheias. Descansados e prontos, retomaram a viajem, logo chegaram às montanhas dos gigantes.

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⏰ Última atualização: Nov 13, 2016 ⏰

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