Capítulo 4 - A Ninfa

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Enquanto o príncipe Haniel criava estratégias, com o general Killian e os comandantes de tropas, numa sala fechado próximo ao campo de treinamento, Selena mostrava o palácio para Elisa. Conseguiram com uma amazona um roupa que combinasse com Elisa. Que escolheu uma calça de couro que delineava o corpo, botas, uma camisa clara com espartilho e uma capa marrom. A noite, houve um grande banquete. Uma mesa enorme com todas as regalias reais. Elisa se sentou à mesa com a familia real ao lado de Selena, e Baltazar do outro lado sentado na mesa, ocupando um lugar inteiro . O príncipe Haniel comia muito bem, para manter suas forças em batalha, só precisou prender seus cabelos loiros, da mesma cor do da irmã. Só era diferente o de Ario que havia puxado o cabelo do pai. O rei Alésia falou:
- E então, guardiã Elisa. O que nos conta sobre seu mundo? De certo que há muito mais regalias.
Elisa sorriu sem graça.- Existe uma tecnologia avançada. Mas não me importo muito com regalias.-
- Ela é uma pessoa muito simples pai. - Falou Selena.
O príncipe Ario, que nao se aguentava mais de curiosidade indagou.- Você tem poderes? Você pode voar? Atira bolas de fogo?
- Não pertube a guardiã Ario! - Falou a rainha Tertuliana. Que apesar da repreensão, assim como todos, queria muito saber quais os poderes da moça.
- Tudo bem rainha Tertuliana.- Falou Elisa desconcertada.- Mas temo que realmente não saberia como infrentar essas tropas. Não sei exatamente do que sou capaz.
- O sábio pipoqueiro nos disse que tinha uma marca no pescoço. Certo?- Falou o rei um pouco preocupado.
- Sim.- Disse Elisa mostrando a marca.- Mas não sei o que isso significa também.
O sumo sacerdote que também estava à mesa interrompeu.- Se me permitem. É normal acontecer isso. Mas amanhã teremos uma celebracão no templo à deusa matriarca. Lá. Tenho certeza de que ela mostrará o seu poder.- Falou o homem com cabelos ralos e calvo, com uma túnica cor de areia e um colar preto de contas enormes.
- Com certeza ela mostrará.- Falou o príncipe Haniel.- Não pude deixar de notar tamanha beleza. Os camponeses ficarão encantados com sua beleza amanha no templo.
- Obrigada príncipe.- Falou Elisa encabulada.
- Pode me chamar de Haniel. Estou a seu dispor. E por falar nisso. Após o jantar, gostaria de te mostrar uma coisa, se não estiver muito cansada.
- Claro princ... Ou melhor, Haniel.- Assentiu Elisa.
Ao final do banquete, o príncipe Haniel convidou Elisa para mostrar-lhe algo. O rato Baltazar quis segui-los, mas o príncipe afirmou que tomaria muito cuidado com ela e o rato continuou a comer do famoso queijo do povoado de Gaulle. A rainha Tertuliana pediu para que depois o príncipe levasse Elisa aos aposentos. Os dois percorreram um longo corredor até os fundos do castelo passando por alguns serviçais encapuzados fazendo tarefas de limpeza e manutenção.
- Porque andam encapuzados?- Perguntou Elisa.
- Eles preferem assim. Acabam assustando as pessoas. Possuem mutações e deformidades pelo corpo devida a radiação. Mas não afeta a todos. Só alguns.
- Não acho que eles devam assustar.
O príncipe sorriu e falou.- Tem certeza guardiã?
- Claro que sim.- Respondeu Elisa.- São pessoas. Não podem viver assim. Precisam se socializar. Isso deve causar sérios danos psicológicos.
Elisa caminhou até uma garotinha vestida de preto encapuzada que arrumava uma estante de copos de cristal.
- Olá garotinha.- Falou Elisa se aproximando.
- Olá.- Falou a garotinha sem manifestar reação.
- Tudo bem. Eu me chamo Elisa. Qual o seu nome?
- Margarida.- Respondeu a garotinha.
Elisa ja bem próxima apontou o dedo para o capuz da menina.-Posso?- perguntou. A menina não se moveu. Então elisa retirou devagar o capuz. A pele da menina estava deformada e haviam buracos que pareciam vulcões que escorriam um líquido viscoso. Elisa se assustou, mas se conteve.
- Não parece tão mal assim não é Elisa?- Ironizou o príncipe.
- Você não devia ter de passar por isso. É injusto. Os olhos de Elisa se compadeceram. Para demonstrar carinho, a guardiã aproximou a mão do rosto da garota. Ao tocar os poros começaram a se fechar, e a pele aos poucos voltou ao normal. Os olhos do príncipe se arregalaram. Elisa se assustou. A menina deixou de sentir um dor constante e tocou seu próprio rosto. Quando viu que estava limpo, os olhos se encheram de lágrimas. A menina pulou e abraçou Elisa e saiu correndo e gritando: "É um milagre."
- Corra e diga quem a curou.- Gritou o príncipe para a garotinha.- Como fez isso?- Perguntou o principe.
- Na verdade nem eu mesmo sei.- Respondeu Elisa abismada consigo mesma.
- Concerteza voce veio dos céus para nos libertar do mal.
Os dois conversaram sobre o assunto tão fantástico, e continuaram caminhando rumo aos fundos do castelo. Saindo por uma grande porta, havia dois guardas do lado de dentro e quatro do lado de fora. Quando saíram, uma coruja deu um rasante próximo ao príncipe, assustando Elisa.
- Não tenha medo Elisa.- Falou o principe. - Essa é a minha coruja protetora. Ela avisa caso algum perigo se aproxime de mim. É como um alarme.
O príncipe conduzido Elisa até o parapeito da área de sol do castelo. Havia uma arvore de galhos secos muito grande. Ele retirou um relógio do bolso que marcava 21:55h.
- É uma arvore linda. - Falou Elisa.
- Espere. Agora falta pouco.
E continuaram a observar a arvore. Logo apareceu um garotinho que aparentava uns 4 anos de idade com cabelos grandes e loiros, orelhas pontudas, vestindo somente algo feito de folhas secas cobrindo a parte de baixo. Ele carregava uma flauta em sua mão. Logo correram vários animais noturnos, como morcegos, corujas, cobras, coelhos, lobos e ficaram volta como que para observar. Quando o garoto começou tocar a flauta. Foi a musica mais linda que Elisa ja havia escutado. Todos os animais relaxavam ao ouvir a musica. Elisa sentiu um relaxamento e tudo começou desacelerar. Logo a arvore de folhas secas começou a se encher de folhas e ficar frondosa. Um verde vivo que brilhava, iluminando ao redor. De um buraco no tronco da arvore despertava uma ninfa. A criatura mais bela que já havia visto. Era uma garota de cabelos longos prateados. Sua luz irradiava, e ela sorria admirando o garoto tocando.
- Isso é... Incrivelmente lindo.- Falou Elisa com os olhos brilhando.
- Todos os dias ele vem cantar para acorda-la ela. São eternos apaixonados. É o amor mais puro que você verá. Espero um dia ter um pouco do amor que eles têm.
- É mesmo muito lindo. É tão perfeito.
Então garotinho foi embora, os animais se dispersaram, e a ninfa começou jogar sementes para germinar e alimentar o solo, e arvore continua frondosa ate o amanhecer quando ela seca até a próxima noite, onde começa tudo de novo.
- Vamos entrar Elisa. Amanha teremos um longo dia.
- Está mesmo na hora.
Os dois entraram e o príncipe levou Elisa até seu aposento. Era um quarto de pedra sem janelas, somente uma passagem que levava ai quarto ao lado onde o príncipe ficaria. Parecia uma prisão.
- Porque tudo isso?- Perguntou Elisa.
- Sua segurança é nossa prioridade no momento. O meu quarto fica ao lado. Quero ter certeza que ficará bem. Deixarei soldados guardando a entrada com dois sacerdotes para combater qualquer feitiço.
- Nossa. Agora sim me sinto segura.- Ironizou Elisa sorrindo.
- Boa noite guardiã.
- Boa noite príncipe.

Guardiões entre mundos [RASCUNHO]Onde histórias criam vida. Descubra agora