Capítulo 1

391 42 89
                                    

****Camille narrando****

Eu estou exausta. Trabalhei o dia inteiro e nem sair da minha casa sozinha eu posso. Tudo graças ao maldito Gaspar.

Graças ao orgulho de macho ferido ele me atacou. E teria conseguido o que queria, não fosse por Arthur Branwell, meu segurança gostoso.

Depois que fui atacada por Humberto, promovi Arthur para ser meu segurança pessoal. Não confio em mais ninguém para me proteger. Ele é um doce de homem. Me levou para casa, cuidou de mim e só saiu da minha casa no dia seguinte depois de um medico ter me examinado e constatado que eu só estava com os nervos alterados. Uns calmantes aqui, uns chazinhos ali e logo eu estava bem.

Eu não pude prestar queixa contra Humberto. Ele é um homem poderoso e não seria punido, ainda mais pela minha fama de vadia. Diriam que eu sou a culpada e todo aquele papo machista que eu odeio.

Mas voltando a parte interessante dos fatos, Arthur além de ser um doce, é lindo e muito gostoso. Porém lerdo.

Já insinuei muitas coisas, umas indiretas mais quentes e nada.

O homem simplesmente não me nota.

Eu sempre tive todos os homens aos meus pés, e estava até acostumada com isso. Porque ele tem que ser diferente?

Ele me despertou um interesse que homem algum jamais despertou.

Nem os mais fortes, mais bonitos, famosos, anônimos. Nenhum me despertou tamanho interesse.

Arthur é simplesmente divino.

E ainda tem nome de rei.

Pra vocês terem noção de como o cara me afeta, basta ele entrar na minha sala com aquele terno ridiculamente colado, pra minha calcinha ensopar e eu ficar na mão.

E isso é muito sério! Camille Fairchild nunca fica na mão. Mas agora ela passou a ficar.

Não consegui sair com nenhum outro homem desde aquele fatídico dia. E nem é por culpa do Humberto. É culpa do Arthur. Aquele maldito pecado que eu estou louca para cometer.

Eu nunca amei de verdade. Já tive vários relacionamentos e nenhum me satisfez. Mas eu quero Arthur. E não serei como Humberto que força a relação.

Eu serei a famosa Camille Fairchild. A editora de moda mais sexy do país. Conquistarei Arthur por meus próprios méritos. E aí com certeza terei a melhor foda da minha vida.

E falando nele, está entrando agora em minha sala, exalando seu testosterona por onde passa.

Ainda vou ficar doida sem esse homem na minha cama.

****Arthur narrando****

Faz muito tempo que Emma se foi e que estou só. Mas nenhuma mulher após ela mexeu comigo. Ela foi e é meu único amor.

Não sei ou não quero enxergar os motivos para ela ter me deixado.

Nunca fui atrás dela, sempre tive a esperança de que um dia ela voltaria e me pediria perdão pelo que fez e nós seríamos uma família novamente.

Mas já fazem dois anos. Dois anos sem notícia alguma. O que mais me dói é não saber se ela se foi com outro por interesse ou por que não me amava mais.

Alguns dias atrás eu "salvei" a vida da minha chefe e ela grata me promoveu.

Um maldito animal sem escrúpulo algum a atacou num estacionamento vazio. Eu não gosto nem de me lembrar da cena.

Desde esse dia, a senhorita Fairchild não saiu mais sozinha. Só saía em minha companhia ou na companhia de Richard o motorista. Mas daqui uma semana ele irá se aposentar e eu ficarei em seu lugar.

A senhorita Fairchild é, sem dúvida, uma bela mulher. Eu diria que ela parece uma pintura de tão perfeita. Ela tem um corpo muito bonito e se não fosse por Emma, já teria me excitado por ela.

Apenas a presença dela já mexe com meus hormônios e eu fico confuso.

Mas não posso e nem devo me interessar por ela. Sou um homem casado perante a lei e ela é minha patroa. É antiético da minha parte vê-la como mulher.

Fui mandado pelo departamento pessoal até a sala dela. Tudo nessa empresa lembra a personalidade forte e sedutora da mulher que agora está em minha frente.

Ela me olha de cima a baixo e parece me comer com os olhos. E isso me faz engolir em seco.

- Senhorita Fairchild, fui mandado pelo departamento pessoal. Disseram que precisam da sua assinatura na minha carteira.

- Sim senhor Branwell. Pode se sentar aqui - apontou a cadeira em frente a dela - eu não vou te morder.

A frase dela teve um duplo sentido?

- Sim senhorita.

- Pode me chamar de Camille. Já que vamos conviver bastante tempo juntos quero criar uma certa.. intimidade com você Arthur.

Ela sempre usa uma frase com duplo sentido?! Acho que estou ficando doido. Tanto tempo sem sexo deve ter afetado minha mente.

- Certo. Então Camille, preciso que me passe seus horários e gostos. Não quero decepcionar.

- Ah, mas você não vai me decepcionar Arthur. Tenho certeza.

Ela mordeu os lábios de uma forma tão sexy que eu me senti endurecendo. Era hora de sair, antes que eu fizesse alguma besteira e perdesse meu emprego.

- Vá até minha secretária. Ela te passará as informações necessárias. E.. - ela se levantou e virou de costas para mim, pegando algo sobre uma prateleira e eu acabei notando que ela vestia um vestido curto e soltinho e pude ver a polpa do bumbum dela quando ela ficou na ponta dos pés e esticou o braço a fim de alcançar uma pasta. - leve isso com você.

Me entregou a pasta que continha uma folha onde estava o endereço dos locais que ela costumava frequentar e os que Humberto Gaspar também costumava frequentar.

- Vou providenciar para não se encontrem novamente Camille.

- Adoro meu nome nos seus lábios.

Ela sussurrou enquanto eu saía de sua sala e eu não sei se estou ficando louco ou se ela realmente falou.

Blank Space [Projeto 1989]Onde histórias criam vida. Descubra agora