*****Camille*****
Eu tentei, juro que tentei. Mas como toda mulher que se preze, eu me rendi aos encantos daquele idiota. Droga de homem gostoso. Eu estava começando a criar ilusões sobre Arthur e eu. Agora que somos namorados, eu até pensei em fazer as coisas ficarem mais sérias. Ainda bem que não o assumi publicamente. Tudo que eu quero agora é um pouco de paz. Ouvir o que Ricardo me disse machucou meu coração de uma maneira inexplicável e eu simplesmente quis virar as costas e ir embora. O que ele me disse que me fez querer ir embora?
- Cherry você conhece aquela mulher que está com seu segurança? Ele parece bem feliz em vê-la.
- Deve ser uma das mulheres que Humberto fode de vez em quando, com certeza.
Ricardo me olhava com olhos sorrateiros, com medo do que eu poderia fazer.
- Não cherry, aquela ali é a noiva do Peter.
- Ah, eu mato essa vadia se ela encostar um dedo no meu homem.
Ricardo segurou meu braço com força e eu senti medo, da última vez que ele fez isso eu terminei meu relacionamento e o motivo foi traição.
- Camille, você sabe que eu adoro fofocas e quanto mais informações melhor. - eu acenei positivamente com a cabeça, incapaz de formular qualquer frase. - Eu procurei cada passo da vida dele, e ele é o homem daquela mulher ali, não seu. Aquela é a esposa dele.
O choque que eu senti no momento em que Ricardo acabou de falar, foi pior do que colocar o dedo molhado num fio desencapado e morrer eletrocutado.
- Camille, vamos embora cherry.
- Não posso. Não sem ele. É perigoso.
- Não se humilhe assim cherry. Eu tenho meu segurança. Vamos.
Ele me puxou pelo braço e eu fui de bom grado. Agora, sozinha nesse quarto de hotel, eu me sinto vazia e incompleta. O que será que ele está fazendo agora?
******Arthur******
Fui à mesa de frios enquanto Camille fazia seu trabalho com o senhor Dorèer. Quando estava chegando à mesa uma mão pequena e delicada, que eu conhecia como a minha, me parou.
- Arthur?
Dois anos sem ouvir aquela voz e ainda hoje eu a reconheceria de olhos fechados.
- Emma?
- Meu amor. Que falta você me faz.
Ela se lançou em meus braços e seu perfume me inebriou. Eu mal me lembrava de estar com saudade daquele cheiro.
- Eu não tenho o que dizer a você Emma. - separei o abraço que tanto havia esperado. - Foram dois anos sem notícias e agora você aparece agindo como se nada tivesse acontecido.
Ela não disse nada, apenas me beijou e eu me senti num imenso vazio.
Eu esperava sentir aquele frio na barriga de quando eu ainda à amava.
Espera. Amava. Não amo mais.
A empurrei para longe de mim e limpei minha boca.
- Eu estou seguindo em frente com outra pessoa, me deixe em paz. Vou mandar um advogado atrás de você. Quero a porcaria do divórcio o mais rápido possível.
Ela ficou boquiaberta e eu não esperei ela esboçar reação alguma. Virei as costas e fui atrás de Camille.
Cheguei no estacionamento a tempo de vê-la nos braços do senhor Dorèer. Ele me viu e eu fiz menção de ir até eles, mas ele me impediu com o olhar.
Eu sabia que Camille tinha visto algo. Como fui deixar isso acontecer?
Paul, o segurança do senhor Dorèer, logo apareceu com um carro e levou os dois embora e eu fiquei como um idiota no meio do estacionamento sem saber o que fazer.
- Arthur, nossa conversa ainda não acabou.
- Emma, vá se foder.
Saí correndo até o carro e dirigi feito louco atrás de Camille. A minha mulher.
Assim que cheguei no hotel, me encontrei com o senhor Dorèer. Ele me deu um soco muito bem dado e eu cambaleei para trás. Não reagi. Eu sabia que merecia aquilo.
- Seu maldito idiota. Você tem ideia do que fez Camille sentir? Ela já foi traída tantas vezes, ela deve ter te falado isso. Ela não merecia isso. Você é um maldito filho da puta de merda.
- Ei, calma senhor Dorèer. Eu posso explicar.
- Eu não quero suas explicações. E nem quero que você explique nada a Camille, quero você longe dela.
- Me desculpe, mas o senhor não manda em mim.
- Posso não mandar, mas por ela eu até mato. - ele me lançou um olhar psicótico - Não se aproxime dela, ou será a última coisa que você fará em sua vida. Quando ela quiser falar com você, aí sim você pode se aproximar.
- Eu não sou obrigado a te obedecer.
- Experimente me desobedecer.
Disse isto e virou as costas para mim.
Eu não tive coragem de subir até o quarto, senti vergonha do que fiz, tarde demais eu sei.
Me sentei no chão e me encostei na parede. E ali dormi e sonhei com olhos verdes tristes e furiosos. Eu senti que algo ruim iria acontecer.
Só não sabia que seria tão ruim.
Na manhã seguinte a festa, o senhor Dorèer me acordou a chutes.
- Acorda maldito. Vamos embora. Você tem 15 minutos para pegar suas coisas.
- Mas Camille... - comecei mas fui interrompido.
- Ela não está lá. Já está no jatinho e você não vai falar com ela.
- Eu sei. Vou buscar minhas coisas. Eu vou voltar com vocês?
- Por mim não, mas Camille insiste que você vá.
Uma súbita vontade de sorrir tomou conta de mim, eu não estraguei tudo afinal.
Dez minutos depois eu cheguei a pista de vôo e o jatinho estava lá. Quando ia subir as escadas vi a silhueta de Camille. Porra, ela tinha que ser tão gostosa?
Ela usava um vestido preto curto e colado ao corpo, deixando a mostra suas maravilhosas curvas.
Esperei ela sumir de vista e subi, não queria forçar a barra com ela.
O senhor Dorèer não estava em lugar nenhum. Coloquei minha mala num canto qualquer e ia me sentar no chão quando eu ouvi sua voz:
- Precisamos conversar senhor Branwell.
Mesmo que eu estivesse chateado por ela não estar me tratando pelo meu nome, eu fiquei impressionado. Nunca antes meu sobrenome havia ficado tão bonito em uma voz, como ficava na voz dela.
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É agora que a treta começa...
Desculpem a demora para atualizar.. tava com uns probleminhas aí... Mas enfim, cá estou eu novamente...
Comentem, votem e compartilhem...
Sério gente, isso é muito importante.
Até a próxima..
Bjs da Nah!
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Blank Space [Projeto 1989]
ChickLitCamille Fairchild é uma empresária do ramo da moda. É a nova versão de Miranda Priestley (O diabo veste Prada). Muito exigente no trabalho (desde o funcionário da limpeza até o vice presidente). Ela é nova, tem apenas 23 anos e já herdou um grande i...