Bônus
Ele tinha apenas 15 anos quando tudo aconteceu. Seu pai, um bêbado maldito chegou em casa, por volta das duas da manhã. Todos dormiam, menos Oliver. Ou Humberto, como viria a se chamar algum tempo depois.
Um crime bem premeditado pode sim, ser o crime perfeito. Então, Humberto planejou cada detalhe, para que ninguém desconfiasse de nada.
Esperou longas horas até que seu pai chegou. A noite seria igual a todas as outras daqueles malditos anos, exceto por um detalhe: Humberto se vingaria.
O pai chegaria, bateria nele como de costume e logo depois abusaria dele. E só quando deixasse um rastro de sangue pelo corpo do próprio filho é que ele o deixaria em paz com suas próprias dores.
Mas aquela noite seria a exceção. Assim que trancou a porta, o velho veio para cima de Humberto.
- Já estava esperando por mim veadinho? Tá gostando de me dar, é?
- Pense o que quiser velho desgraçado. - disse e levou um soco. Era tudo que queria. - Me bata mais, não é disso que você gosta?
E assim ele fez, sem desconfiar de absolutamente nada. Bateu em Humberto lhe causando hematomas horrendos e o menino sorria. Por um breve instante, o pai se afastou. Tempo suficiente para que o mais novo corresse para a cozinha, onde pegou uma faca e foi em direção ao pai mais uma vez.
O velho arregalou os olhos e tremeu de medo antes de pronunciar, tentando, em vão, demonstrar coragem.
- Você é fraco meu filho, você é como eu.
- Eu não sou como você. Nunca serei. - disse se aproximando do pai, enquanto este tomava distância.
- Você pode não ser agora, mas será. Terá tudo que quiser, por quanto tempo quiser e quando quiser. E quando não tiver, você forçará até conseguir. Assim como eu.
- Não me interessa sua opinião ou sua praga. O que realmente me interessa é que você esteja morto até de manhã.
- Solte essa faca Oliver, vamos conversar f-filho. - disse com a voz embriagada. - Nós podemos resolver isso de outra maneira.
- E qual maneira seria essa? Com você me rasgando com esse pau nojento? Não obrigado, prefiro matar você.
- Menino, larga essa faca e vem aqui agora.
- Com prazer. - Oliver soltou a faca no chão e se aproximou do pai. Este o pegou pelos cabelos e enquanto isso, o menino tirou outra faca do bolso, enfiando-a no braço esquerdo do pai, que urrou de dor.
- Filho da puta. Eu vou acabar com você.
- Vamos ver quem acaba com quem. - dito isso, ele retirou a faca que estava enterrada no braço do pai e fez um corte em sua garganta, suficiente para sangrar sem ele morrer.
O jogou no chão e se jogou em cima do pai, o enforcando. E ainda em cima dele, fez outro corte em seu peito, queria marcar exatamente onde acertar para matá-lo de vez.
Feito isso, ele fez um corte em si mesmo, sorrindo sádico. O pai o olhava assustado, com os olhos cheios de pavor.
Logo depois, enfiou a faca com toda a sua força no peito do pai.
Ele ficou estirado no chão enquanto Humberto mantinha um sorriso maníaco estampado na face, alguns minutos depois ele fez outro corte em seu corpo e correu para a rua gritando e pedindo ajuda.
- Por favor, socorro! - ele chorava como se realmente estivesse sentindo dor.
Não demorou muito para a polícia chegar, levá-lo ao pronto socorro mais próximo e depois a delegacia.
Na conclusão do inquérito, o assassinato foi tido como legítima defesa. E Oliver não foi condenado.
O pai devia muita coisa para um grande traficante da região e este logo tratou de matar sua família e tentar matá-lo, porém com a ajuda da polícia e o programa de proteção às testemunhas, Oliver Hanrom se tornou Humberto Gaspar.
Se lembrando da morte do pai, Humberto tocou os ferimentos causados por Camille e sentiu nojo de si mesmo, pela primeira vez na vida.
- Cachorra maldita, você vai pagar. - cuspiu um pouco de sangue - ME OUVIU CAMILLE? VOCÊ VAI PAGAR. - disse e tossiu, cuspindo sangue mais uma vez.
Sua visão já estava embaçada e ele não conseguia mais distinguir nenhuma forma, porém, conseguiu notar que uma mulher havia entrado ali.
- Camille? Sua vadia, é você?
- Não sou a Camille meu amor, você ainda pode reconhecer a minha voz?
- Penélope? - a primeira mulher que eu tive em meus braços. Foi tão bom ouvir seus gritos me pedindo para parar.
- Vejo que sim.. pobre Humberto, sangrando até a morte por causa de uma mulher. - ela soltou uma gargalhada.
- Você sabe que se não sair daqui também vai morrer não é? Essa porra já tá pegando fogo. - disse se contorcendo de dor e fechando os olhos com força, como se isso amenizasse sua angústia de alguma forma.
- Quem disse que eu quero sair? Camille se vingou e eu também farei isso.
- Ah minha nossa, vai fazer o que comigo? - ainda teve tempo de ser irônico.
- Realmente, você não tem muita utilidade agora que levou um tiro no pau. - ela caminhava tranquilamente pelo local, a fumaça já encobria parcialmente o lugar, mas ele ainda podia ver a semelhança dela com Camille.
- Você está usando as roupas da Fairchild?
- Oh, estou sim. São tão estilosas, você não acha? - ela disse dando uma voltinha, se exibindo com as roupas de Camille.
- Ah, vá se foder. - disse se contorcendo no chão.
Penélope se lembrou de tudo que Humberto a tinha feito passar. Sobre os abusos e as torturas as quais era submetida. Sua raiva se intensificou rapidamente e não conseguiu mais se conter.
- Não, chega de foder querido. Agora você vai morrer.
Disse e deu o último tiro que o corpo dele aguentaria, fazendo Humberto fechar os olhos para sempre.
Penélope se entupiu de remédios e drogas, bebeu whisky e tudo que encontrou no escritório. Não tinha mais motivos para viver. Se deitou ao lado dele. Morreria ali, mas morreria vingada e em paz consigo mesma.
Ajudou Camille a fugir. No fim das contas, ela fez algo bom.
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Nem demorei tanto dessa vez.. espero que depois desse bônus vocês tenham voltado a me amar kkkkkk..
Até a próxima!!
Bjs da Nah...
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Blank Space [Projeto 1989]
Genç Kız EdebiyatıCamille Fairchild é uma empresária do ramo da moda. É a nova versão de Miranda Priestley (O diabo veste Prada). Muito exigente no trabalho (desde o funcionário da limpeza até o vice presidente). Ela é nova, tem apenas 23 anos e já herdou um grande i...