****Arthur****
Levei Camille até o estacionamento e abri o carro.
- Está tudo bem Camille?
- Não. Eu quero ir pra casa. - ela disse secamente. Nunca a tinha visto falar assim. Não comigo.
- Ah, tudo bem então. Pode entrar. A levarei o mais rápido que puder.
Ela simplesmente entrou sem dizer uma única palavra.
Quando chegamos a porta de sua mansão, (porque pra mim aquilo não é uma casa) abri a porta do carro gentilmente e cedi a mão para que ela se apoiasse. Mas ela desviou e sem dizer nada além de um “entre”, me deixou para trás.
Essa indiferença dela estava começando a doer. Não sei porque, mas me senti usado para algo sem propósito. Uma sensação estranha de ter feito o certo sem perceber que fiz algo errado começou a tomar conta de mim... Eu queria ela. Quer dizer, eu queria que ela falasse comigo. Mas ela parecia protegida por uma muralha indestrutível.
- Bom Arthur, eu odeio conversar com meus funcionários sobre minha vida pessoal, você já deve ter notado. Mas com você as coisas são diferentes - ela me olhou com ferocidade, como uma leoa olha para sua presa e eu juro que se ela me der mais um olhar como esse eu vou esquecer quem eu sou e mostrar pra essa mulher o que é homem de verdade - Mas eu gostaria de te pedir, melhor, exigir que não conte sobre minha crise de pânico no elevador hoje.
- Pode contar com meu silêncio Camille.
- E mais uma coisa: quero que você se mude para minha casa.
A olhei espantado. Essa mulher é mais louca do que eu imaginei.
- Senhorita, eu sinto muito em lhe desapontar, mas eu não posso me mudar.
Ela se aproximou de mim e meu Deus, que perfume maravilhoso, e ela sussurrou:
- Ah você não só pode como vai. E vai mudar hoje mesmo, já que vai dormir aqui. Tem um quarto de hóspedes vazio ao lado do meu. Você pode ficar lá por essa noite. E qualquer coisa que precisar pode bater na minha porta.
Essa voz excitante que ela tem me alucina. E eu nem pude segurar as palavras na garganta, ela simplesmente fluíram:
- Eu vou ficar. Pode me mostrar onde é o quarto?
- Me acompanhe.
Eu a segui como um cachorro. Na verdade era assim que eu me sentia ao pensar em coisas indecentes que eu podia fazer com a minha chefe.
*****Camille narrando*****
O fato de ter Arthur debaixo do mesmo teto que eu, não amenizava em nada a minha vontade insaciável de tê-lo em mim.
O levei até o quarto, levei algumas roupas para ele tomar banho e se trocar e fui para meu quarto.
Me sentia fraca e envergonhada de ter chorado na frente dele. O fato de eu o querer mais perto de mim é a segurança que ele me passa.
Eu não o amo. Eu o desejo. Bom, pelo menos era isso que eu achava até o episódio no elevador. Estou completamente confusa.
E é tudo culpa dele. Ele me confunde e me excita ao extremo e nem parece notar. Ah, mas amanhã ele me paga. Ou melhor, ainda hoje.
Olho para o meu closet, na parte das roupas íntimas, olho um pouco e escolho uma camisola preta com detalhes em renda e transparência.
Entrei no banheiro e deixei a banheira enchendo enquanto despejava uma essência de lavanda na água. É sem dúvida minha fragrância preferida. Me deitei e me permiti relaxar. Minha imaginação sacana e traíra me fez pensar num certo segurança se despindo de seu terno e revelando um corpo maravilhoso. Fechei os olhos e os abri instantaneamente tentando afastar aqueles pensamentos. Porém quando toquei minha intimidade pude notar o quanto ele me afetava.
Maldito.
******Arthur******
Eu entrei no banheiro e me deparei com uma banheira maravilhosa. Em volta várias essências e roupas íntimas para o meu uso.
Me vi imaginando quantos homens Camille já teria trazido aqui. Arthur isso não é da sua conta. Me repreendo em pensamento, afinal eu sou só o segurança.
Peguei uma garrafa de whisky e um copo no frigobar do quarto e deitei-me na banheira. Já que eu ficaria aqui apenas essa noite, tinha que aproveitar. Bebo um pouco do whisky e fecho os olhos. Uma Camille nua invade minha imaginação, e aqueles olhos verdes tão penetrantes me tiram a consciência. Abro os olhos novamente, agora excitado.
Resolvo sair da banheira e terminar meu copo de whisky quase intacto.
Como ainda não jantei, saí do quarto, desci às escadas e fui em direção a cozinha procurar algo para comer.
Abro a geladeira e faço um sanduíche rápido, o famoso misto quente, faço um pouco de café e coloco em uma xícara azul. Me sento à mesa e me ponho a comer tranquilamente.
Assim que terminei, lavei e guardei as louças que sujei e apaguei a luz. Estava quase subindo novamente as escadas quando achei ter visto alguém passando no andar de cima. E meu coração bateu acelerado pensando que alguém poderia ter invadido a casa.
Fiquei no centro da sala e olhei para cima novamente e a vi. Meu Deus. Que visão era aquela.
A mulher parecia uma deusa. Aquela camisola preta caía como uma luva, parecia feita especialmente para as curvas maravilhosas dela. Vendo-a debaixo pude ver que só usava a camisola.
Aquilo já era demais para mim. Ela estava realmente gostosa e eu não pude me segurar mais e subi as escadas apressado querendo possuí-la mais do que nunca.
Mas ela não estava mais lá.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Blank Space [Projeto 1989]
Literatura FemininaCamille Fairchild é uma empresária do ramo da moda. É a nova versão de Miranda Priestley (O diabo veste Prada). Muito exigente no trabalho (desde o funcionário da limpeza até o vice presidente). Ela é nova, tem apenas 23 anos e já herdou um grande i...