Bônus - Ricardo

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N/A: Pessoal, esse bônus é apenas uma forma que eu encontrei para consolar o meu Ricardo da vida real, que passou por uma perda extremamente dolorosa há dois anos atrás. E eu não estava presente quando ele precisou desabafar ontem. Rick da vida real, eu te peço perdão publicamente. Eu amo você.

******Ricardo******

Quando soube da morte de Camille meu chão se abriu. Depois do meu pai ela era a pessoa que eu mais amava no mundo. E eu só chorei assim quando meu pai morreu.

Enquanto Paul dirigia controlado pelas ruas, indo em direção a mansão Fairchild, eu apenas encostei minha cabeça na janela e comecei a lembrar dos melhores momentos com meu pai, o meu alicerce, o meu herói.

As lembranças invadiam minha mente e com elas uma torrente de lágrimas lutava para sair dos meus olhos.

- Rick, você está me assustando. - Paul disse me tirando dos devaneios.

- Só estou lembrando do meu pai.. sinto falta dele.

- Quer conversar sobre isso?

- Eu posso? - perguntei olhando para seu rosto tão lindo com uma expressão preocupada.

- É claro que pode - ele disse e segurou minha mão, depositando ali um beijo carinhoso. - Confie em mim, eu estou aqui por você.

- Certo, eu estava lembrando do dia em que contei para ele que era gay. Foi pouco antes de ele morrer e minha mãe não faz ideia de que ele já sabia. No início eu tentei mentir, dizendo que eu era bi, e ele riu. Eu pensava que ele iria me maltratar, me colocar para fora de casa, essas coisas que pais normalmente ​fazem. Mas não! Ele me olhou nos olhos e disse que independente da minha sexualidade, eu ainda era filho dele e que ele me amaria para sempre.

- Seu pai era um homem sábio.

- Realmente. Ele era bom demais e minha mãe era o total oposto. Quando ela soube, me dizia todo santo dia que preferia me ver morto do que com outro homem. E doía não ter mais ele para me defender. Quando soube que ele morreu, estava na escola. Já conhecia Camille, mas não éramos tão próximos. E quando ela soube que eu estava mal, ela foi até mim, me abraçou e disse que entendia minha dor. Ela chorou quando me viu mal. Ela nem me conhecia direito e arcou com todas as despesas, alguns anos depois eu paguei o que devia a ela. Ela não queria aceitar e eu disse que se ela não aceitasse, nunca mais falaria com ela.

- Você nem foi infantil não é ?! - Paul disse sorrindo e eu sorri também.

- Realmente, mas funcionou. - respirei fundo - voltando ao assunto, meu pai foi assassinado a sangue frio. Foi um assalto, um maldito assalto que tirou o meu melhor amigo de mim.

- Meu amor, eu vou entender se não quiser mais falar sobre isso.

- Eu vou continuar, - sequei as lágrimas com a manga do casaco e continuei - ele foi morto na porta da nossa casa, ele estava indo trabalhar. Não tinha nada para ser roubado e por isso foi morto. Ninguém nunca encontrou o culpado e isso me irrita, maldita “justiça” - disse fazendo aspas com os dedos - já se passaram sete anos e ninguém viu, ninguém sabe. Eu não sou rancoroso, mas eu espero que esse filho da puta esteja queimando no inferno.

- Se esse desgraçado estiver vivo e eu o encontrar, vou matá-lo por você.

- Você não precisa fazer isso Paul, você não é um super-herói invencível.

- Você tem razão, eu não preciso, eu quero. E sobre eu não ser um super-herói você tem mais razão ainda. Heróis salvam. Eu mato.

- Você é louco Paul! Mas eu.. eu amo você.

Ele me olhou um pouco atordoado, talvez por não esperar que eu dissesse aquilo ou simplesmente por ver que eu estava sendo sincero.

- Eu até te beijaria, mas você está com o nariz escorrendo. - ele disse brincando.

- Não está não! - eu passei a mão no nariz para conferir e realmente não tinha nada, quando dei por mim, ele estava bem próximo.

- Eu também amo você Ricardo, vou estar ao seu lado sempre.

- Eu amo sua bunda linda. - disse brincando com ele, o beijando em seguida.

Eu finalmente havia encontrado o meu homem. O homem que me apoiaria em todos os meus momentos.

E sobre Camille, bem.. ela está viva, na minha mente, no meu coração e na minha vida.

******

Essa cena se passa antes de ele chegar no velório da Camille.
Algumas informações são verídicas, porém adaptadas para o livro. Obrigada a todos e migo, eu te amo. Me perdoa.

Até a próxima!!

Bjs da Nah!

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Blank Space [Projeto 1989]Onde histórias criam vida. Descubra agora