Doze.

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Chegamos no teatro faltando dois minutos para as 7 em ponto.
O teatro estava bem cheio. Ficamos em pé por um tempo olhando ao redor, enquanto eu caçava o Júnior com os olhos para ver onde ele estava.
Fiquei focada em procurar ele, que não tinha visto os outros se afastarem de mim e irem para uma fileira. Sorte que os alcancei.
A Lury e a Nath com o Leo, foram pela fila de cadeiras de baixo, pois na de cima só tinham 4 assentos vagos.
As nossa cadeiras ficavam bem atrás das deles, então, ficamos bem perto.
No que fui sentar, na primeira poltrona vaga do lado direito, vejo o mesmo garoto de ontem na farmácia sentado bem ao meu lado acompanhado provavelmente pelos pais e o irmão.
Ele estava com um palitó preto bem formal fechado nos botões da cintura, e uma gravata azul de patinhos amarelos. Usava também uma calça Jeans com um tênis vermelho.
- Uau, você é mais estiloso que eu pensei. - disse a ele iniciando uma conversa
- Hahahahaha é de uma série. How I meet you mother. Já viu?
- Não, mas já ouvi falar.
- Você também tem estilo...
- Isso? - rio olhando meu vestido - foi minha vó que ajustou pra mim. Não é tão estiloso assim. No máximo, retrô.
- você não me disse seu nome.. - ele da uma risadinha.
- Sou a Blenda. Mas pode me chamar de Carol. - rio levantando minha mão. - E o seu, senhor da gravata de patinhos?!
- Meu nome é Stiven. Mas pode de chamar de Stiven Pizza - ele ri e aperta minha mão.
O som da voz de uma mulher tloma a nossa atenção, e logo nos viramos para o palco.
"Boa noite a todos aqui presente. Queremos agradecer a presença de todos aqui, e dizer que é uma honra te-los para prestigiar mais um trabalho do Boca De Cena. Hoje o nosso espetáculo vai ser sobre o Fantasma da ópera. Uma história clássica de romance Francês do século 19. Espero que gostem. Boa apresentação a todos."
Depois disso, ela se afastou e os atores todos caracterisados, ocuparam o palco.
A Bela foi a primeira a entrar. Ela tinha o papel principal. A Christine Daaé. A cantora de ópera que de inicio, triunfava a noite de gala da aposentadoria dos antigos gestores da ópera de Paris, enquanto seu antigo amigo de infância, Raoul, interpretado por um garoto forte de cabelos pretos, a ouvia cantar, e retomava o amor guardado por Christine.
Algum tempo depois da gala, a Ópera de Paris realizada Fausto, Durante a performance, Christine perde a voz e o grande lustre cai sobre a platéia.
Ela é raptada pelo fantasma e é levada para sua casa embaixo da Ópera onde ele se identifica como Erik. Que era interpretado por um garoto magro com uma máscara amarelada do fantasma da ópera.
História vai, história vem, e chega a parte do clímax da peça.
Quando Erik está sozinho com Christine, ela levanta a máscara para beijá-lo na testa. Erik revela que ele nunca recebeu um beijo (nem mesmo de sua própria mãe), nem foi autorizado a dar um e é tomado pela emoção. Ele e Christine choram juntos e as suas lágrimas "se misturam". Erik expressa mais tarde que ele nunca sentiu tão perto de outro ser humano.
Podia-se ver de todos os lados do teatro, que não havia uma pessoa sem se emocionar com aquela cena. Os atores e atrizes interpretavam com o coração aquela peça. O que a deixava mais linda e emocionante.
A peça acaba. Todos contidos em lágrimas de emoção, aplaudem de pé atores que se reverenciam em cima do palco de mãos dadas. As cabeças na minha frente ofuscavam a vista deles saindo do palco.
Por final, a mesma mulher entra no palco novamente. Agradece mais uma vez e parabeniza os atores pela atuação maravilhosa daquela noite.
8:45, e todos vão se retirando do local. Ficamos no lugar, por todos estarem aglomerados no corredor central.
Eu via todos passarem por ali. Alline, Júlia, Ana, Fabi, o povo da escola, e o Júnior. Eu pensei em ir atrás dele mas não tinha como passar por ali.
A fila cessa. Os pais e o irmão do Stiven se levantam, e vão saindo. Logo, meus tios também me impusionam para frente pra levantar e ir embora.
Lá na frente, na primeira fileira de cadeiras, estava a Bela falando com o povo do teatro. Ao lado deles, o tal do Geovane todo etiquetado com um blazer azulado, as mãos nos bolsos da frente de uma calça Jeans clara e um tênis preto. Sem contar os óculos que ele não tirou.
Saímos do teatro e encontramos meu primo e as garotas na portaria.
- Agora a gente vai jantar, né? - Perguntou minha tia agarrada no braço do meu tio.
- Mas aonde?
- Eu vi uma pizzaria antes de chegar aqui.
- Mas massa essa hora da noite faz mal. Que tal uma jantinha normal?
- Ahh, mas aí não tem graça. Eu voto no japonês....
E nosso eles ficaram discutindo por tempos. Vi a Bela, o Geovane e mais uma galerinha indo pro lado de cima do teatro, mas ainda não tinha visto o Marcos. Vi também o Júnior passar por mim ao lado da Julia e da Alline. Acenei pra eles devolta mas querendo ir pergunta-lo por que ele não me esperou aonde marcamos.
- ... Vamos pro hotel e de lá a gente pede alguma coisa pelo telefone. Temos que arrumar as malas pra irmos pra Borda amanhã. - disse a Nath quando me virei de volta pra eles.
Todos aceitaram a idéia. Mas antes de entrar no carro, ouço uma voz conhecida chamar meu nome.
- BLENDA!!! - era a Júlia vindo correndo até mim gritando meu nome. - você não quer ir com a gente na praça? Vamos comer um lanche lá.
Olhei para minha tia como quem queria pedir algo.
- Tá bom, vai! Mas volta logo por que sabe que sua mãe tá pra São Paulo e eu não quero correr atrás de você por aí. - disse ela já de dentro do carro. - acho que vai precisar disso. Toma. - ela me dá 20 reais. Agradeço e sigo com a Júlia.
Os outros dois ( Alline e Júnior ) estavam esperando a gente. Cheguei perto deles e os cumprimentei.
Fomos rumo a praça coversando bastante. Eu meio que já conhecia eles, então não fiquei muito na defensiva e me soltei mais.
Não vi mais o Stiven depois que saí do teatro. Alguém estiloso como ele só pode ter ido encontrar a namorada.
Ele tinha uns papos legais, apesar das poucas vezes que conversamos. Eu até pensei em pedir o número dele mas.. Fiquei com vergonha.
Chegamos na sorveteria e cada um pediu seu sorvete. Fiquei com receio de gastar todo o dinheiro, e preferi ficar só com uma casquinha de duas bolas mesmo.
Saímos da sorveteria e fomos pra praça. Sentamos em um banco, e lá ficamos conversando.
As duas ficaram zoando eu e o Júnior falando que éramos namoradinhos e perguntando como foi o "beijo" o que a gente sempre falava que não houve, mesmo elas insistindo nessa idéia.
Passaram-se mais algum tempo, e meu celular toca, logo depois o da All. No meu, era a Bela. Dizendo que ia ter uma "festinha" na casa do Geovane e tava me convidando pra ir lá. E no da All, era o Geovane dizendo o mesmo e também a convidando.
Levantamos e fomos direito pra lá.
Aparentemente, tudo estava normal, até nós entrarmos para dentro.

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Link para o enredo completo do fantasma da Ópera:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/O_Fantasma_da_%C3%93pera

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O amarelo da parede. (Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora