Capítulo 20

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— Posso te fazer uma pergunta? — Nina enrijeceu, mas assentiu logo após. — Hoje eu liguei para a casa da Megan e ela atendeu, eu perguntei sobre você e ela disse que não falava com você a dois dias. Nina, onde você esteve? — A mãe disse séria e com os braços cruzados.

Nina simplesmente não sabia o que dizer. Afinal ela não tinha nenhuma desculpa elaborada. Tudo o que pensava agora era: droga, estou tão ferrada. Michaela a olhava persistente. Nina tentava desviar o olhar, até que a mãe começou a rir e a menina estranhou. Ela se perguntava se tinha feito algo de errado, até que a mãe esclareceu.

— Sua cara foi ótima filha! — A mãe ainda dizia vermelha de tanto rir. — Eu liguei pra Meg e ela disse que você estava dormindo e que estava tudo bem. Por que ficou tão nervosa? — A mãe terminou tentando se conter dos risos.

— Ah, é porque — Nina disse hesitando, para poder pensar em alguma resposta boa. — vai que ela disse isso antes de eu chegar lá na casa dela, ai não sei se você acreditaria, você poderia pensar que era uma desculpa esfarrapada, não é? — Nina disse sorrindo envergonhosamente.

— Hum... Eu vou dar uma caminhada, ficar bem saradinha. — Nina fez cara de nojo. — Você devia dar uma também. — A mãe disse já atravessando pela porta e a fechando.

Não é o que o Ian pensa. Nina pensou e riu consigo mesma. Ela subiu para seu quarto, ficou o dia inteiro lendo e dormiu cedo, por estar cansada.

Dia Seguinte/Segunda.

Nina e Megan, como passaram para o ensino médio, resolveram fazer um curso preparatório para se aperfeiçoar na nova fase de suas vidas. Enquanto Nina esperava sentada num canto qualquer, mexendo em seu celular, enquanto pensava em Ian; Megan passava pelo portão de ferro e logo após percorria o longo corredor, chegando até a cantina, onde encontrou Nina rindo a toa para seu celular. Megan aproximou-se da amiga, mas logo percebeu uma menina sentada a dois bancos depois de Nina. A garota estava com uma blusa preta, estampada com a foto da Marilyn Monroe, calça jeans desbotada e calçava Vans cinza. Seu cabelo era ruivo-amarronzado, raspado na lateral esquerda, com um alargador pequeno na orelha. Seu rosto era cheio de sardas, o que combinava com sua pele clara. A menina estava olhando para o caderno, com a cabeça abaixada, porém, num leve movimento, passou os dedos pelos cabelos e levantou o olhar fitando o lado adversário de Megan e com movimentos suaves, foi virando a cabeça, passando o olhar pelo lugar até chegar em Nina e logo após, em Megan, dando um leve sorriso ao perceber que a menina a fitava.

Megan Fox P.O.V.

Após traçar o corredor extenso, encontrei Nina sentada em um banco, sozinha. Andei até ela vagarosamente, até parar em sua frente, mas quando iria falar com ela, meus olhos se depararam com uma menina a uns bancos depois dela. Me senti empalidecer e observei a menina por alguns segundos. Ela era atraente e tinha a lateral da cabeça raspada de uma maneira que nunca reparei antes em ninguém. Ela coçou a cabeça e jogou seus cabelos ao vento, para trás. Foi um ato tão sensual e ao mesmo tempo natural. Ela escorregou o olhar em minha volta e depois parou em Nina e eu, naquele momento, perdi meu chão. Comecei a suar frio e balbuciei algumas coisas sem sentido. Milhares de borboletas tentaram dominar meu corpo naquele momento. Meu chão se abriu e eu me vi pequena, sozinha e por mais estranho que pareça, me senti atraída e quando percebi que a menina havia notado que eu não parava de olhá-la, sorriu pra mim. Dentes brancos, e boca pequena, na medida perfeita. Quando vi aquele sorriso, corei e minha alma nunca gritou tão alto. A menina riu de minha cara e eu voltei ao meu estado normal e amarelada de vergonha, sorri de volta. Olhei para Nina e percebi que havia falado algo e olhava estranhamente pra mim.

— Hm, oi...— disse Nina, desconfortável.

— É, hum, oi...— Respondi sem jeito. Foi quando que para sua felicidade, o sinal tocou.

Narradora P.O.V.

Mesmo elas não tendo comentado nada sobre aquele estranho momento, as duas souberam exatamente o que havia acontecido e então esperaram a menina seguir primeiro e depois partiram. Megan ainda estava enrubescida e Nina percebeu seu desconforto e achou melhor não comentar sobre aquilo por enquanto. Quando chegaram na sala, sentaram no fundo da sala comprida para conversarem, aonde permanecia um zunido de vozes durante toda a aula e o professor não se importava. Megan, para quebrar o gelo, perguntou sobre o motivo da mãe de Nina, Michaela, ter ligado para sua casa a noite.

— Posso saber o motivo de sua mãe ter ligado pra minha casa? — Megan perguntou com a voz trêmula no início, mas depois conseguiu se estabilizar.

— Nossa, pensei que nunca perguntaria. — Nina bufou. — Você não vai acreditar se eu te contar.

— Desembucha logo.

— Promete não contar para ninguém? Nem para o Dean? — Nina perguntou quase que sussurrando.

— Não confia em mim? — Ela disse em um tom desafiador.

— Enfim... — Disse Nina mudando de assunto.

Ela contou para Megan tudo esclarecidamente, Megan no início não aprestou atenção, mas quando ouviu o meio da história, ela arregalou os olhos e voltou toda sua concentração nas palavras que saiam da boca de Nina.

— Gostei do seu sonho, bem criativo. — Megan disse não acreditando em toda a história.

— Mas é verdade! — Nina disse quase que com raiva por ela não acreditar no que dizia.

— Impossível de acreditar. — Meg terminou com uma expressão duvidosa.

— Pois acredite porque é verdade.

— Você.. E... Ele?! — Megan perguntou meio surpresa.

— É.

— Então vocês namoram? — Megan disse pausadamente.

— Eu sei lá, só estou pensando em uma coisa: o que aconteceu lá fora com a menina, hein?!

Megan empalideceu e depois corou. Ficou toda sem jeito e para disfarçar, começou a mexer no cabelo e olhar as unhas.

— Ai meu Deus! Então foi isso mesmo que eu tô pensando?!— Perguntou Nina, com os olhos arregalados.

— O que você tá pensando? —Perguntou Megan, preocupada.

— Deixe de ser cínica! Nós duas sabemos muito bem o que aconteceu. — Nina estava séria, Megan pôde perguntar isso e começou a suar.

— Hãm... Vou tomar um ar, lá fora... Não me sinto muito bem.— Disse Megan, dando uma desculpa qualquer para adiar o assunto.

Já tinham se passado quase cinquenta minutos de aula e Megan desceu para fugir de Nina por um momento. Não parou de pensar na tal menina nem por um segundo desde que a vira. Quando desceu as escadas, foi até o banheiro feminino e lá encontrou a garota que havia pensado tanto, desde que atravessou as grades de ferro. Megan ficou boquiaberta e feliz, porém, sentiu seu estômago revirar. Megan sorriu para a menina e a mesma retribuiu o sorriso. A menina encostou-se na parede e disse que seu nome era Amy.

— Megan.

— Sabe, não consegui parar de pensar em você... — Ela disse num tom comprometedor. Sua voz era rouca e seduzente. Megan não conseguia dizer nada, apenas olhar a menina que a olhava desafiadoramente.

— O gato comeu a língua? Acho que assim eu mesma vou ter que achar. — Amy disse se desencostando da parede, mas continuando ali imóvel. Megan se encostou na parede oposta e fez uma expressão risonha e tímida.

— Eu não sei o que dizer. — Megan disse com vergonha e seu rosto inteiro corou.

— E quem disse que é pra falar? — Amy deu um passo a frente e logo parou, olhou Megan de cima a baixo até parar seu olhar em seu rosto. — Boca legal. — Amy disse tamente até parar a pouco centímetros do rosto dela. — Posso beijar? — Ela disse numa voz sedutora, que causou arrepios em Megan.

Virando a cabeça um pouco para o lado, com um sorriso malicioso no rosto. Ela andou até Megan.

— Mas eu tenho... — Antes que a menina pudesse continuar a frase, Amy foi mais rápida, a beijou de uma forma que Megan no início não soube reagir, mas logo conseguiu entrar no embalo.

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