— Não me deixe falando com o seu silêncio. — Ian finalizou, o seu tom de voz era claro e arrepiante. Nina só imaginara uma vez que era Ian, mas as chances eram zero e agora ele dizia ser quem escreveu a carta? Deu os bombons? Que marcou o encontro? Isso era tão improvável, só podia ser uma brincadeira.
— Espera aí... — Nina disse apontando com o dedo. — Bombons?! Carta?! Sério?!! Isso não combina com você. — Ela disse com os olhos semi-cerrados balançando a cabeça.
— Deve ser porque você nunca teve a chance de realmente me conhecer. — Ele falou com um sorriso misterioso, Nina arqueou a sobrancelha e ele a imitou. — Vamos, está na hora.
Ele se levantou, ela continuou ainda sentada rebobinando tudo em sua mente, foi aí que ele estendeu a mão para ela, Nina a olhou e depois olhou para ele. Ela aceitou, segurando sua mão e se levantou. Ela seguia os passos de Ian; ele atravessou a rua e depois continuou andando pela calçada, olhando tudo a sua volta.
— Aonde você está me levando? — Nina perguntou já preocupada.
— Você vai descobrir. — Ele disse com um sorriso promissor no rosto e os olhos voltados para frente.
Enquanto os dois andavam, Nina percebeu depois de um tempo que estava andando sozinha, ela se distraiu olhando para a rua que acabou nisso. Olhou para trás e viu Ian parado em frente a algum lugar que não dava pra ver da onde ela estava. Chegando mais perto, ela pôde ver, era um restaurante que ele fitava. La Cienega Boulevard, um dos restaurantes mais falados da cidade.
— Vem, vamos entrar. — Ele disse pondo a mão acima da cintura dela e dando um pouco de impulso, mas Nina firmou os pés no chão e continuou ali imóvel. Ele a olhou com dúvida. — O que foi? — Ian perguntou gentilmente.
— Por que aqui? — Nina perguntou séria.
— Bem, é o melhor restaurante da região, achei que gostaria... — Nina o interrompeu.
— Não Ian, não gostei. Você para de falar comigo um tempão e do nada volta achando que vai me comprar com um restaurante cinco estrelas? — Nina disse com o olhar fuzilador, Ian ficou pasmo, ele tinha 100% de certeza que ela gostaria.
— Mas... — Nina não deixou ele terminar.
— Ian, você parou de falar comigo por causa do meu irmão — Ela disse dando dois passos a frente. — e você acha que se voltar a qualquer hora eu vou sempre estar disposta a você como antes? — Ian não soube responder, os dois ficaram em silêncio, os olhos de Nina ardiam de raiva. — Eu vou embora. — Ela disse o deixando ali sozinho, já indo embora.
— Eu te levo!
— Não precisa, eu me viro. — Ela gritou enquanto andava. Nina já tinha andado uma boa parte, abriu a bolsa para pegar o dinheiro do táxi, mas levou um susto ao ver que não tinha nem uma moedinha ali. Ela continuou andando, já estava um quarteirão depois. Nina sentiu os primeiros pingos de chuva caírem sobre ela, Droga! Nina pensou. Ela estava longe para voltar pra casa, então apressou o passo, mas não adiantou, os pingos logo ganharam forças e caíram mais forte sobre ela. A água estava fria e a fez se encolher. Nina sentiu uma presença atrás dela e viu que não era humano e sim um carro preto ao seu lado. Acelerou o passo, mas o vidro foi baixando e viu que era Ian.
— Entre no carro. — Ele disse com a voz rígida.
— Não. — Ela disse e continuou a andar, mais depressa dessa vez.
— Nina, não seja orgulhosa! Olha seu estado.
— Sim Ian, mas e daí? — Ela disse parando e ele também parou o carro. Ian a encarou por um momento e disse:
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O Melhor Amigo Do Meu Irmão.
RomantizmO ano quase acabando, Nina, irmã de Paul, conhece Ian que é melhor amigo de seu irmão. E ele foi o primeiro melhor amigo de Nina, o primeiro que ela sentiu uma tentação. Mas tem um problema: Ian a considera uma irmã e Nina quer fazer de tudo pra mud...