Capítulo 38

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— Saber o que? — Uma voz familiar disse da entrada da cozinha. Nina encarava a figura de boquiaberta e depois olhou para Ian. Ele se virou e viu Paul de braços cruzados, enquanto encarava os dois de maneira curiosa.

Nina deu um passo a frente, ficando do lado de Ian. Eles se entreolharam até olharem novamente rosto de Paul. Sua expressão dizia claramente: “eu sei que vocês estão escondendo alguma coisa”.

— É... Hãm... — Nina murmurou, enquanto pensava.

— Nós voltamos. — Ian disse rapidamente e Nina o olhou, o repreendendo com os olhos arregalados. Com o olhar de “o que você fez?”.

— E pretendiam fingir que nada aconteceu até quando?

Ian olhou para Nina, sabendo que quem não queria contar desde o início ao fim, fora ela.

— Vou dizer uma coisa a vocês e espero que essa seja a última vez que digo isso. Eu não sou mais o mesmo que me irritava pelo Ian tocar no seu cabelo, Nina. Eu apenas percebi que não vale a pena. Querendo ou não, um dia você ficaria com alguém. Mas eu só me irritei com vocês dois, porque não me contaram nada disso e vocês sabem muito bem o que fizeram. E sabem muito bem no que deu.

— Se eu te contasse antes de tudo que eu estava com o Ian, então você simplesmente... Aprovaria? — Nina perguntou franzindo o cenho.

— Não e sim. É claro que eu ficaria bravo com vocês dois, quer dizer... Você é minha irmãzinha e você, — Paul apontou para Ian — pelo menos pensei que era meu melhor amigo. Mas aí vocês mentem para mim. Quando o Ian mentiu para você sobre a Susan, — Nina se sentiu desconfortável ao falar daquilo. — você não ficou nada bem, então se ponha no meu lugar. Só estou dizendo para me falarem na próxima. Agora eu tenho que ir, vou trabalhar.

Paul saiu da cozinha com o rosto decepcionado — não com a volta deles e sim que não confiaram o suficiente nele para contar e então, mentiram. Nina escutou a porta sendo fechada brutalmente e seu corpo estremeceu. Ian virou o corpo para ela e a olhou com um sorriso.

— Por que está sorrindo? — Ela perguntou com nojo.

— Porque eu tinha razão. E agora eu posso dizer: Eu te avisei. — Ele sorriu sombriamente, com os olhos pouco arregalados.

— Se você quer que minha mão pare no seu rosto, é só avisar.

Ele riu e Nina viu que ele estava feliz. Na verdade, os dois estavam felizes. Até porque estar com quem te faz bem, te faz ficar bem, certo?

***

Dois meses depois...

Nesses dois meses que passaram voando, dias depois da volta de Nina e Ian, o dia do Ano Novo havia chegado. Eles juntaram a galera e ficaram na casa de Nina e Paul, comendo uma pizza tamanho família. E então, tinham entrado em um novo ano. Quando o relógio marcou meia noite, Joseph deu um berro, anunciando a chegada do novo ano. Eles dormiram lá, inclusive, todos bêbados — exceto Nina. Duas semanas depois e tudo estava correndo muito bem para Nina, apesar dos enjoos matinais. Mas Nina já havia se acostumado com isso. Um dia qualquer, Ian teve de faltar ao trabalho para levar Nina para fazer a ultrassom novamente. No caminho, Ian passou no banco para pegar o dinheiro que a mãe dele havia depositado em sua conta para pagar o exame. Chegando lá, eles fizeram tudo direitinho, até que a doutora perguntou se eles queriam saber o sexo do bebê. Nina olhou para Ian, um tanto aflita e assentiu. Mas infelizmente, a doutora disse que não era possível identificar ainda e para voltarem outro dia, que talvez, ela conseguiria identificar qual era o sexo.

Nina não se importava muito se fosse menina ou menino, o amaria do mesmo jeito. Ian tirou até foto do ultrassom do bebê e mandou para a mãe, totalmente feliz de saber que ele estava saudável.

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