Capítulo 37

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- Aceita se casar comigo?

Nina estava paralisada, como se fosse uma estátua. Sua boca estava totalmente enrijecida. Sua mão suava e suas pernas estavam em um estado que se sustentavam por uma força sobrenatural não identificada. Ela esperava se casar com ele um dia, mas não esperava um pedido aos 14 anos, com um bebê e logo depois de uma briga. Ian olhava para Nina como se tentasse passar segurança a ela, confrontando a inquietação que se passava nos olhos dela.

- Por favor, diga alguma coisa. - O tom de voz de Ian era de súplica. Nina olhou para o lado, olhou para o outro, até finalmente, olhar para Ian e suspirar pesadamente.

Quando Ian pensou que ela iria responder, Nina driblou Ian, passando por ele e andando para longe, totalmente hesitante. Ela pôde ouvir a caixinha sendo fechada. Ian se virou e viu Nina olhando fixamente para o canto.

- Somos muito novos para isso. - Ela fechou os olhos e quando os abriu, eles olhavam para Ian. - Eu só tenho 14 anos, Ian. - Nina sussurrou, mas não foi totalmente inaudível.

- Se eu dissesse que não ligo pra isso, você não acreditaria, certo? - Ele a olhou totalmente consternado, desolado. - Isso é um não?

Quando Nina assentiu com a cabeça de forma lenta, Ian franziu a testa como se sentisse dor. E sentia. E ela percebeu o leve tremor que percorreu a mão dele e a mesma, estremeceu. Ian piscou e virou-se, de modo com que ficasse de costas para ela. Estava com a mão na boca, enquanto descia lentamente, se arrastando pelo queixo até cair de lado em seu corpo.

- Depois de tudo o que aconteceu, você fala que somos novos pra isso? - Ele não a encarava e sim, a parede. - Nina, não pode ser só isso, tem que haver mais algum motivo. - Ian se virou para ela. - É a Susan? - Ele começava a soar histérico.

- Não. - Nina abaixou a cabeça, olhando para o chão. - Eu só estou confusa...

- Confusa? - Ian disse totalmente incrédulo. - Eu que devia estar confuso! Eu que devia estar me perguntando o que eu fiz de errado, mas o problema é que eu não sei. - Ele levantou a cabeça, tentando absorver as lágrimas que estavam prestes a sair. Quando voltou a olhar para Nina, ela viu que os olhos dele estavam brilhando. E ele respirava tremulamente.

- Eu ainda quero sua amizade... - Ian a interrompeu, não acreditando no que acabara de ouvir.

- Não. - Ele disse firmemente. Ian tinha uma expressão como se tivesse comido algo estragado. - Eu pensei que você...

- Que eu te amasse? Eu te amo, sim. - Um longo silêncio se estendeu.

- Isso é por causa do Michael? Por que você gosta dele?

- Não! - Ela exclamou prontamente com a voz fina. - Ian, tente entender... - Nina parou de falar, não conseguia achar as palavras certas. Não entendera nem porque recusara o pedido, só sabia que não era a hora certa. E que se aceitasse, talvez se arrependesse depois.

- Eu não posso perder você, Nina. Não posso. - Ele balançava a cabeça enquanto falava, quase que para si mesmo. - Eu posso até tentar entender que você não aceitou, mas não me faça ser apenas seu amigo, por favor... - Uma coisa passava por seus olhos. Uma coisa que Nina estranhava. Que nunca tinha visto. Era uma mistura de súplica, tristeza e algo a mais.

 Era uma mistura de súplica, tristeza e algo a mais

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