Kalila narrando:
- Filha!- mamãe exclamou assim que adentrou e me viu na sala de espera.
Antes de ela chegar até mim, eu observei as pessoas ao redor e me deparei com aquele mesmo homem, que estava vigiando nossa casa.
Minha mãe se aproximou e me abraçou. Eu aproveitei o momento, o abraço carinhoso e a sensação de compreensão, fechando os olhos.
- Você está bem?- ela perguntou após o abraço.
Eu procurei com o olhar o homem que nos observava, mas ele havia sumido.
Não tive nem tempo para analisar os fatos, pois a irmã Helena apareceu.
- Alguma notícia?- perguntei a irmã Helena.
- Não. Nenhuma.
Ficamos sentados na sala de espera, todos próximos em uma perfeita união.
- Não se preocupe, Deus é maior e está agindo. Ele tem seus planos e os seus sonhos. Felipe estava se consertando e abrindo seu coração para Deus- falei para a irmã Helena- Apenas confia, não perca a fé. Deus pode tudo e nada e nem ninguém impede seus planos- falei lembrando da palavra que li pela manhã.
- Tô mantendo a fé em Deus. Sempre!
(. . .)
Depois de mais ou menos uma hora, uma enfermeira aparece na sala de espera e nos encara.
Todos nós nos espantamos e nos levantamos.
- Algum problema?- irmã Helena perguntou- Algo de grave com meu filho?- ficou deseprada pelo silêncio da enfermeira.
- Acalme-se senhora- a enfermeira tentou acalma-la, mas de nada adiantou- Eu preciso que a pessoa chamada Kalila me acompanhe.
Eu arregalei os olhos e a acompanhei.
- Porque eu?- perguntei para a enfermeira que me guiava pelos corredores em direção, supostamente, ao quarto de hospital aonde o Felipe se encontrava.
- Porque ele chama pelo seu nome sem parar!
- Chama?- entrei em choque de felicidade- Isso quer dizer que ele acordou?
- Sim- esta simples palavra fez meu coração acelerar a mil por hora.
Assim que adentrei a porta do quarto, eu me deparei com o Felipe assustado, observando tudo ao seu redor.
O seu olhar veio de encontro ao meu e uma lágrima "saliente" escapou.
- Kalila- pronunciou meu nome com um sorriso nos lábios.
Sem falar nada eu me aproximei dele e o encarei. Eu estava quase perdendo as últimas esperanças que ele acordaria, mas Deus, mostrou para mim que ele está acima de qualquer diagnóstico médico.
- O que aconteceu? Eu não lembro!- falou meio desesperado.
- Você lembra do quê?
- De tudo que aconteceu antes de eu sair e encontrar o Diego.
- Deve ser normal- tentei acalma-lo- Senti sua falta.
- Eu sei que sentiu!- brincou.
- Engraçadinho- disse.
- Ei, vem aqui- falou e abriu os braços.
Me aproximei mais e o abracei. Um abraço forte e apertado, um abraço entre duas pessoas que estão matando a saudade de uma eternidade.
- Será que vai demorar para mim sair daqui?
- Tomare que não!
- Se Deus quiser será logo- ele ficou calado por um tempo, mas continuamos nosso abraço- Sabe Ka?
- O que- perguntei me desvincilhando do abraço.
- Eu quero aceitar Jesus!
Eu fiquei tão feliz ao escutar isso.
- Já imaginou se Deus não tivesse misericórdia de mim e eu morresse sem minha salvação?- falou olhando-me profundamente- Eu iria para o inferno, morreria sem Deus.
- Mas você também fez por onde, Jesus viu que você estava merecendo ficar aqui! Ele sabia que você precisava dessa prova para se converter!
- Verdade.
Ficamos a conversar, até que todas as pessoas da igreja e amigos do Felipe invadem o quarto com bolo, balões, brigadeiros, salgados e outras delícias.
* * *
No dia seguinte...
Os médicos fizeram alguns exames no Felipe e disseram que ele está sem lembrar do que aconteceu por causa do impacto que ele sofreu na cabeça.
Fora isso, tudo está maravilhoso! Uma grande vitória Deus nos deu!
Infelizmente, o Felipe ainda não recebeu alta, mas eu creio que logo ele irá para o colégio com a gente e tudo voltará ao normal.
Assim que eu assentei na minha cadeira do colégio, de todos os dias , percebi que em cima dela havia um bilhete. E nele estava escrito o seguinte: "Preciso falar com você Kalila! É urgente e só você pode me ajudar! Estou te esperando na sala do zelador, para termos mais privacidade. Não demore!"
No bilhete não havia identificação, o que me deixou desconfiada! Mas mesmo assim caminhei em direção a sala do zelador. Quem sabe não é alguém passando por dificuldade?
Fui até a tal sala e antes de entrar eu respeitei fundo e pedi a Deus discernimento.
Peguei no trinco da porta e abri, olhei para dentro e era um lugar relativamente grande para uma sala de zelador.
Assim que entrei e observei o lugar em busca de alguém, escutei um barulho. O barulho de porta se fechando!
Corri até a porta e para minha surpresa, ela estava trancada.
- Não pode ser! Socorro! Alguém me ajuda.
De nada adiantou gritar, este lado da escola é muito pouco movimentada.
Como não havia o que fazer, eu sentei no chão e elevei meus pensamentos a Deus.
(. . .)
Passei muitas horas no quarto do zelador e comecei a passar mal. O lugar era úmido, o que me deixou com febre, dor de cabeça e mal estar.
Estava prestes a vomitar naquele lugar, não aguentava mais!
Quatro horas depois...
- Mais grato a ti, mais grato a ti. Mais consagrado oh faz mim semhor! Mais umilhado e cheio de amor, faz-me mais grato a ti, mais grato a ti- cantarolava ao Senhor.
De súbito ouve-se um barulho na porta. O zelador entrou por ela e se deparou comigo.
- Você está bem?- ele perguntou preocupado.
- Não, não estou- depois eu senti meu corpo amolecendo e uma escuridão tomar conta de mim.
* * *
- Como você está grande! Você cresceu rápido minha garotinha! Eu queria ter visto isso mais não deu, eu não ia ser uma pessoa boa para você, mesmo eu querendo ao contrário!- escutei assim que meus sentidos começaram a voltarem- Agora não há nada que eu possa fazer, agora eu sou um homem mal, o chefe do crime. Mas eu te amo, te amo muito, te amo mais que a minha própria vida e mesmo sem você saber, estou te protegendo.
3/3
Terminamos a marotana! Espero que tenham gostado❤
Bjs e fiquem com Deus!
"O ser humano é falho e tardio, mas Deus é perfeito e nos ama de verdade".
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Garota Cristã
Spiritual#4 em Espiritual (12/07/2017) Sinopse: Esta é a história de uma adolescente chamada Kalila Belluz, que no auge dos seus 16 anos acontece uma tragédia; sua mãe morre com sintomas de derrame. Quase todos...