Capítulo 9

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Estava terminando de almoçar na cozinha da República quando Marta entra e me chama dizendo:

— Pablo, tem alguém que quer falar com você!

Olho para ela e pergunto:

— Quem é?

— Ele diz que é um amigo seu.

— Já estou quase terminando de almoçar e já estou indo.

Marta sai da cozinha e vai pedir para o meu amigo me aguardar um instante, depois ela volta, e começa a recolher algumas bandejas que estavam sobre as mesas.

Termino de almoçar e levo minha bandeja até o balcão, e vou até a sala para falar como o tal amigo que me esperava. Ao entrar na sala vejo João sentado no sofá olhando uma revista, ao vê-lo começo a bater palmas ironicamente, ao me aproximar digo com ironia:

— Então quer dizer que agora você voltou a ser meu amigo. Ou quer ser o meu amigo?

Ele levanta e estende a mão para me cumprimentar, mas eu o ignoro e cruzo meus braços e o encaro olhando nos olhos dele, ele fica constrangido e recolhe sua mão, dizendo:

— Eu vim até aqui para te fazer uma proposta, uma proposta muito boa para você, eu sei que você não vai recusar.

O sangue começa a ferver em minhas veias, penso em dar uns bofetões nele e arrebentar a sua cara de ignorante, mas me seguro porque sei que a violência não leva a nada. Eu me aproximo mais dele, pois sei que ele nem imagina o que eu estou aprontando para ele, então eu volto a encará-lo e digo antes que ele faça sua proposta:

— Eu vou te fazer uma contraproposta antes que você faça a sua proposta, e é a única proposta que eu tenho para fazer, você pode sentar, por favor... ─ Me sento no sofá de frente para ele, o observo por alguns segundos, então me inclino para frente apoiando meus braços em minhas pernas e digo, olhando nos olhos dele: — A minha proposta é a seguinte, você me passa 95% das ações da sua empresa e posta uma nota em todos os meios de comunicações, jornais, revistas e internet dizendo o que você fez comigo, aí eu faço a atualização desse aplicativo e de todos os outros que a empresa tem.

Ele me olha com cara de quem não entendeu a minha proposta, e esfrega suas mãos e olha para elas, em seguida me diz:

— Não posso te repassar os 95% porque eu só tenho 55% da empresa... ─ Ele respira fundo e me diz sem me olhar no rosto: — Eu te faço outra proposta...

O interrompo dizendo antes que ele faça sua proposta:

— A minha proposta é essa e não tem outra proposta, ou você aceita ou cai fora, porque já te falei outro dia o que eu penso de você e se você não quer essa proposta se vira. Procure outro que faça as atualizações de seu aplicativo, ou do meu aplicativo, se conseguir encontrar alguém que consiga fazer... ─ Levanto-me para ir embora, ele também levanta e tenta me convencer dizendo:

— Pablo, por favor seja coerente, vamos conversar e tentar negociar. Vai ser bom para mim e será bom para você, eu sei que agi mal, mas vamos começar daqui para frente um novo negócio, você vai ganhar muito com a minha proposta. Escuta ela, por favor.

Me viro com raiva e o encaro dizendo:

— Eu fiz a minha proposta e não tem outra proposta, se você não quer aceitar cai fora, porque eu não tenho o que conversar com você. Eu não quero fazer negócio com você, pois uma eu fiz e você aprontou comigo, me enganou e a confiança de uma pessoa você perde uma vez só, cai fora daqui ou você quer que eu te ponha para fora daqui a ponta pés? Tenha um pouco de dignidade e pare de me procurar e se humilhar! Se você aceitar a proposta que eu fiz, a gente até pode pensar em voltar a ser amigo um dia, mas é só se você aceitar essa proposta, caso contrário, não tem conversa. E, por favor, retire-se daqui!

João saiu caminhando lentamente, mas ao chegar a porta ele se virou e olhou para mim e disse:

— Você vai se arrepender por não ter aceitado a minha proposta.

Dou uma risada irônica e pergunto em seguida:

—Você está me ameaçando? Foi isso o que eu entendi?

— Entenda como quiser, mas que você vai se arrepender, você vai.

— Já me arrependi uma vez quando eu aceitei em fazer aquele negócio contigo, posso me arrepender outra fez se for o caso.

Viro as costas para ele e subo para o meu quarto e João sai da República batendo à porta.

Ao subir as escadas me encontro com Bia e Judy, elas vinham descendo. Ao me encontrarem, Bia pergunta:

— A faculdade está aberta hoje de tarde? Pois a gente pensou em ir até lá para atualizar alguns dados e para conversar com os professores e conhecer a faculdade?

— Podem ir sim, lá vai ter alguém para atender vocês, é bom mesmo vocês terem tudo atualizado antes das aulas começarem, já que daqui há dois dias começam as aulas.

— Muito obrigada... ─ Disseram as duas e continuaram descendo e eu subi para o meu quarto.

AMOR A TRÊS - O ENCONTRO.Onde histórias criam vida. Descubra agora