Acordei no diz seguinte destruída, virei de um lado para o outro na cama durante a noite com receio de que alguém invadisse meu apartamento novamente, não podia ter certeza de que o Anjo da noite anterior era o único que sabia de minha localização atual.
Me arrumei e tomei um café reforçado, fui para a delegacia e entrei direto na sala de Ben. Sim, além de um dos lideres da Central, ele era delegado em Londres. Muitos dos policiais ali eram Senhores do Tempo, como Dante, que estava entre os atiradores de elite ali do departamento, Kirk, da inteligência e Stump, era legista chefe.
Conto sobre o acontecido da noite passada e das hipóteses que eu e os meninos havíamos conversado. Depois de explicar tudo fui para a minha mesa e pesquisei mais algumas coisas. Tive um pequeno caso de um marido agredindo sua filha e sua mulher, e logo fui embora. Passei um tempo na casa de Rose, conversando sobre o acontecido e pedindo para ela tomar cuidado com Íris e as outras coisas.
Já era tarde quando cheguei em casa, entro em meu apartamento, jogo as chaves na mesa e olho meu celular, para ver as horas. Noto algumas mensagens de Victor, já fazia algum tempo que tinham sido mandadas, mas resolvo responder mesmo assim.
~WhatsappOn~
Morgana: Oi Victor, cheguei agora da casa da Rose e queria saber se o convite ainda esta de pé :p – 22:01
Victor: E ai :D Ainda ta de pé sim. Quer que eu passe ai que horas? – 22:05
Morgana: daqui uma hora pode ser? Vou tomar um banho e me trocar... bjus – 22:07
Victor: beleza, passo ai daqui uma hora. Bom banho kk – 22:08
~Whatsapp Off~
Deixo o celular no armário do banheiro e entro no banho. Começo a cantar a música que tocava no celular e faço minhas higienes. Meia hora depois, saio do banho e me troco. Estava calor, então coloco uma saia preta e um cropped vermelho, um salto preto e faço uma maquiagem leve, somente um delineador e um batom vermelho. Arrumo meu cabelo e digo pra mim mesma “Estou precisando retocar o azul”, deixo-o bem liso e pego meu celular onde tinha uma mensagem do Victor dizendo que já estava lá embaixo. Fecho a casa, escondo a chave e desço. Chegando lá embaixo, ele me esperava encostado no seu Impala 69 preto, que pelo que tinha ouvido, era herança de seu avô. Usava uma calça jeans, tênis e uma camiseta social com as mangas dobradas até a altura do cotovelo. Ao me ver ele me olha e sorri dizendo:
– Desculpe-me pela palavra que vou usar agora mas, que gata você esta Morgana – ele me analisa de cima a baixo e não diz mais nenhuma palavra. Eu coro fazendo com que parecesse que eu estava de blush.
– Ham, obrigada Victor – sorrio de volta – Vamos? Você disse que iríamos aonde mesmo?
– Na Pandemônio. Dizem que é um lugar legal para curtir – ele desencosta do carro e se aproxima me dando um beijo no rosto. Em seguida, entramos no carro e partimos para a boate. No caminho, ligo o som e começa a tocar “Work– Rihanna” e eu, mesmo sentada, rebolo um pouco meio desengonçada, o que faz Victor e eu cairmos em risos sem parar.
Um tempo depois, ele estaciona em um beco perto da boate. Descemos do carro e ele o trava. Andamos um pouco em silêncio, com o canto do olho, percebia que ele me olhava algumas vezes, porém não dei muita bola, supus que ele apenas não estava acostumado a me ver vestida daquele jeito.
– Cara, você tá muito linda, moça. Eu estou espantado com tantas curvas que seu corpo tem – ele diz e rimos. Por mais que aquilo fosse meio constrangedor, ao mesmo tempo era bom ouvir elogios de alguém que não fosse a Rose.
– Nem vem, não sou tudo isso que diz – ele para junto comigo e me olha da cabeça aos pés, depois me olha nos olhos e solta um sorriso
– Vou ter que cuidar de você! Os caras daqui vão cair matando para ficar com você.
Conversamos mais e depois entramos na boate, Victor pegou bebida para nós e fui pra pista dançar. A noite passou rapidamente e, quando vi, já passava das 3:00 da manhã. No dia seguinte trabalharia, então peço a Victor que me leve pra casa e é o que ele faz.
No caminho, eu pego no sono no banco do carona e sou acordada por Victor já na frente do meu prédio, ele me ajuda a subir e me deixa na porta do meu apartamento. Nos despedimos e, quando vou dar um beijo no rosto dele, ele me agarra e me beija. Fico meio extasiada e logo em seguida me afasto. O clima fica meio sem graça entre nós e nos despedimos. Entro em casa e tomo um banho, me troco e me jogo na cama dormindo rapidamente. Acordo no dia seguinte com meu despertador tocando.
Me levanto e vou fazer minhas higienes como sempre, olho-me no espelho depois do banho e vejo as olheiras.
Depois de me arrumar e ajeitar minhas coisas, saio de casa e desço para o subsolo do prédio, tiro um molho de chaves de bolso e ando até uma Ninja 500 preta fosca. Coloco meu capacete e a chave na ignição. Monto e saio dali. A garagem se abre e eu entro nas ruas de Londres, vejo as pessoas correndo de um lado para o outro em seus mundos particulares. Alguns minutos depois chego à DP central e estaciono em minha vaga. Ao entrar no local, vejo Victor conversando com Henri e quando eles me olham os dois tem expressões distintas. Henri parecia chateado, já Victor, nem seu sorriso expressava toda a alegria que parecia sentir.
– E ai, meninos – sorrio ao me aproximar – Como estão?
– Estou ótimo e você? – diz ao me olhar enquanto Henri apenas sai dali. Estranho seu comportamento, mas deixo para lá.
– Que bom, eu estou bem. – sorrio de canto – O que aconteceu com Henri pra ele sair desse jeito daqui?
– Não sei, você conhece ele melhor que eu – rimos – Você está destruída.
– Eu sei – ajeito o cabelo – É que fui dormir tarde sabe – nós rimos e ouço alguém me chamar ao fundo. Era Ben querendo falar sobre o caso das mortes de Senhores do Tempo, que para ele eram “apenas pessoas comuns”.
Vou até sua sala e bato na porta dizendo:
– Mandou me chamar Ben? – digo e ele faz sinal para que eu entrasse e me sentasse.
– Mandei, sim, detetive. Nós estamos com uma nova suspeita do caso do “Assassino do Ouro”. – ele contava tentando ser o mais formal que conseguia, não seria bom se descobríssemos que éramos parentes. O pessoal poderia falar que ganhava privilégios. – Seu nome é Sophia Horn. Algumas testemunhas disseram ver uma mulher que bate com as características dela. Ela é uma investigadora que trabalha para a Igreja. – ouço tudo em silêncio.
– Quais são as características físicas?
– Veja você mesma, ela está esperando na sala de interrogação – sinto algo estranho, um aperto no coração – Pode deixá-la comigo, então. – tento parecer o mais firme possível, então me levanto e vou até a sala de interrogação.
Na sala, uma mulher morena, alta e magra me esperava sentada com as mãos sobre a mesa e os dedos entrelaçados. Antes de entrar, eu vou até a sala ao lado ver quem se encontrava ali. Vejo Henri, que parecia mais aflito que o normal. Quando ele me vê, para de andar de um lado para o outro e vem até mim, mesmo ainda estando com a expressão de chateação comigo. Vejo medo em seu olhar também.
– Não pode entrar naquela sala – ele segura meu braço com uma certa força e me olha nos olhos, “à seus lindos olhos azuis e castanhos” penso comigo mesma antes de dizer qualquer coisa – Você está me ouvindo Morgana, não pode entrar naquela sala – diz com o tom de voz mais alterado.
– O que pensa que está fazendo, Henri? Está me machucando. Me solta! – digo firme a ele e puxo meu braço, fazendo com que ele largasse.
– Não pode entrar naquela sala – ele repete, porém agora a preocupação era maior que qualquer outro sentimento que ele poderia ter naquele momento – Reconhece aquela mulher? – ele aponta para o espelho falso que se encontrava ao nosso lado. Quando olho, vejo alguém que jamais esperaria encontrar ali.
– Então... essa tal de Sophia Horn é na verdade...
– Sua mãe, Sophia é o nome verdadeiro dela – ele diz me interrompendo – Ela é filha de Isaac, o homem que você tanto almeja encontrar – eu estava extasiada. Não sabia como reagir, olho para Henri e o abraço. De principio, ele fica imóvel, mas logo retribui o abraço me apertando um pouco – Eles não podem saber que está viva. Se não te matarão.
– Eu tenho que conversar com ela. Eles sabem que estou viva mesmo.– olho-o nos olhos e uma lágrima cai, depois de muito tempo eu estava chorando novamente.
– Ei, não chore, não agora Morg – ele limpa a lágrima que caía e levanta meu rosto – Saiba que é perigoso que ela saiba que você esta aqui. Porém, se quer conversar, eu vou junto. Dou alguma desculpa e entro junto. – concordo com ele e o abraço novamente e saímos da sala, indo para a sala em que aquela mulher se encontrava.
Ao abrir a porta, uma cena me chama a atenção, Victor estava apoiado na mesa com a expressão séria, um crucifixo de ouro pendia em seu pescoço, ele dizia algumas coisas que não consegui entender muito bem. Henri atrás de mim segura minha mão nervoso.
– Victor? Está tudo bem? – ele se assusta e olha para mim junto com Marta.
– M-Morgana? Está sim, estava apenas fazendo algumas perguntas a Sophia – ele guarda o crucifixo dentro da camisa.
– Me deixe a sós com ela e Henri – encaro-o e ele tenta me convencer a deixá-lo ficar – Eu sou sua superior. Me obedeça e se eu ver você ouvindo pelo vidro, será punido. – ele sai em silêncio, mas a raiva que sentia era evidente. “Estranho” penso comigo mesma.
– Sempre a mais mandona, não é, Morgana? – Sophia me olha e solta um sorriso de deboche.
– Mar... Sophia – a olho com desprezo – O que faz aqui em Londres? Você que está por trás dos assassinatos?
– Ora, uma mãe não pode visitar sua filha? – ela ri e olha para Henri – Olha, o príncipe encantado que roubou você de mim, minha Sternchen...
– Calada! Mnha mãe morreu cinco anos atrás, junto com meu pai. Henri me salvou – fuzilo-a com os olhos. A raiva era grande dentro de mim, porém, devido as circunstancias, devia manter a “pose” firme e racional.
– Que brava! – ela ri e coloca as mãos sobre a mesa. Dou um soco na mesa com raiva e ela se assusta.
– CALADA! Não dirija sua palavra a mim, a não ser que eu te pergunte alguma coisa – ela faz um movimento na boca como se fechasse um zíper – É você quem esta matando os Senhores do Tempo?
– Não diretamente... Nós temos nossos comandados – ela sorri com maldade.
– Por que estão fazendo isso? Os Anjos não matam sem motivo. Nos caçam, mas sempre tem seu motivo.
– Isaac está atrás de você – ela diz firme e me olha.
– Por quê? E por que essa marca nova? – Henri coloca uma foto de um corpo sobre a mesa. No peito da vítima, havia uma queimadura em formato de cruz.
– Se eu contar tudo, a investigação de vocês perderá toda a graça e aventura – ela fica em silêncio nos olhando. Me seguro para não fazer alguma besteira.
– Escuta aqui, se você for legal e colaborar não acontecerá nada de mal a você – eu estava quase sacando minha pistola e fazendo algo muito ruim quando ela começa a falar o que sabe sobre os acontecimentos. Logicamente, não conta tudo, mas as informações já são suficientes. Quando ela para de falar, Henri pega meu braço e saímos daquela sala, indo para a ao lado.
– Voltaremos no tempo agora que já sabemos o que precisamos, ainda é muito arriscado que ela saiba que está aqui.
– Tudo bem, me dá sua mão – ele estende as mãos e eu entrelaço nossos dedos ficando próximos – Fecha os olhos, vamos voltar há uma hora atrás, okay? – ele apenas concorda com a cabeça e começamos a viagem. Tudo dura mais ou menos cinco minutos e estávamos em meu apartamento. Henri me olha e sorri
– Conseguimos – ele sorri olhando em meus olhos.~ Oi meus leitores, comentem ai o que estão achando da historia e quais suas espectativas para os capítulos futuros.
Espero que estejam gostando. ~
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Três Segundos
Science FictionMorgana é uma jovem que descobre que o mundo de Viajantes do Tempo existe... e que ela é uma de sua família... Após essa descoberta, diversas tragédias, acontecimentos e aventuras novas surgem em sua vida... fazendo ela conhecer lugar e pessoas nov...