Capitulo Dois: Die Genetische Veranlangung - "A herança genética"

113 10 2
                                    



     Após uns vinte minutos, o ônibus para na frente ao meu prédio. Eu me despeço de Samuel e meus amigos e desço. Ao descer, paro e olho pra cima, vendo os vinte andares do prédio. Eu morava em um bairro de classe média alta e, devido a isso, o prédio era um pouco mais sofisticado que os outros. Se fosse por mim, moraríamos em uma casa com um jardim enorme, mas meus pais são muito protetores e dizem que ali é mais seguro para nós. Eu nunca entendi muito o porquê disso, pois sempre que os questionei sobre isso, eles desviavam desse assunto, fazendo com que eu me calasse.
    Entro no prédio e cumprimento o senhor Klaus, que era o porteiro daqui. Ando dois metros, mais ou menos, e paro em  frente ao elevador, esperando-o chegar. Quando ele chega, eu entro e aperto o botão do vigésimo andar e, minutos depois, já estava lá. Saio do elevador e entro em casa.
    – Cheguei – digo ao entrar e tirar meus sapatos. Além de super-protetores, meus pais tinham suas manias de limpeza, por isso não gostavam que entrássemos com o sapato da rua em casa. Logo depois de anunciar minha chegada, minha mãe grita alguma coisa da cozinha. Caminho até ela ajeitando as pantufas de zumbi em meu pé – Olá, mama... papa – Olho-os e vejo que estavam tensos demais, por mais que tentassem esconder isso ao máximo.
    – Olá, querida! Como foi na escola hoje? Algo de diferente aconteceu? – minha mãe diz segurando um copo de água. Ela era uma mulher linda, cabelos longos e lisos, com alguns cachos nas pontas, seus olhos verdes e amendoados eram o que mais me chamava atenção, e creio que foi o que chamou a atenção de meu pai também.
    – Normal, mama, a não ser pelo meu sonho estranho na aula de história – pego uma maçã na  fruteira e me sento no banco perto dos dois
    – Sonhos estranho, filha? Conte-nos como foi esse sonho – diz meu pai, olhando para minha mãe e depois para mim, tentando esboçar um sorriso sincero, o que foi um verdadeiro fracasso. Meu pai também era um homem muito bonito, possuía um cabelo loiro e meio cacheado, e olhos azuis como um lago cristalino, que aposto que qualquer mulher ficaria louca para mergulhar, se é que me entende... Eu, puxei as características de meu pai, mas a muito tempo não me via de cabelo loiro, devido ao fato de eu pintar de azul claro.
    – Eu estava na aula de história, como falei, e a professora estava falando sobre a Segunda Guerra Mundial, quando eu ouvi um barulho de canhão, do nada sabe... – olho-os, mas continuo – Daí, eu acabei dormindo e, quando achei que tinha acordado, não estava mais na sala de aula, eu estava no meio de um campo de batalha, no meio da guerra, até um soldado nazista aparecer e me agarrar pelo braço perguntando o que eu fazia ali, me enchendo de perguntas que eu não conseguia entender muito bem – meus pais trocavam olhares de tempos em tempos e, quanto mais eu falava, mais tensos eles ficavam – Daí, ele me levou para um bunker e eu acordei quando o Samuel me chamou para irmos embora – o silêncio permanece por longos dois minutos, assim como as trocas de olhares de meus pais – Olavo e Sophia Gauloski, vocês estão bem? – chamo os dois pelo nome para chamar a atenção e trazê-los para o mundo real.
    – Filha – finalmente meu pai quebra o silêncio, mas a tensão ainda fica no ar – Receio que isso que teve não foi um sonho...
    – Você esta louco, papa? Como viajaria para 1942?
    – Na verdade, 1944, filha – Corrige minha mãe – exatamente no “Dia D”, dia 6 de junho de 1944... – ela olha para meu pai e eu fico em silêncio tentando entender tudo que me diziam
    – Filha, tem coisas sobre suas descendências que você não sabe. Porém, devido ao o que aconteceu hoje, achamos melhor e menos perigoso contarmos a você o que você realmente é. – Eles fazem uma pausa esperando que eu falasse alguma coisa, mas nada sai de minha boca. então ele continua falando – Filha, você é uma descendente de 8º geração de Senhores do Tempo. A nossa família, os Gauloski, vem formando uma grande linhagem e, de toda ela, você é a segunda mulher a ser como nós. A primeira foi sua Bisavó Rita Gauloski, nós não lhe contamos antes, pois isso é algo muito perigoso. Se a Igreja Católica souber da localização de todos nós, eles nos caçarão, e não será nada legal...
    – Eu, não sei o que dizer, papa. Sou uma viajante do tempo... Eles realmente existem? – estava extasiada demais para conseguir processar todas essas coisas e dizer algo no mínimo inteligente. – Eu sou tipo, o Doutor! – me refiro ao protagonista de minha série preferida da BBC.
    – É, exceto pelo fato de que nós não nos regeneramos – ele ri – e os alienígenas não existem.
    – Mas, então eu sou... como a TARDIS?– ele me olha e sorri.
    – Mais ou menos isso meu amor...
    – E é perigoso? – digo os olhando.
    – Sim, é, mas eu se seu avô vamos lhe ajudar a controlar essa sua nova habilidade. Para que nada de mau lhe aconteça. Vamos fazer algumas visitas a Londres, na central, para que conheça e aprenda um pouco mais também... Lá é seguro para que você consiga praticar suas formas de viagem no tempo.
    – Exatamente minha pequena... – minha mãe diz após um tempo em silêncio. 
    A partir daquele momento, uma grande responsabilidade havia sido posta sobre meus ombros e eu sabia que, de alguma forma, a partir daquele momento, minha vida mudaria drasticamente. Eu e meus pais conversamos mais um pouco e ainda estava abismada com tudo o que estava ouvindo. Era muita informação em tão pouco tempo, mas iria saber lidar com aquilo tudo. Depois de uma hora de muita conversa, sobre antepassados e tudo mais, eu fui tomar um banho e almoçar.
    Os dias se passaram, e fiz minha primeira viagem a Central, para fazer minha primeira viagem no tempo “oficial” e entender um pouco mais sobre nós. Nesta viagem minha mãe disse que não iria por estava cansada e com muito trabalho para fazer ali. Então fomos somente eu e meu pai. Fomos ao aeroporto e embarcamos, quando chegamos em Londres, um homem, de mais ou menos 40 anos, nos esperava no portão de desembarque com uma placa, onde estava escrito “Olavo e Morgana Gauloski”. Ele possuia cabelos num castanho avermelhado, com alguns fios grisalhos que se destacavam e davam mais beleza ao homem, os olhos possuiam um tom de ambar na iris, que se destacava com sua pele palida. Meu pai se aproximou do homem com um sorriso e os dois se abraçaram, enquanto eu os olhava com um sorrindo também.
    – Olavo, meu grande amigo... – o homem da dois tapinhas nas costas de meu pai, que corresponde.
    – Ben, como você esta cara?... Ah, –  meu pai faz uma pausa e me puxa mais para perto deles. – Esta aqui é minha filha, Morgana.
    – Ah, a famosa Morgana de que tanto ouvi falar. Muito prazer menina, me chamo Bennet Müller. – ele sorri e estende a mão para que eu aperte, e é o que eu faço.
    – O prazer é todo meu senhor Bennet... – eu sorrio.
    – Tio Bem, por favor. Eu e seu pai somos muito amigos, quase irmãos... Já tivemos muitas aventuras juntos, não é mesmo Olavo? – ele olha para meu pai sorrindo.
    – E bota muitas nisso... – nós rimos e fomos para o carro.
    Depois de muita conversa e risadas, Bennet para na frente de um grande prédio com estrutura antiga, suas paredes eram de tijolos vermelhos, alguns possuíam um pouco de musgo em seus cantos, e possuía janelas brancas, algo bem bonito, porém era nítido a ação do tempo naquele local.
    – Bem vinda a Central, Morgana. – diz Bem ainda dentro do carro.
    – Você amará este lugar... – meu pai diz para mim enquanto descemos do carro, e eu concordo com a cabeça sorrindo enquanto olho tudo.  
    Entramos naquele prédio antigo e ao pisar lá, vejo que de antigo ele só tem a fachada. O local por dentro, possuía aparelhos e tecnologias de ultima geração. Uma dúzia de pessoas perambulavam entre mesas e computadores, fazendo anotações e debatendo sobre coisas que pareciam ser bem importantes...
    – Esta é a central da central. – Bennet ri me mostrando o local. – Aqui é onde tudo acontece... Buscas, encontros e reencontros, descobertas... Esse tipo de coisas. – ele vai me indicando mais algumas coisas a cada passo que dávamos. Me apresentando a pessoas e tudo mais.
    Chegamos a um elevador e entramos, ele aperta para o segundo andar de oito. Quando o elevador para, descemos no que parecia ser uma grande sala de reuniões, havia uma mesa oval no centro e cadeiras de couro preto em volta. Na parede ao fim da sala, existia um monitor LCD enorme.
    – Depois nós voltamos a esta sala, mas primeiro, deixa eu lhe mostrar a sala de treino e os dormitórios...
    – Você vai amar a sala de treino, e acho que usará muito... – meu pai diz colocando a mão em meu ombro e sorrindo.
    – Imagino... aperfeiçoar minhas técnicas que são... – faço uma pausa – Nenhuma... – nós três rimos.
    Bennet me apresentou o resto da central e quando terminamos, voltamos a sala de reuniões e nos sentamos para os dois me explicarem melhor algumas coisas.
    – Bom, Morgana. Creio que esteja ciente de nosso “problema” com a Igreja Católica e não é algo muito fácil de lidar.
    – Mas, por que tudo isso, digo, toda essa perseguição começou? – o olho com a expressão séria.
    – Bom, isto foi a muito tempo, e foi algo extremamente terrível. Tudo começou lá pelo ano de 1490, mais ou menos. Nós sempre existimos, porém neste período, alguns de nossos ancestrais começaram abusar de seus “dons” e a Igreja Católica, como sempre, se sentiu ameaçada por nós. A partir daí, tudo virou um inferno. Muitos de nós morremos e por muito tempo, a igreja pensou que tivesse nos extinguido... Pensaram errado. Bom, porém muitos, continuaram sua perseguição e criaram uma fundação, então nasceram os “Anjos”.
    – Os caras que vivem atrás de nós? – os olho.
    –  Sim, minha jovem. São os homens de quem seu pai tanto lhe protegeu... – ele faz uma pequena pausa, esperando que meu pai continuasse.
    – Eles são pessoas de muita inteligência, querida. Descobriram nossa maior fraqueza... O ouro.
    – Bom, e quando eles descobriram, tudo piorou. Bom, podemos ser mortos de outra forma, decapitados, na fogueira e outras mortes “comuns”, porém o ouro além de nos matar, quando somos expostos a uma quantidade razoável, ele enfraquece ou até mesmo tira, a capacidade de viajar no tempo de nós, por um certo período que tempo, que varia de pessoa para pessoa. – ele me olhava sério, assim como meu pai.
    – Eles, mesmo sabendo muito, sabem pouco... – meu pai diz e faz uma pausa, analisando se eu havia entendido. Eu aceno com a cabeça indicando que sim e ele continua – Bom, e essa falta de saber, os trás medo e insegurança.
    – Creio que Morgana já entendeu um pouco, pelo menos o principal e já esta... cansada de ouvir e ouvir. – Bennet se coloca de pé a minha frente e sorri. – Que tal um treino rápido agora, minha jovem?
    – Claro! – me levanto empolgada e meu pai toca meu ombro com um sorriso em se rosto.
    – Vamos para a sala de treinamento, minha jovem. – Bennet diz enquanto anda para fola da sala de conferências.

- deixem seus comentários e votem na história seus lindos -

Três SegundosOnde histórias criam vida. Descubra agora