Capitulo Dez: Diese augen. - "Aqueles olhos."

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Aquelas descobertas me deixaram muito bem, tão bem que não vi a semana passar. Nesse período, pesquisei mais sobre a família Horn e fui atrás de Sophia que, quando voltei a delegacia naquele dia, havia sumido sem que a câmera ou alguém a visse. Para ver se descobria alguma coisa sobre o paradeiro de Isaac.
    – Você tem os olhos dela – diz Henri cortando minha linha de raciocínio ao se sentar na mesa do pub e colocando as cervejas na mesa – Mas não vamos ficar pensando nisso, Morgana, não é sempre que alguém faz 23 anos – ele sorri e seus olhos brilham. Ah, seus olhos que me hipnotizam.
    – É meio complicado, sabia? Mas vamos mudar de assunto – aponto para Victor, Rose e Matt entrando no pub e vindo para a nossa mesa.
    – Cadê a mulher mais linda que já conheci? – diz Victor abrindo os braços para me abraçar. Quando me levanto, olho Henri um pouco corada e ele simplesmente da um sorriso torto.
    – Assim você me deixa corada! – rio, o abraço e dou alguns pulinhos em direção a Rose e Matt que olhavam a cena sorrindo – Vocês conseguiram vir! – digo animada.
    – Conseguimos uma babá para Iris e um presente – Matt tira um pacote azul por de trás de suas costas e sorri junto a Rose.
    – É meio irônico, mas sabemos que ama essa série – ele diz e me entrega o pacote que devia ter uns 30cm de altura por 15cm de comprimento. Eu a abro sorrindo e vejo uma action figure da T.A.R.D.I.S. Meus olhos brilham e eu aperto Matt e Rose.
    – Você parece uma criança de 3 anos ganhando a Barbie que pediu aos pais no Natal    – Victor comenta e ri.
    – Você não esta entendendo. É a T.A.R.D.I.S! – Encaro-o
    – É uma coisinha sexy – Henri comenta e eu entendo.
    – Eu entendi a referência – olho-o sorrindo – Vamos nos sentar e conversar então – abraço Matt e Rose mais uma vez e me sento com eles na mesa.
    – Bom, você esta fazendo 23 anos, Morgana, e comprei algo para você também – anuncia Victor e tira uma caixinha do bolso – Quer namorar comigo?
    Naquele momento tudo para, não sabia muito bem o que dizer e muito menos como agir. Começo a gaguejar e todos esperam uma resposta minha. Rose e Matt estão me olhando felizes e Henri, bom, ele está sério olhando com grande interesse em seu relógio azul metálico. Victor segura minha mão e pergunta novamente.
    – Morgana? Namora comigo? – ele começa a ficar apreensivo.
    – E-eu não sei o que dizer – rio sem graça – a resposta é sim – sorrio e o beijo. Todos a nossa volta aplaudem alegres e nos abraçamos
    – Obrigada por aceitar – sorrio e ele me dá um selinho – Pensei que fosse recusar...
    – Eu também – rimos e nos sentamos novamente.
    A noite passou rapidamente, tudo muito feliz e gostoso. Todos rindo e conversando animados, eu e Henri olhávamos como crianças para a TARDIS enquanto Rose e Matt conversavam sobre as intenções de Victor comigo, algo que achei um sarro. Em certo momento, Henri se levanta e pede para eu ir com ele para fora por um minuto e eu faço isso. Ao chegarmos lá ele diz:
    – Você tem certeza do que estava fazendo ao aceitar namorar com Victor? Você se lembra do que vimos aquele dia na sala de interrogação não é?
    – Eu sei o que eu estou fazendo, okay? Tenho 23 anos, não sou nenhuma criança   Henri, muito menos aquela menina ingênua que você salvou cinco anos atrás. – encaro-o de braços cruzados.
    – Ei, calma, não quero brigar com você de novo – ele me abraça – Só quero seu bem, Morg, saiba disso, apenas seu bem – me dá um beijo na testa.
    – Eu tô brava com você – falo quase rindo e passando meus braços pelo seu tórax –   Não consigo ficar brava com você, que raiva Henri!
    – Sei que sou irresistível – ele faz cara de convencido e nos soltamos.
    Voltamos para dentro do pub e todos nos olham, sorrio meio sem graça e me sento ao lado de Victor. Acabando a festa, Rose foi com Matt para casa e Henri foi em se carro.   Ficamos eu e Victor conversando um pouco mais e trocando carinhos. Quando era lá pela 02:30 da manhã resolvemos ir embora.
    – Como você está? – ele me olha com carinho enquanto andávamos até o carro de Victor, eu havia vindo no carro de Henri e, como ele já havia ido embora, Victor decidiu me levar.
    – Muito feliz – sorrio segurando minha TARDIS – E você, como está? – olho-o e depois para nossas mãos entrelaçadas.
    – Acho que melhor impossível – ele sorri ao olhar nossas mãos também.
    – Então está tudo ótimo – rimos e entramos no Tucson 2020 que estava estacionado a uma quadra do pub.
    Fomos para a minha casa e, ao chegarmos na porta do meu prédio, descemos e começamos a nos despedir. Uma tarefa que, vou confessar, foi um desastre como sempre. Demoramos um século para tentarmos nos despedir e, no fim, Victor dormiu na minha casa.
    No dia seguinte, Victor acordou mais cedo e foi para sua casa se trocar, mas deixou um bilhete no criado mudo ao lado da minha cama avisando. Acordo e vou preparar um café reforçado, desligo a TARDIS e vou fazer minhas higienes. Ao sair do banheiro, vou para a cozinha tomar o café enquanto assisto à 16º temporada de Supernatural. Um tempo depois, termino de comer e vou me trocar. Visto-me, pego meu distintivo, minha arma e as chaves da moto, tranco tudo e saio. Ao chegar na delegacia, Victor vem até mim segurando dois cafés e me entrega um.
    – Achei que precisaria de um reforçado – ele me dá um selinho e eu o repreendo.
    – Aqui não – rio corada – Alguma notícia nova sobre o serial killer?
    – Pelo jeito não, os assassinatos deram uma parada – ele me olha.
    Sorrio e vou para minha mesa. Verifico algumas papeladas e começo a fazer algumas anotações sobre o que Sophia havia contado a mim e a Henri. Rabisco algumas coisas em meu caderno até que Henri interrompe minha linha de raciocínio quando ele joga um monte de papéis em cima da minha mesa.
    – Sobre os assassinatos – ele diz e me olha.
    – Bom dia para você também – ele ri – Alguma novidade?
    – Não, por enquanto eles pararam – ele puxa uma cadeira e se senta – Será que Isaac te achou?
    – Não sei, só sei que temos que colocar um fim nesses assassinatos – pego uma foto de uma cena dos crimes – Sei que não podemos impedir os crimes, pois altera a linha do tempo, mas podemos voltar lá na hora do crime, para ver se descobrimos algo ou até mesmo vemos o assassino – digo um pouco baixo para que apenas ele ouça.
    – Tudo bem, vá para minha casa as 23:00, por que eu terei voltado da faculdade já – ele se levanta e sai. Logo em seguida, Victor chega e senta na cadeira que Henri deixara ali.
    – O comandante quer falar com você – ele me olha e sorri fraco. Vou para a sala da chefia e, ao chegar, bato na porta e entro.
    – Feche a porta, por favor, Morgana. – ele me diz em tom  sério e já sabia o que ele iria falar. Me sento na cadeira na frente de sua mesa e me endireito. – Os assassinatos pararam, porém fomos muito desfalcados. Eu e mais alguns Senhores do Tempo estávamos escolhendo alguém de confiança para ir buscar um Senhor do Tempo. E eu indiquei você, sei que minha sobrinha é mais que apta. – ele sorri e da um leve toque na ponta de meu nariz. – Terá que ir para lá daqui a três semanas.
    – Mas três semanas? Precisamos de novos Senhores do Tempo o mais rápido. – digo mexendo minhas mãos nervosa.
    – Ele tem compromissos importantes para resolver por lá no momento. Creio que você o conheça.
    – Eu conheço? Quem é? – digo mais nervosa ainda.
    – Samuel Stank – ele diz entregando uma ficha com uma foto e algumas identificações. Quando ouço o nome reconheço imediatamente e, ao ver a foto, tudo se concretiza.
    – Não acredito – um sorriso nasce em meu rosto e me levanto – Pode deixar tio Ben, será um prazer busca-lo. – saio da sala com um sorriso em meu rosto, mas tento me conter para não gerar comentários maldosos ou algo do tipo. Volto à minha mesa e observo um porta retrato que eu havia colocado ali logo que consegui o emprego.
    Era uma foto minha com meu pai, numa tarde de verão em Berlin. Eu tinha meus 7 anos e meus pai tinham me levado para tomar sorvete. Fazia uns 20°C mas tomamos sorvete mesmo assim – era de morango, lembro muito bem – tiramos essa foto quando brincávamos de reino encantado, onde eu era a Rainha das Fadas e meu pai era o Rei das Fadas. Eu usava uma coroa rosa e o palito do sorvete como varinha mágica.
    Enquanto olhava aquela foto, uma lágrima cai e escorre pela maçã de meu rosto. Sinto uma mão tocar minha face e limpar a lágrima que caía. Ao olhar, vejo Victor parado em minha frente me observando e acariciando meu rosto.
    – Por que alguém tão linda está chorando quando devia estar sorrindo? – ele diz se agachando ao meu lado e fazendo com que eu me virasse para vê-lo.
    –Lembranças – sorrio fraco ao passar a mão por todo o rosto para limpar as lágrimas.
    – Seu pai? – ele refere-se á foto que segurava como se fosse a coisa mais preciosa do mundo, e para mim era mesmo. Eu simplesmente afirmo com a cabeça e ele observa a foto. Uma expressão diferente toma sua face,  como se tivesse um sentimento ruim, de raiva ou ódio, mas ele disfarça rapidamente – Quando conhecerei meu sogrão? – ele sorri, mas logo para ao ver que minha expressão continua cabisbaixa.
    – Não vai, ele morreu. Cinco anos atrás mais especificamente. – ele se arrepende do que havia falado no mesmo instante.
    – Desculpe, pequena, não foi a... intenção – ele me abraça ainda estando de joelhos.
    Conversamos por mais um tempo até ele dizer que teria de fazer um telefonema e sair. Achei estranho, mas não disse nada.
  

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