Capitulo Doze: Wer bin ich? - "Quem sou eu?"

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Bom, como vocês já sabem, meu nome é Victor Wood e tenho 25 anos. Nasci em Manchester, aqui na Inglaterra mesmo. Nasci e cresci em uma família católica, devido a isso cresci na igreja, seguindo seus ensinamentos e os caminhos de Deus.
    Logo cedo, meus pais me colocaram como coroinha da igreja, gostava muito e logo “subi de cargo”, me tornei diácono, acontecimento que deixou minha família muito feliz. Agora que já sabem um pouco de mim, vamos falar sobre o que eu realmente sou, além de um mero detetive. A história de como me tornei um Anjo.
    Eu era um bom aluno da escola São Miguel, no centro de Manchester, escola católica coordenada pelo Padre John, sempre tirei boas notas e tudo mais. Certa tarde, me encontrava na biblioteca do colégio, quando fui surpreendido pelo Padre Paul que se sentou em minha frente, interrompendo minha leitura.
    –  Victor, gostaria de conversar com você sobre um assunto sério.
    –  Claro senhor, eu fiz algo de errado? – pergunto preocupado quando ele se senta a minha frente.
    –  Não – ele ri calmamente – Você é um ótimo aluno, o melhor e mais dedicado eu diria.
    –  Obrigado, senhor, só faço o meu melhor – coro com os elogios.
    –  Estou aqui, pois seu desempenho está excelente e gostaria de que você se juntasse a nós, membros da igreja em uma causa muito nobre – ele sorri com desdém e orgulho de si mesmo.
    –  C-causa nobre, senhor? – gaguejo pelo nervosismo que toma meu corpo,
    – Sim, meu jovem, está interessado? Se não está, aja como se nunca tivemos tido esta conversa. – ele se apronta para levantar.
    – C-claro que quero, senhor Paul. – ele sorri e se senta novamente.
    – Não é algo comum, meu jovem Victor, espero que seja forte e que seja um verdadeiro devoto de nosso Pai – ele ergue suas mãos para cima, ele se levanta e apóia as mãos sobre a mesa. – Me encontre na minha sala, amanhã, na Catedral.
    – S-sim – minhas mãos suavam frio, tremia com aquele olhar quase maníaco do padre sobre mim, ele me dá a benção e vai embora, me deixando sentado na cadeira da biblioteca, tento entender o que havia acabado de acontecer, mas tudo era confuso demais para conseguir processar tudo naquele momento, mal sabia eu que a partir daquele momento, minha vida mudaria drasticamente.
    O tempo passou e eu realmente entrei para a tal causa nobre que o padre Paul me dissera aquela tarde. Já se passaram 7 anos desde então, era meu último ano no colégio e quando sai de lá, me dediquei totalmente à caça dos malditos demônios, os Senhores do Tempo. Devíamos limpar a face da Terra daqueles que tanto a poluíam.
    Virei um dos melhores caçadores da Igreja, como diria o Bispo Marco, sou determinado e corajoso, capaz de fazer qualquer coisa pela causa. Tento não me envolver com os superiores do Clero para não ter algum problema, eles são poderosíssimos e tem muitos comandados espalhados por todo o mundo. São a maior “organização” que existe e você obviamente não vai querer desafiá-los. Estamos em todos as cidades, estados e países. O catolicismo é a organização mais influente do mundo. E isso vem desde o começo de tudo.
    Aprendi desde cedo a respeitar e obedecer, isso se tornou meu lema e o carrego até hoje. Mesmo eu tendo um temperamento totalmente nervoso e estourado, com os treinos e “missões” aprendi a disfarçar isso muito bem. Tenho que saber, pois digamos que, no meu trabalho, é necessário encenar. Sou o espião do Clero.
    Agora você já deve ter entendido muita coisa e está ligando os pontos de toda a história, mas ainda não é tudo. Você ainda não sabe da metade, conheço essa menina a muito tempo, presenciei a morte de seu pai e quase a matei, porem aquele maldito Senhor do Tempo foi mais rápido... Mas não por muito tempo.
Δ
    O Clero ordenou que parássemos com os assassinatos, pois os detetives e os Senhores do Tempo estavam em cima de nós, mesmo eu achando que seria uma perda de tempo parar com tudo, sabia que os policiais e detetives não achariam nada. Não se dependesse de mim. Sophia estava nervosa demais, não parava de me telefonar. Desliguei todas, pois tinha que aturar Morgana, quer dizer, não que eu não goste dela, se ela não fosse um “demônio”, seria uma mulher perfeita, carinhosa e fria ao mesmo tempo, sorridente e séria. Tudo junto e nas proporções certas, tem seus defeitos, mas é linda e atraente. Mas não posso desviar minha atenção de minha real missão...
    Consigo sair de perto de Morgana e atendo a ligação de Sophia.
    –  O que você quer, Sophia? –  digo com o tom de voz alterado –  Já lhe avisei para não me ligar. – Você conhece sua filha melhor que ninguém e está ciente de que ela não é uma menina tola...
    – Não interessa! Isaac está me pressionando, ele quer resultados logo, Victor! Só estou cumprindo meu trabalho com o Clero, eles ordenaram a cuidar de você.
    –  Já disse que tenho tudo sob controle e se ficar me ligando vão me descobrir – já estava muito nervoso e meu tom de voz muito mais alterado.
    –  Pois é, mas até agora você não nos contou nada, parece que não descobriu nada sobre ela.
    – Eu já disse que estou tentando – exclamo no beco onde me encontrava – Eu farei tudo que for o possível para descobrir mais coisas, sobre a vida e os planos del... – neste momento percebo a presença de Morgana e congelo, ficando sem reação.  Desligo a ligação imediatamente e a olho assustado.
    –Victor? Com quem está conversando? – ela se aproxima ao notar que a percebi.
    –Ahm... e-eu estava conversando com um cliente, faço um bico de detetive particular – digo todo tenso e com a voz falha.
    Morgana simplesmente sai andando sem dizer nada, melhor assim, pelo menos não vou ter que ficar me explicando como um idiota. Volto para a delegacia e me sento em minha mesa, 30 hora depois, Morgana volta e vem até mim com um café em mãos
    – Trouxe para você – ela age como se nada tivesse acontecido. “Melhor assim”, repito novamente em meus pensamentos.
    – Não precisava Mór – sorrio fraco e pego de sua mão – E, sobre o que aconteceu mais cedo...
    – Não precisa se explicar – ela sorri e sai, tomo o café e reviso algumas papeladas que estavam na minha mesa. Por enquanto, tudo estava sob meu controle. Eu só precisava descobrir mais informações sobre a Morgana e os outros Senhores do Tempo e já sabia o que fazer para conseguir isso. Teria que dar um jeito de mexer nas coisas de Morgana, mas deveria achar o momento certo.
    Deixo o celular de lado e vou conversar com Morgana. Era hora de sairmos, então, resolvo chamá-la para jantarmos fora.
    – Morg, estava pensando em comermos um japonês hoje, o que acha? – a abordo em sua mesa e ela se assusta.
    – Ah. Oi Victor. Ham, japonês? Pode ser – diz enquanto guarda algumas anotações, que acabam chamando muito a atenção. Era algo importante. Algo sobre os crimes.
    – Ótimo, vamos? Já são 19h, nosso turno acabou – sorrio.
   Pegamos nossas coisas e saímos da DP. Se passaram dois minutos do caminho da delegacia até os carros, mas com o silêncio pareciam mais duas décadas, até que eu puxo assunto.
    – E o caso dos assassinatos? Como estão? – a olho.
    – Eles pararam, agora será mais fácil de investigar, espero. – ela sorri fraco.
    – Você é boa no que faz, sei e acredito em seu potencial, minha baixinha. – eu a puxo pela cintura e olho em meus olhos, levando uma mecha de cabelo dela para trás da orelha. Me aproximo e abaixo meu rosto devagar, selando nossos lábios e dando inicio a um beijo calmo e lento.
    Eram esses beijos que me acalmavam e me faziam perder o fôlego, me desconectavam do mundo e dos meus problemas. Conversamos por mais um tempo até entrarmos no meu carro. Ela põem a mão em minha perna e entrelaçamos nossos dedos, o que faz um sorriso brotar em meu rosto, um sorriso que tentei segurar, mas não consegui.
    – Estava com saudades de você, tem andando meio distante de mim... – digo com uma mão no volante e a outra segurando a dela, acariciando levemente.
    – Você sabe que Bennet entregou praticamente todo o caso do Assassino do Ouro em minhas mãos... Tenho ficado muito ocupada. – ela suspira, olhando nossas mãos e alianças.
    – Eu sei, bom, mas mudando de assunto, vamos a aquele japonês que tanto gostamos? – a olho rapidamente. – O “Hi Sushi”? – sorrio.
    – Claro! Coma até morrer – ela ri lindamente dizendo o lema do restaurante. Continuamos a conversar e depois de um tempo, chegamos ao restaurante, descemos e entramos.


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