Capítulo 2

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Lorenzo

Menor – Acorda piranha.

2L – Caralho, menor. Vai arranjar uma mulher pra comer porra, tô dormindo.

Menor – Decoé chefe, tem uns zé arranjando problema na boca.

2L – Suave, já vou colar.

Levantei puto, tomei um banho, e botei a roupa largada no chão, peguei minha pistola, a chave da moto e desci.

Tava longe pra caralho do morro, tinha esbarrado com uma amiga de anos e ela me convidou pra passar a noite naquela típica cobertura de rico em Copacabana. Odeio esses lugares mas fazia tempo que a gente não trocava uma ideia, e uns beijos. Descendo do condomínio vi uma morena muito gostosa saindo de um Chevrolet Cruze toda estressadinha indo em direção a faculdade que tinha por ali,  peguei minha moto e logo imbiquei pra boca.

Entrei no quartinho e disse – Que porra tá acontecendo aqui?

Diguin – Esses playboy não querem pagar o que devem.

E vocês me acordaram pra isso? Porra, Diguin. Mete bala nesses zé, ou eu meto bala em tu – Disse ríspido e sai dali sem esperar resposta.

Peguei meu celular pra olhar a hora e desci indo em direção ao asfalto, iria pra casa descansar, o baile foi cansativo pra caralho e eu ainda estava com uma ressaca daquelas.

Patrícia

Levantei cedo, percebi que não seria um bom dia, algo que incomodava desde ontem, tive que pedir a Rosa um calmante para dormir, pensamentos ruins me dominavam naquela noite.

Carlos e eu discutimos a semana toda pelo mesmo motivo, ele havia desviado verbas das empresa para quitar as dividas que ele tinha no Morro, eu não apoiava isso mas ele me disse que se não o fizesse, poderia aparecer morto a qualquer instante.

Eu sabia do passado dele e mesmo assim me envolvi, eu pedi que ele largasse tudo isso assim que a Melanie nasceu, eu queria dar tudo do melhor pra minha filha, tudo que eu não tive quando era criança.

Ouvi Melanie descer as escadas naquela manhã, sai pela porta e fui em direção ao trabalho. Dei bom dia pra Alex, minha secretária, e pedi que ela enviasse a agenda do meu dia pelo e-mail, agradeci e fui em direção ao meu escritório. Já era 9:40 da manhã e nada do meu marido chegar, até que ouvi gritos na sala ao lado, parei para prestar atenção e tudo que consegui ouvir foi uma voz parecida com a do Jorge, nosso chefe, ele parecia estar demitindo alguém, esperei os gritos cessarem e sai, quando abri a porta do meu escritório vi meu chefe saindo do escritório de Carlos.

Fiquei parada ali, no corredor, observando. Ele havia descobrido.

Peguei minhas coisas e disse a Alex que fechasse minha agenda que iria pra casa, isso terminaria hoje.

Carlos

Depois de deixar Melanie na faculdade para fazer seu vestibular, fui em direção a empresa, pensava que seria um longo dia de trabalho, até chegar lá. Subi até meu andar e entrei no escritório.

Meu chefe entrou logo atrás de mim e disse – Carlos, descobrimos que você desviava verbas para sua conta pessoal. Engoli em seco e ele continuou – Sabemos do teu envolvimento com aquele traficante. Como é o nome mesmo? Tem algo a ver com Gonçalves. Fomos a fundo a ponto de saber pra que você queria todo esse dinheiro.

– Como assim? Eu trabalho nessa empresa há anos, dou minha vida por ela, eu nunca faria isso – Disse em resposta.

– Carlos, pela consideração que eu tenho por você, não chamei a polícia mas pelo amor a minha empresa, eu estou te demitindo e peço que saia imediatamente desse condomínio. Ele só é de direito de quem trabalha nessa empresa – Meu chefe virou as costas e saiu do escritório sem dizer mais nada.

Fiquei desesperado e comecei a juntar as coisas que tinha ali, deixei em uma caixa e sai dali o mais rápido que pude, liguei pra Rosa e pedi gentilmente que ela arrumasse todas as malas porque nós teríamos que se mudar. Ela assentiu, sem protestar.

Cheguei em casa e Patrícia já se encontrava lá, a minha espera.

Ela olhou pra mim, bufou e começou a gritar – Eu te avisei, eu disse que iriam descobrir algum dia e agora? Se não fosse pelo dinheiro guardado, estaríamos falidos! Por sua culpa, Carlos, e pra piorar ainda fomos expulsos, cretino!

Carlos – Pare de gritar Patrícia, eu já falei com Alves e ele arranjou uma casa pra gente – Disse calmo.

Patrícia soltou umas risadas de nervoso e continuou gritando e andando pela sala Nem morta que eu vou morar em uma favela, não casei com você pra aturar isso, eu vou embora e espero nunca mais encontrar contigo – Ela disse enquanto começava a chorar.

Nesse mesmo momento Melanie chegou e nos encarou sem entender nada, então eu fui até ela e disse.

Carlos – Querida, sente-se precisamos conversar. Me demitiram da empresa e teremos que nós mudar.

O Dono do Morro RivalOnde histórias criam vida. Descubra agora