O Dono do Morro Rival

Capítulo 16

Melanie

As semanas passaram voando, meu pai não deu um sinal de vida durante um bom tempo, ele mandou poucas mensagens dizendo que estava resolvendo umas coisas importantes mas sem detalhes, as vezes paro pra pensar que eu não tô nem um pouco acostumada com essa vida, eu gosto de ficar com o Lorenzo e com as minhas novas amigas mas isso não é pra mim.

De vez em quando eu me esbarrava com o Lorenzo pelas ruas, ele sempre roubava alguns beijos e de vez em quando a gente dava alguns perdidos pelo morro ou até mesmo no asfalto, aproveitando o shopping ou um restaurante chique. Quem diria, né?

Lorenzo

Fazem exatamente duas semanas que eu comecei a receber ameaças de um rival meu que estava preso, depois de tudo que eu tive que passar, me vem uma dessas. Eu sabia que isso tinha dedo do Ticão.

Isso me deixou meio noiado mas preciso confessar que não dei a foda.

A semana passou tranquila, até receber um radinho falando que os caras do Ticão estavam invadindo meu outro morro.

"Puta que me pariu!" Acionei o Sorriso, o Menor e os outros menores da boca, inclusive o pai da Mel, eu não queria meter ele nessa então deixei ele no comando e corremos pra lá. Se eu não tivesse chegado à tempo eles teriam conseguido pegar meu morro. Eles balearam vários moradores, alguns parceiros morreram e outros ficaram apenas feridos. Levei um tiro de raspão mas salvei meu morro.

O meu é meu e sempre será meu, porra!

Tudo está correndo bem, eu estava feliz demais, até saber que o Diego tinha levado um tiro perto do coração e estava desacordado. Caralho, parceiro! Que aperto que deu, levamos ele às pressas pro hospital, depois de várias horas a médica chega e me diz que ele entrou em coma. Avisei aos próximos dele e fiquei mais um tempo ali, botando a cabeça no lugar. Não podia deixar aquilo barato assim.

Eduarda

Quando os meninos voltaram, a pior noticia que eu poderia ter ouvido é saber que o Diego tinha ficado em coma, ele é o meu primeiro e único amor, eu não poderia perder ele de jeito algum, se ele morrer, eu morro junto. Resolvi fazer visita pra ele no hospital, por mais acabada que eu estivesse, eu fui. Quando ele acordasse eu falaria pra ele o quanto eu amo, eu não deixaria meu orgulho estragar isso de novo.

Ver ele naquele estado, na cama de um hospital, era péssimo. Me cortava o coração.

Sentei na cadeira ao seu lado, dei um beijo na sua testa, deixando uma lágrima cair ali.

Disse bem baixo – Meu amor, eu queria ter te falado o quanto eu te amo quando você estava acordado, mas eu fracassei, eu sou fraca, e por eu ser fraca talvez eu possa perder você por resto da minha vida, mas se você morrer, eu juro que eu morro junto, eu te amo muito, tanto que cê nem imagina, acorda, volta pra mim, eu te amo.

Apertei sua mão, dei mais um beijo nele e voltei pra casa. Essa era minha rotina. Todos os dias, eu ia visitar ele, as vezes eu dormia lá também e sempre conversava com ele mesmo não obtendo resposta alguma.

Os médicos já estavam desacreditados, viviam dizendo que ele não teria mais chance alguma e que assim que fizesse um mês, os aparelhos seriam desligados pra dar espaço pra outra pessoa.

Eu estava segurando sua mão e deitada em seu peito, até sentir algo apertando minha mão, eu não consegui acreditar, achei que era algo da minha cabeça, levantei assustada e vi a cena mais linda que eu alguém poderia ver. Seus lindos olhos abriram e e eu sorri, com lágrimas nos olhos. Ele abriu um sorriso fraco e colocou a mão no meu rosto, disse que ouviu tudo que eu falei, me disse que eu eu era incrível e que me amava também mas nunca havia me dito porque achava que eu não iria dar bola pra ele, eu nem esperei ele terminar de falar e dei um beijo nele, o beijo mais esperado da minha vida, o melhor beijo que eu poderia receber e o que eu pretendo receber até o ultimo dia da minha vida.

Eu te amo! – Falei gritando.

Eu também te amo, meu amor – Ele respondeu e eu sorri.