Capítulo 13

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Eu ainda estava tentado a voltar lá e enterrar meu punho em seu rosto, mas aquilo não ajudaria minha raiva a passar, muito menos Melissa a seguir com seu plano inconsequente. Oakley exalava confiança e emitia sua pose de dono do mundo a cada maldita palavra que pronunciava, em um tom superior a qualquer outro que eu já ouvira.

Os músculos do meu pescoço e braços ainda estavam tensos quando cheguei em casa naquela noite. Agradeci a Angel pelo convite ainda na festa e me despedi dela, dizendo sinceramente que não poderia ficar ali por mais muito tempo, ela me garantiu que iria para a casa de uma amiga depois do evento e eu fiquei feliz por não desaponta-la e deixa-la sem carona.

Subi as escadas enquanto me desfazia do nó em minha gravata borboleta. Arrastei os pés sobre o piso gelado de madeira que me fazia sentir alivio, mas nada se comparou a sensação que tive quando passei pelo quarto da Eva e a observei dormir serenamente. Parei no batente e me encostei ali observando suas feições tranquilas e sonolentas. As bochechas rosadas pelo frio, os cabelos caindo em cascatas embaraçadas pelo travesseiro e o corpo encolhido na cama me fizeram ter vontade de olhar para ela por uma eternidade.

Uma chuva fria e fina caía do lado de fora, fazendo com que todo o cômodo ficasse ainda mais gelado pela janela aberta. Entrei em passos cuidadosos e a fechei, cobrindo melhor minha menina em seguida. Um suspiro baixo escapou de seus lábios quando beijei sua testa. Deixei o quarto pouco depois, sabendo que algumas das pedras que carregava nas costas haviam caído se tornando nada mais que poeira pelo caminho que percorri essa noite.

xXx

Já se passavam das quatro da tarde quando meu telefone vibrou sobre a mesa. A chuva caia impiedosa do lado externo da casa, me fazendo resmungar palavras baixas pelo dia de folga estragado pelo tempo. Mike, Jessy e Archie haviam saído para visitar os pais da minha cunhada e só voltariam domingo pela noite, ou seja, daqui dois dias. Angel não voltara da casa da amiga e Eva estava desaparecida desde que acordei pela manhã. Estranhei o fato de estar a tanto tempo fora de casa, mas decidi por não fazer nada sobre o assunto.

O telefone vibrou novamente me despertando do meu devaneio momentâneo. Franzi o cenho ao perceber o nome da Eva piscando na tela, me fazendo deslizar o dedo pelo visor rapidamente.

Seus soluços foram audíveis antes mesmo que pudesse dizer alguma coisa.

-Matt. Matt, por favor. Eu preciso de ajuda. Matt, por favor. –sua voz parecia sufocada e no segundo em que se seguiu eu já estava de pé, pegando as chaves do carro com todo o corpo parecendo ter sido tomado pela tensão. Minha menina estava em perigo.

-O que aconteceu? Onde você está Eva? – minha voz saiu mais tremula do que o desejado. Não queria passar instabilidade para ela, mesmo sem saber o que tinha acontecido, tinha noção que ela precisava de mim inteiro naquele momento.

-E-eu estou na rua do The Bloodstream. Mais para dentro. –soluçou e alguns barulhos do outro da linha me fizeram ficar ainda mais confuso e perdido. – Por favor, Matt. Você precisa vir rápido. Ele está sangrando muito.

Meu estomago ainda estava gelado quando entrei no carro e saber que alguém perto dela estava ferido de maneira tão grave, me fez perder todos os outros sentidos.

-Eva quem está sangrando? Eu preciso que você seja mais especifica meu amor. – tentei parecer calmo o suficiente enquanto dirigia atento a estrada molhada, e ao telefone em meu ouvido.

-Meu amigo. O Elliot. Ele apanhou muito, por favor... –sua voz era um suplico desesperado. Minha garganta parecia seca como o deserto, toda saliva que eu tentava, inutilmente, engolir era um bloco de areia enxuto.

Babysitter Of My NephewOnde histórias criam vida. Descubra agora