Viagem

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  -Martin

As vezes eu me pegava pensando em Beatrice, ela estaria bem? Mas agora não importava, eu não a veria mais.

Eu estava dormindo, acordei com um barulho na minha janela, levantei no impulso, fui de vagar abrir a cortina e ver o que era, poderia ser um ladrão, a abri, era Beatrice, na minha janela, ela bateu novamente na janela e fez gesto pra mim abrir, assim o fiz e ela entrou.

-o que esta fazendo aqui? - olhei no despertador, duas horas da manhã - duas horas da manhã no meu quarto!?

Ela apenas me olhou com aqueles lindos olhos azuis, pegou um papel do bolso e esticou pra mim ver, estava escrito o nome de um orfanato e o nome inteiro dela, Beatrice Elizabeth Price.

-o que tem? - eu disse

-aqueles dias que eu estava chorosa, era por isso – ela se virou de costas para mim – eu descobri que sou adotada, e eu preciso descobrir quem são meus pais biológicos.

-e por que esta aqui? O que tenho a ver?

Ela se virou pra mim e ficou me olhando por um momento.

-preciso de você e do seu carro.

Ela estava louca? Duas da manhã e já estava delirando.

-não, você enlouqueceu! - eu disse irritado com a loucura dela, mas logo abaixei a voz me lembrando que minha mãe estava dormindo ao lado.

-eu só... - ela sentou na minha cama – preciso da sua ajuda, por favor...

Fiquei calado, eu não tinha respostas, estava pensando em um motivo para ir.

-você pensa muito no que pode acontecer amanhã, e esquece de viver de verdade – ela se levantou.

-eu tenho motivo pra isso – rebati.

-essa viagem seria uma chance de nós dois vivermos mais, viajarmos juntos, nos conhecermos melhor...

Fiquei em silencio, se eu voltasse a me aproximar de Beatrice novamente...tinha a mãe dela, e isso me lembrou da cena do hospital, me deixando com raiva.

-você tem seu namorado – eu disse friamente, a intenção era machucar mesmo.

-mas ele não é você! - ela rebateu rápido.

A olhei novamente, talvez seja uma boa ir.

-esqueça o amanhã, e viva o hoje – ela disse

-isso é uma coisa idiota... - pensei nas palavras de meu irmão - mas tenho que viver em dobro – sorri – vamos, não tenho muita coisa a perder.

Ela sorriu, coloquei uma roupa do dia a dia e desci bem quieto ao primeiro andar, peguei as chaves, ela me seguiu todo o trajeto até o carro, enfim entrei e ela também.

-onde fica o orfanato?

-não, ainda não, antes vamos precisar fazer umas comprar – ela pegou uma listinha e foi olhando – vá para um supermercado que esteja aberto a estas horas.

-eu mal conheço a cidade

Ela me olhou e pensou em algum mercado.

-tem só um supermercado aqui, no centro, vai indo que vou te guiando – ela disse ligando uma musica

-okay Sr. Pride – debochei um pouquinho para aliviar a tensão, ela sorriu e fez a pergunta que eu mais temia.

-por que se afastou de mim? - ela se virou pra mim

Âmbar QuenteOnde histórias criam vida. Descubra agora