Um Inicio de Amizade

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2-Beatrice

Fiquei com ódio do garoto no corredor, mas ele era bonitinho, pena que era insuportável, depois de ele revirar os olhos pra mim me irritei e fui para as arquibancadas do campo de futebol, meu namorado – Matt – era um dos jogadores, então antes de o jogo iniciar entrei escondido no vestiário, o vi ainda sem camisa e se secando com uma toalha, me aproximei e o empurrei em um dos armário do vestiário, escondido de todos.

-você está uma delicia hoje – sorri e o beijei.

Ele retribuiu o beijo, aproximou sua boca da minha orelha e sussurrou.

-só hoje? - sorriu beijando meu pescoço.

Dei um soco em seu ombro.

-convencido – me afasto – bom jogo

Dou um sorriso malicioso para o mesmo e saio do vestiário. Matt era um ótimo namorado, nunca me esquecia mas de qualquer forma colocava seus amigos em primeiro lugar e eu em segundo, ele tinha o corpo bem definido e lindos músculos, era moreno e romântico.

Fui para as arquibancadas da quadra e me sentei lá, me encostei na lateral, peguei meu livro "Eleanor & Park" e comecei a ler. Ouvi alguns gritos e risadas, achei aquilo estranho, me levantei e vi o novato no meio do quadra, em um piscar de olhos a bola foi em sua direção e todos os garotos do time pularam para cima dele, isso deve ter doido muito.

Logo se formou um tumulto em volta do garoto caído no chão até minha mãe - a diretora da escola – chegar e leva-lo para a enfermaria, todos os alunos deviam voltar para suas aulas, e bem, minha mãe sempre disse "você não é todo mundo".

Corri até a enfermaria e procurei a porta do quarto onde ele estaria, talvez um, não, nem dois, nem três, mas ouvi vozes na cinco, me apoiei na parede ao lado da porta e fiquei ouvindo a conversa.

-Primeiro dia de aula e já tem até ficha de ocorrência – disse minha mãe com uma voz parecendo que impondo algo

-me desculpe – Martin gaguejou – eu não sabia que... - foi interrompido

-e com uniforme de outra escola também, iremos ligar para sua mãe

-não! - ele gritou, sua voz falhou, e eu fiquei com dó, minha mãe era uma...chata arrogante mesmo, nem eu suportava, e ela iria fazer exatamente o que o prejudicaria.

-é claro que chamaremos sua mãe - ela disse saindo - alguém tende te levar pra casa.

-não por favor – parecia que ele ia chorar a qualquer momento.

Tive uma ideia, eu estava com meu carro, eu poderia enrolar minha mãe e lava-lo para casa, mas por que o ajudaria?

-sem chance – minha mãe abriu a porta e entrei na frente dela

-eu – eu adorava bater de frente com ela – eu posso leva-lo

Ela suspirou.

-você tem aula, por favor não invente nada – ela disse calmamente

-não, hoje não tenho mais aulas, eu já estava indo pra casa – eu menti – e levarei, eu posso, e não estou pedindo sua permissão.

Entrei no quarto e o garoto me olhou sem entender nada. Ouvi o suspiro de minha mãe de fora e em seguida ouvi o barulho do seu salto, ela saiu da enfermaria. Olhei o garoto e peguei as chaves.

-agradeça depois, levanta logo dai.

Ele se levantou com dificuldade e pegou sua mochila, peguei alguns saquinhos de gelo e dei em sua mão, ele entendeu e pôs em sua cabeça para aliviar um pouco a dor em sua cabeça. Passamos pela enfermaria calados, abri a porta do carro e o deixei entrar, em seguida entrei.

-então, onde é sua casa?

-rua America, casa 17 – ele disse baixinho

-é perto da minha, bem perto – liguei o carro

-mas por favor não me leve para casa

-o que? Por que não? - eu disse me virando para ele

-só por favor me leve para outro lugar, preciso descansar um pouco

Pensei em que lugar o levaria, tinha um morro com uma arvore gigante que eu sempre ia com meu pai, mas depois de sua morte eu nunca mais fui, agora seria uma boa hora para rever o lugar. Dirigi até lá sem dizer uma palavra, alguns momentos ouvia gemidos de dor dele, chegamos, estacionei o carro em frente a arvore.

-chegamos – eu disse olhando a arvore e me lembrando de quando meu pai me trouxera aqui pela primeira vez, eu fiquei encantada, ele me ensinou a subir a arvore, uma vez quebrei o braço tentando subir, já fui mordida por vários insetos, mas sempre valia a pena, com certeza era meu lugar favorito.

Ele saiu do carro e sai logo em seguida, me sentei em baixo da arvore, tinha uma vista linda de toda a cidade, ele sentou-se ao meu lado com o saquinho de gelo em sua cabeça ainda

-é um lugar lindo – ele disse olhando a vista

é... - eu concordei

-me desculpa por ser chato com você nos corredores, e obrigado por me tirar daquela escola

Mordi os lábios.

-você tem razão, as vezes sou uma louca mesmo

-você está sendo legal agora – ele me olhou

-nem sei por que estou sendo – ri sem olha-lo

Ficamos um tempo em silencio, talvez ele realmente fosse legal, eu estava sempre cercada por pessoas chatas e falsas, e eu nunca gostara de andar com elas.

-você parece ser o mais legal da escola, sabe – eu disse olhando o chão - você foi o primeiro a não dizer q eu era linda cantando, que eu era fofa e engraçada, geralmente as pessoas falam isso por falsidade...e você não, você demonstrou que aquilo era chato.

-mas achei você bonita – ele sorriu pra mim – é, eu achei você insuportável

Eu ri e me levantei arrumando minha calça jeans.

-você parece legal, talvez... - o olhei – podemos ser amigos

Ele hesitou, logo me arrependi da pergunta.

-claro, uma nova primeira amiga – sorriu.

Estiquei a mão para ajuda-lo a se levantar, ele pegou-a e o puxei

-obrigado

-então, quer sair cantando feito louco por ai? - eu debochei - você precisa ver como é legal

Ele riu

-talvez seja – ele arrumou o saquinho – eu devo ter perdido algumas aulas, você pode me ajudar a repor?

Achei idiota, todo mundo queria faltar aula e ele queria repor aula? Era doido mesmo

-oi? - eu disse fazendo cara de desentendida - você quer repor aula? Isso mesmo?

-é, algum problema?

-é...não - eu sorri - você pode ir na minha casa ás... - olhei o horário do meu celular – as três?

-claro – ele andou até o carro – vamos? Estou pronto para enfrentar minha mãe

Eu ri e antes de ir olhei para a vista de novo, uma cidade que era linda, pessoas lindas, mas apenas por fora, por dentro eram todos horríveis e falsos, fiquei com raiva disso e voltei para o carro.


E ai? o q achou do capitulo? comenta se você gostou ou o que você acha q vai acontecer no próximo, se gostou vote, aceito também criticas.

Âmbar QuenteOnde histórias criam vida. Descubra agora