Beatrice

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2-Martin

Cheguei em frente a nova casa, de tijolos, azul claro, dois andares, uma casa comum igual a todas as outras do bairro - ou da cidade -, entrei na casa antes de minha mãe me chamar para fazer o trabalho que os carregadores devem fazer, é uma mania dela me pedir pra fazer trabalho desnecessário, a casa ja estava com wifi, abri o notebook e entrei na conta do meu irmão, conectei no wifi, e revisei o endereço de "fogosa222", uma garota que meu irmão tinha uma relação online, o seu ultimo pedido no leito de morte seria falar a ela pessoalmente de sua morte, e bem, ela mora em Light Hills também, olhei o endereço mas só dizia a cidade, eu não conseguia contato com ela por que sua conta teria sido bloqueada e ela não deixara muita informação, apenas a cidade e a foto de um esquilo (é, eu sei, isso é muito estranho).

Assim que foi descarregado todos os móveis eu e minha mãe desencaixamos tudo, quando vi já se passava das cinco horas da tarde, tive algum tempo para ver o celular tinha seis ligações perdidas de Kriss, eu não quis retornar as ligações, seria mais um discussão e neste momento eu não estava a fim de brigar

Tomei um banho e fiquei procurando alguma informação sobre "fogosa222", talvez eu tivesse deixado passar algo despercebido mas nada de novo, me joguei na cama e me deixei dormir.

Me acordei sozinho, fui no banheiro me olhei no espelho, arregalei os olhos assustando lembrando que hoje é o primeiro dia de aula no novo colégio, olhei no relógio, oito e quinze, eu poderia chegar para a aula de química ainda, escovei os dentes e coloquei o uniforme o mais rápido possível, desci correndo as escadas.

-Martin? - disse minha mãe da cozinha – achei q já tinha ido para o colégio.

-é - eu disse pegando a mochila e abrindo a porta – me atrasei.

Ouvi ela me xingar de alguma coisa mas sai apressado de casa e corri até a escola, abri a porta dupla de vidro correndo e ouvi o sinal bater, provavelmente da segunda aula. Coloquei a mão no bolso para achar o papel com o numero do meu armário, resmunguei algo, eu tinha esquecido o papel em casa. Ouvi alguém cantando "Carry on" alto pelos corredores, segui o som e vi uma linda garota dançando feito uma louca, um gorro preto em cima de lindos cabelos ruivos alaranjados, e seus olhos eram azuis, seu corpo era bem definido, aquela garota realmente era linda – e louca – mas que diabos ela fazia cantando e dançando nos corredores vazios? Ela se virou dançando e me viu, parou no mesmo instante.

-ah...então, você costuma ficar espiando as pessoas? - senti a ironia em sua voz.

Fiquei sem reação na hora, apenas a fiquei olhando, ela fez cara de impaciente e foi até mim com uma reação brava.

-Oi? É surdo? - ela disse gritando, apenas a fitei.

-não... - gaguejei – me desculpe.

Ela fez um "hm" e a vi começar a rir.

-o que foi?

-você deve ser bem novato – ela continuou rindo e a percebi olhar minha roupa, arregalei os olhos, eu estava usando o uniforme de outra escola - não se preocupa, ninguém aqui usa uniforme mesmo, você pode falar que é seu pijama – ela disse debochando.

-um ótimo primeiro dia – resmunguei ironicamente

Ela esticou a mão.

-Beatrice Pride – ela disse me olhando empolgada

Não estiquei a mão e a vi abaixar a dela decepcionada.

-Martin Grey – eu disse - então, o que faz gritando nos corredores?

-eu posso, sou a dona do mundo! – ela disse se abrindo toda e esticando suas mãos para o alto .

Bonitinha mas idiota, eu odeio esse tipo de gente, que se acha muito, na minha escola passada tinha muitos desses, e eu arranjava briga com a maioria. E agora tem essa garota, quem ela acha que é? Ninguém é "dona do mundo", revirei os olhos.

Acho q ela percebeu por que resmungou algo e saiu dali brava, mas continuou cantando, e sumiu em um dos corredores, continuei a procurar meu armário, me lembro de alguns numero, era 5...8 e mais algum numero entre esses, ate que o vi "538", eu sabia a senha decorada, "2309", coloquei a combinação e ouvi vozes vindo de todos os corredores, e uma horda de alunos saiu se empurrando, alguns conversando, outros correndo, alguns caindo, mas todos eram realmente bonitos (a), e bem vestidos, ao contrario de mim, já percebi que eu não me socializaria fácil.

Todos iriam para um pátio, os segui, e acabei me perdendo, entrei em um gramado com algumas pessoas, evitei olha-las, e foi um erro, percebi uma gritaria atrás de mim, me virei e vi uma arquibancada com alunos gritando, torcendo por algum time, e percebi então, que eu estava no meio do campo de futebol com jogadores bravos o bastante para matar qualquer um, a bola voou até meus pés, e veio todos os garotos do campo atrás de mim e pularam em minha direção.

Âmbar QuenteOnde histórias criam vida. Descubra agora