Care || Z.M

18

-O teste correu-te bem? – Pergunto-lhe enquanto saímos juntos da sala de aula e íamos até a entrada da escola onde nos deveríamos encontrar com o melhor amigo de Zayn, Josh.

-Nem sei, mas acho que se não fosse as tuas explicações na semana passada não sabia fazer nada do que lá estava- Olho-o dar de ombros, a mim até me correu bem, felizmente.

Já tinha passado mais de uma semana desde que Zayn tinha ido comigo até minha casa e desde ai que continuamos bastante próximos e, agora já não me ignorava mal via um amigo seu ao longe.

-Hoje vens ao ginásio puto?- Zayn pergunta ao seu amigo quando chegamos à sua beira e vejo-o acompanhado por uma rapariga enquanto fumava um cigarro.

-Hoje não, tenho outros assuntos para resolver- Olho-o rir para Zayn e não percebi onde estava a piada até ver a sua mão a apalpar o rabo da tal rapariga à sua beira. Reviro os olhos, eles só sabia mesmo pensar nisso, e olho o moreno a rir-se com o seu amigo.

-Vamos? Está frio aqui- Digo para Zayn e pouco depois fomos para o seu carro. As vezes acompanhava Zayn ao ginásio, quando não tinha nada para fazer depois das aulas, ou então ele insistia em levar-me a casa naqueles dias em que chovia bastante.

Ele fazia parte de um ginásio, onde o dono era bastante amigo dele e era ai onde ele treinava para as lutas.

Quando chegamos fiquei na entrada enquanto ele ia trocar de roupa no balneário e depois fomos juntos para o local de treino e enquanto ele estava ali a matar-se a fazer exercício e bater naquele estúpido saco de boxe eu estava sentada num banco ao lado dos espelhos a ler um livro.

Após três capítulos devorados pelos meus olhos do livro "Pride and Prejudice", elevei o meu olhar para o rapaz que estava à minha frente a fazer flexões, ao vê-lo bastante concentrado no seu objetivo retirei uns segundos a minha atenção da leitura do livro para o observar, a camisola que inicialmente estava a tapar o seu corpo agora permanecia no chão enquanto o suor escorria pela sua pele morena e coberta de tatuagens umas mais bonitas que as outras.

-Estás me a assustar a olhar assim- Sou apanhada de surpresa com a sua voz seguida de uma gargalhada e só ai reparei que ele me olhava também, as minhas bochechas tornaram-se rosadas de imediato enquanto o meu olhar descia de novo para as páginas do meu livro e um pequeno sorriso envergonhado se desenhava no meu rosto.

Que vergonha! O quê que me deu para estar assim a olhar para ele!? É claro que ele iria acabar por perceber...mas quem iria resistir com um homem daquelas à sua frente!

-Vou vestir-me, venho já pequena- Ele diz aproximando-se de mim e beijando a minha bochecha delicadamente.

-Sim vai, toma um banho estas a precisar- Digo ao sentir o seu cheiro a transpiração e riu olhando-o e guardei o meu livro dentro da minha mochila.

Ao vê-lo sair do balneário passado algum tempo fui para perto dele e fomos para o carro, mal entramos abri o porta luvas do seu carro pegando nos CD's que ele tinha.

-Agora é a minha vês de escolher!- Digo convicta olhando-o e sorri-lhe e pego no álbum dos Arctic Monkeys e depois escolhi a música "Arabella".

Ouvia-o cantar no carro, com o som da radio nas alturas e sorria olhando pela janela do carro e quando ele estacionou frente a minha casa sentindo a sua mão pousar sobre a minha que estava sobre o meu colo.

-Adeus Zayn, obrigada pela boleia- Sorri olhando os seus olhos enquanto sentia o calor da sua mão sobre a minha, o seu rosto aproximou-se do meu e os seus lábios pousaram na minha bochecha rosada...

03:00am

As horas passavam e mesmo assim não conseguia adormecer, virava-me de um lado para o outro na cama tentando adormecer enquanto permanecia no escuro do quarto. Ouço um barulho, ao princípio pensei que fosse a minha mãe que tivesse acordado e estava lá em baixo, mas o barulho era aqui em cima. Sento-me na cama olhando à minha volta, só podia estar a sonhar. Levanto-me e olho uma pessoa a subir pela minha varanda e arregalo os olhos e ia pegar em alguma coisa para me defender, a pensar que era um ladrão e depois vejo Zayn frente à porta da minha varanda e enrugo a testa.

-O quê que estas aqui a fazer?!- Sussurro para ele para a minha mãe não acordar e ouvir quando abri a porta deixando-o entrar- Como é que vieste aqui parar? És tolo não?!

-Talvez um pouco, as vezes venho aqui mas tu não reparas, o quê que estas a fazer acordada a estas horas?- Olho-o e enrugo a testa e fecho a porta da varanda e sento-me na cama, quer dizer que ele vêm até à minha varanda e fica a ver-me dormir? Não percebi...

-Insónias, isso pergunto-te eu! Porquê que estas acordado a esta hora! – Nego e olho-o sentar-se ao meu lado.

-Vim agora de uma corrida e não me apetecia ir já para casa- Olho-o dar de ombros e tirar as suas sapatilhas e sentar-se ao meu lado na cama.

-Corridas de carro? Também andas nisso? Só sabes meter-te em coisas ilegais- Sussurrava e olho-o e nego- Devias ter cuidado com isso.

-Não te preocupes comigo, eu safo-me- Olho o seu sorriso entre a escuridão do quarto e a luz de fora que vinha da porta vidrada da minha varanda. Ficamos em silêncio e senti-o envolver os seus braços à volta do meu corpo frágil e olho a sua mão agarrar a minha lentamente e passar os dedos pelo meu braço, onde as cicatrizes estavas à mostra devido à t-shirt que estava a usar. Arrepiei-me com o seu toque e desviei o meu braço gentilmente mas ele insiste e volta a agarrar o meu braço.

-Tem calma, anda cá – Ouço-o sussurrar perto do meu ouvido e encostar-me contra o seu corpo e beijar a minha testa- A minha irmã mais velha também já teve esse problema durante bastante tempo e agora esta muito melhor... também quero que fiques bem, estou aqui para ti...- Ouço-o e baixo o olhar e pouso o rosto contra o seu peito ficando calada e acaricio a sua mão junto à minha.

Não sei porque que estávamos tão próximos, porque que ele estava na mesma cama que eu, porque que ele estava na meu quarto às três da manhã, porque que os seus braços tatuados abraçavam o meu quarto de uma forma tão carinhosa, apenas sabia que estava bem perto dele, sentados entre os cobertores da minha cama enquanto a sua respiração lenta e a sua voz rouca e sensual acalmava a minha insónia e sem sequer perceber já estava a dormir agarrada a este rapaz tão misterioso mas que me ajudava tanto nas provas que tinha que enfrentar todos os dias contra a minha própria mente.