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Olhava o seu rosto cheio de pequenas feridas enquanto passava delicadamente um pano com gelo sobre o seu olho pisado, ele ganhou a luta, o seu adversário ficou duas vezes pior que ele estendido no chão enquanto que o seu nome era gritado pelos homens que se encontravam a volta do ringue em sinal de vitória, e agora estava aqui sentado neste balneário cheio de feridas pelo seu corpo.

-Não percebo qual é o interesse de participares nestas lutas Zayn- Desabafo olhando-o a observar os meus olhos azuis.

-Porque tenho que ganhar dinheiro- Ele deu de ombros e suspirei com a sua reacção enquanto passava desinfectante pelas suas feridas no rosto.

-Então já podemos ir para casa? Tens que descansar e eu não quero deixar a minha mãe preocupada- Digo olhando-o e levanto-me pegando na sua camisola e no seu casaco no seu cacifo dando-lhe. –Vá veste isto- Digo e pego no meu casaco também.

Quando eu e ele fomos para o seu carro sentei-me no banco do passageiro e olho-o contar o dinheiro que tinha nas mãos da luta de hoje.

-Acho que vou começar a iniciar-me nas lutas também para receber esse dinheiro- Brinco com ele vendo-o rir. Ao menos fiz-lo rir. Ele guardou o seu dinheiro, ligou o rádio e levou-me até minha casa.

-Até amanhã Carol...- Ouço-o quando estacionou frente a minha casa e olho-o e sorri de leve. –E...obrigada por teres cuidado das minhas feridas – Ele diz-me quando estava prestes a sair do seu carro e agarrou o meu braço e beijo a minha bochecha.

-Não tens que agradecer, até amanhã Malik –Digo e sai do seu carro e dirigi-me até a porta de entrada ouvindo o barulho do seu carro a afastar-se cada vez mais até não ouvir qualquer som e a rua tornar-se calma novamente. Esta noite pode ter sido desastrosa mas cada minuto passado a falar com Zayn tornava-se num momento bem passado e não sei se deveria me preocupar por achar isso...


10:23am. Já tinha acordado à alguns minutos e olhando o tecto do meu quarto permaneci no quentinho dos meus lençóis enquanto ouvia a chuva cair lá fora. Adorava estes momentos de paz e serenidade, e adorava ainda mais porque hoje era finalmente sábado.

Quando finalmente ganhei coragem levantei-me da cama vestindo um casaco de fato de treino para estar mais quente e sai do meu quarto descendo até a cozinha onde já estava a minha mãe a tomar o seu pequeno almoço.

-Bom dia mãe – Sorri-lhe e beijo a sua bochecha e preparei umas torradas com manteiga e uma chávena com café com leite para o meu pequeno almoço, já a algumas horas de não comia então acho que tinha mesmo que ganhar forças para a longa manhã de estudo intensivo que me esperava.

-Chegas-te tarde ontem filha, nem te ouvi a chegar. Divertiste-te?- Olho o seu sorriso carinhoso talvez na esperança que a sua filha tivesse a ganhar algum tipo de vida social, o que não era o caso.

-Sim- Menti para não a deixar triste e sorri-lhe de volta sentando-me ao seu lado a saborear as minhas torradas.

-Ainda bem filha, estou tão orgulhosa, não quero que fiques triste nem sozinha, tens que arranjar amigos porque eu quero ver-te feliz- Felicidade não era propriamente o meu estado de espírito habitualmente e acho que ela percebia isso. Mas por um lado tornava-se difícil para mim encontrar alguma felicidade no meu dia a dia, viver apenas com a minha mãe, que está sempre ausente, e sem uma figura paterna não era algo precisamente fácil e se ao mesmo tempo juntarmos todos os momentos que vivo naquela maldita escola, tornasse um pouco complicado manter-me forte sem acabar por desabar a qualquer momento de fraqueza.

Assim que acabei de comer entrei de novo no meu quarto e preenchi toda a minha manhã de sábado com o estudo intensivo a biologia e filosofia.

Care || Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora