Festa no acampamento

258 35 8
                                    

Estela

Passei a noite me revirando na cama, sem conseguir ter um sono tranquilo.
E tinha que levantar cedo para ajudar a sogra, com a faxina, pois era fim de semana. Estava brigada com Diogo, e sem as crianças para me distrair, ia ter que ficar na faxina mesmo, coisa que odeio.
Está manhã Diogo não esperou receber seu café da manhã na cama, como vinha fazendo todos os dias. Veio tomar café com à família. Que bom!  Porque com nossa primeira briga, minha vontade era de jogar a comida na cara dele, ao invés de servi-lo. Que cultura mais machista onde o homem, não pode ir até a cozinha pegar um copo de água.  E a mulher sempre submissa a ele.
Na mesa do café, nos encaramos por alguns momentos, fuzilando um ao outro com olhares de fúria. Enquanto meu sogro estava feliz com a companhia de nós dois a mesa. De ter pela primeira vez sua família reunida.
— Fico feliz de ter a família reunida hoje, para o desjejum. — fala meu sogro todo sorridente.
Ele era quem mais fazia gosto neste casamento pela amizade com o clã de Yago. Mas minha sogra conhecia o filho bem, já sabia que brigamos, pois ficou nos observando desde que chegamos da casa de meus pais.
— Espero que daqui uns meses, essa casa tenha uma criança para correr pela casa. — ela fala sorrindo olhando para nos dois.
Fiz uma cara de saco cheio, porque tinha que vira uma boa esposa cheia de filhos e não pensar em mais nada. Na verdade só tinha um pensamento, cuidar da vida do outro membro da família. Tudo em nome do amor, quem se importava agora com meus sentimentos, casei em nome da família e estava infeliz. Será que valia mesmo a pena?
Diogo vendo minha cara,  e minha reação  a palavras de sua mãe.
— Será que a cigana estudiosa, vaidosa e orgulhosa. Vai querer estragar seu corpo tendo filhos? — Diogo foi sarcástico e maldoso me chamando de tudo isso. Talvez achava que eu não queria filhos e estava evitando. Pois não aceitei bem, hoje o comentários da minha sogra. Na verdade eu não queria muita conversa, estava magoada e ferida por ele. Mas não podia me refugiar no quarto tinha que servir. E se possível com um belo sorriso.
— Eu nunca evitei uma gravidez por vaidade. Acho que a mulher fica linda quando está grávida.  E adoraria ser mãe. Mas acredito que Deus sabe de todas as coisas, se não me deu esse privilégio ainda, porque não chegou o momento certo. — falo com sinceridade e vejo que o homem pelo qual me casei não me conhece. Imagina ter filhos, se mal estou conseguindo lidar com o temperamento do meu marido. Que briga por excesso de ciúmes,  me machucando com palavras,  por causa de sua possessividade.
— Espero que você pense assim, minha querida esposa, pois não vou ficar preso a uma árvore que não dá fruto.  — Diogo falou secamente para me provocar e me ameaçar. — Pode deixar, "querido esposo", se eu me demorar a engravidar,  ou não puder ter filhos como sua mãe deseja. Eu te dou a liberdade, para casar com outra e encher a casa de filhos. — falei ríspida. Pedi licença e me retirei da mesa para atender o telefone.
— Bom dia! Oi cigano Pablo, tudo bem? Sim já vou passar o telefone para meu sogro. Opchá. — no telefone era o cigano Pablo querendo falar com Diego meu sogro.
Aproveitei para sair daquele ambiente, precisava ficar sozinha, fui para meu quarto. Mas depois de alguns minutos, Diogo apareceu no quarto.
— Iremos para o acampamento de Pablo no Sítio de Atibaia. Arrume nossas coisas, saímos daqui uma hora. — Diogo não pediu ordenou pelo seu tom de voz autoritária.

Esperei ele sair e fui para o banho, onde podia chorar toda minha decepção, de um amor que fantasiei a vida toda

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Esperei ele sair e fui para o banho, onde podia chorar toda minha decepção, de um amor que fantasiei a vida toda. Mas a culpa era minha, por achar que minha vida seria um conto de fadas. Me iludi,  mas afinal aquele cigano era lindo, um grosso, mas lindo. Ou talvez a culpa era daquele corpo maravilhoso que ele tinha, aquele olhar penetrante. Ele podia seduzir qualquer mulher. Como minha amiga Yasmim que se apaixonou pelo mesmo cigano grosso que eu.
Se eu tivesse escutado meu pai, talvez podia estar com o cigano Wladimir,  e mudado meu destino na última hora. Porém aceitei porque estava apaixonada por aquele corpo e seus olhos verdes. Seu jeito autoritário, me atraia achava másculo. E agora chorando, trancada no banheiro. Sair do banho revigorada para enfrentar meu destino. Peguei um belo vestido, com rendas e rodado para dançar. Me marquei para esconder que chorei. Peguei mais roupas minhas e de Diogo para fazer a mala, alguns pertences. E estava pronta para a viagem.
Levamos seus pais no mesmo carro. O que foi divertido, porque os dois não parava de falar o tempo todo. Foi bom para quebrar o clima horrível que estava entre nós.
Ciganos são alegres e adoram festas e dançar. Estava o povo todo reunido quando chegamos. Inclusive meus pais que me abraçaram com alegria. O cigano Wladimir me cumprimentou com o olhar. Pois respeitava as tradições e não podia se aproxima de mulher casada.
Estava uma tarde linda, e a festa estava decorada com muitas flores e fitas de todas as cores. Tinha mesas repletas de comidas, carnes assando e bebidas a vontade.
Eu como estava muito tensa, fui logo tomar uma taça de vinho e fiquei saboreando com gosto, perdida nos meus pensamentos. O que fez meu pai que me observava estranhar minhas atitudes.
— Você está estranha hoje! O que houve? — meu pai indagou
— Tive minha primeira briga com Diogo e não estamos bem! — eu nunca mentia para meu pai. De todas as pessoas no mundo ele era o único amigo verdadeiro e quem confiava e fazia confidencia. Por ele me entender, me deixou estudar e trabalhar com ele. Era o filho que ele não teve. Não quis dar detalhes da briga. Por vários motivos, o primeiro porque foi depois da visita e meu pai não quis afrontar Diogo. O segundo sobre o assunto do café da manhã que me aborreceu. Pois minha mãe demorou a engravidar mas meu pai a amava e esperou com paciência. Só teve eu de filha. Então ver a mulher só como estrumento de procriar. Não era com meu pai,  que aguardou anos para eu nascer.
Mas respeitou meu silêncio, me abraçou e ficou pensativo. Não falou nada, mas parecia que sentia que tinha alguma coisa errada.

 Não falou nada, mas parecia que sentia que tinha alguma coisa errada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Diogo foi tocar seu violino e fumar seu cigarro. Que eu odiava, mas não fumava perto de mim.
Quando percebeu que eu observava e começou a olhar para Yasmim que dançava,  rodopiando, seu olhar de desejo deixou ela mais animada, estava feliz por ser cobiçada por ele. Eu tinha dó dela porque sabia que ele estava me provocando. E não entraria no jogo. Ele com essas atitudes me dava nojo. Só conseguiria de mim o desprezo, pois me afastaria dele.
Peguei mais uma taça de vinho e assistir a tudo, aplaudi o grande espetáculo que ela vez. Pena que para o homem errado. Não sentia raiva dela, nem inveja. Sentia saudade de estar ali dançado com ela. Como amigas. Ela queria algo que não a pertencia, mas se Diogo continuasse assim logo eu deixaria o caminho livre pra ela.

–-------------------------------------

Queridos leitores

Mais um capítulo sem revisão. Espero que entenda e obrigada pelo carinho. Bjs no coração
😘💋❤

Ellen

Marcada Pelo DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora