11. Recurso

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O resto do mundo parecia estar em outro lugar enquanto Louis continuava procrastinando no chão do quarto, ignorando qualquer tarefa do escritório ou trabalho de direito civil. Era exaustivo pensar nas milhões de coisas que tinha para fazer, e embora esse parecesse o momento perfeito para por tudo em dia – já que todos estavam no maldito jogo – o feed da Kim Kardashian do Instagram parecia prender sua atenção do que qualquer outra coisa.

Pareceu um tanto satisfatório as milhões de fotos com jatos particulares, bebês sorrindo ou corpo escultural. Louis começou a pensar como seria incrível ganhar dinheiro apenas com a própria imagem. Jesus, o capitalismo é horrível. Não sabia qual o real motivo de colunas sociais ou pessoas ganhando dinheiro com a própria vida, mas começou a sentir–se um tanto triste, quase sem querer, desejando ter um pouco de uma vida fora de alcance.

Louis estava realmente procrastinando.

Bloqueou o celular, desejando a morte do capitalismo e pegando suas coisas.

...

Louis gostava da quietude durante o caminho para a biblioteca. O enorme gramado estava vazio, apenas iluminado por alguns refletores espalhados ao redor do prédio. O silêncio era quase tão assustador quanto a escuridão do lugar. George Harrison era o único som que queria ouvir naquele momento.

Subiu as escadas, murmurando a letra "Isn't It a Pity" com a melodia que soava em seus ouvidos.

O lugar parecia uma réplica de grandes galerias de arte, porém, de um tamanho um pouco menor. Suas colunas lembravam esculturas da Grécia antiga, mas seu interior era tão moderno como qualquer museu do século atual. Suas janelas eram de vidro, cobertas por cortinas brancas quase transparentes, agora, afastadas pelas paredes deixando seu interior ser iluminado pela lua do lado de fora. Ao entrar, milhares de estantes quase chegando ao teto podiam ser vistas, formando um mar livros de diversas formas e cores. Um balcão com vários computadores para atendentes e secretários do lugar, como se aquilo fosse de fato um negocio muito importante, estavam vazios àquela hora da noite.

Enquanto Louis dançava ao som de My Sweet Lord, também de George Harrison, agradecendo a Deus por ter aquele lugar, repetindo "Aleluia! Aleluia!" junto com as vozes no fone de ouvido, mexendo os ombros para lá e para cá, os olhos fechados, a bunda remexendo em direção em uma das mesas, uma figura surgiu do meio das prateleiras.

Meu querido Deus.

– Você. – Louis revirou os olhos, retirando os fones e sorrindo. – A proposito. Oi, Haroldo.

Ele retribuiu o sorriso com um enorme livro em suas mãos.

– É Harry, quando você vai aprender?

– Shhh!!! – pôs o dedo indicador nos lábios. – Nós estamos em uma biblioteca, Haroldo. Silêncio.

– O que você está fazendo aqui? – sussurrou ele.

homewrecker || l.sOnde histórias criam vida. Descubra agora