Era miserável.Estar cercado de gente que você não conhece, no mínimo, nem suporta. Louis estava sentado ao lado de Zayn, no milésimo copo de cerveja quente e sem nenhum assunto para puxar. Uma vez ou outra os dois trocavam sorrisos. Um perguntava "tudo bem?", o outro respondia "sim".
Sua cabeça já estava zonza de ver tantos uniformes iguais, copos vermelhos pelo chão e a música alta quase estourando seus tímpanos. Aquela era a noite ideal para morrer, Louis pensou. Era como estar no meio de uma multidão sentindo o ódio e o pavor sucumbindo dentro dele.
"Preciso ir ao banheiro."
"Quer que eu vá com você?" Zayn perguntou. Louis teve que beber mais um gole da cerveja para esconder os olhos revirando.
"Nop, eu acho."
Louis esperava ver Harry. Sua mente imaginava encontrá-lo de forma descontraída, talvez virar o rosto e fingir que não viu. Ou quem sabe, Harry estaria muito ocupado ficando com qualquer pessoa naquela casa, enchendo a cara de bebida muito louco para lembrar de qualquer coisa.
Enquanto subia as escadas, olhava para o lugar com um certo espanto. Muitas pessoas chegavam, saiam e muita bebida rolava. Muita. Reconhecia o andar dos quartos e sabia qual deles possuía um banheiro, mas negou-se ir até lá.
Bateu na porta do banheiro do corredor, alguém tentou responder de dentro, porém só se ouvia gemidos e o som de um chinelo batendo no chão. Bem, melhor pensar desse jeito. Andou mais um pouco pelo corredor atrás de qualquer banheiro, mas todos estavam ocupados. Magicamente. Ao entrar em outro quarto qualquer viu que tinha uma porta aberta e logo entrou, fechou a porta e a trancou.
Ao olhar o próprio rosto no espelho, viu uma pitada de desespero. Aquele não era o lugar que ele queria passar o fim de ano e muito menos com a pessoa que estava. Para Louis, era confuso ser tão impulsivo, não pensar muito nas coisas da vida. Os resultados poderiam não ser imediatos, mas em uma hora eles chegavam. Ao invés de estar feliz, sente-se um tremendo cuzão por ter se metido naquela situação. Sem acrescentar que dentro de si, algo queria muito cruzar com ele de novo. Harold.
Saiu do banheiro. Parte do cabelo ainda estava molhado e as mãos estavam frias. Olhou de novo para a porta semi-aberta do ultimo quarto do corredor. E nada. Quando desceu as escadas, olhou de novo pela multidão, mas logo desviou o olhar para alguém bebendo um litro de vinho aos gritos de "Vai!Vai". Do outro lado, alguém beijava o umbigo de uma mulher deitada na mesa da sala. No canto, Zayn conversava com mais duas pessoas as quais não sabia dizer quem era. Tentou fazer com que ele enxergasse o aceno. E nada. Zayn olhava atentamente um dos homens falando sobre qualquer coisa, Louis só conseguia ouvir gritos e muita música eletrônica. Héteros.
Não conseguia ver Harry. Mas jurou a si mesmo que isso não importava.
Quando chegou até a cozinha, o chão estava completamente melado de sujo de terra dos inúmeros sapatos dentro daquela casa. Abriu a geladeira. Vodca, champanhe, espumante, vinho, cerveja. Estava repleto de álcool. Muito álcool. Louis escolheu a vodca. Ainda estava lacrada.
Desde quando se bota vodka na geladeira? Louis se perguntou, mas logo a questão virou outra. Encheu o copo. O cheiro de álcool impregnou seu nariz, que o fez espirrar e sorrir ao mesmo tempo.
"Se eu fosse você, eu misturaria com algum suco. Tem ali ó".
Louis virou-se rapidamente. Não era ele.
"Obrigado, mas preciso do modo mais rápido pra chegar lá" Respondeu.
A pessoa ali na cozinha abriu a geladeira e retirou a mesma garrafa de vodca e uma caixa de suco de uva. Seus ombros eram largos, vestia uma jaqueta de time e os cabelos loiros até os ombros estavam amarrados.
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homewrecker || l.s
FanfictionUm mundo alternativo onde Louis é estudante de direito que vive procurando por outras realidades e coisas para se apaixonar. Harry é um jogador de futebol americano sempre pensando do universo, nas estrelas e o quanto sente-se inferior. E entre muit...