Um mundo alternativo onde Louis é estudante de direito que vive procurando por outras realidades e coisas para se apaixonar.
Harry é um jogador de futebol americano sempre pensando do universo, nas estrelas e o quanto sente-se inferior.
E entre muit...
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Ao levantar-se na manhã seguinte, avistou Niall ainda dormindo com uma camisa social branca com uma mancha amarela parecendo um resto de canja de galinha, com os sapatos desamarrados e o rosto encharcado de suor. A cena era fedorenta, um tanto instigante. Louis sentiu–se culpado por estar tão absorto em problemas vegetarianos, Zayn e Harry, que não prestou atenção na ausência do amigo.
Colocou as pernas na cama, tirou–lhe os sapatos e aumentou o ar–condicionado.
A condição que ele mesmo estava não parecia tão boa assim.
Quando resolveu tomar um banho, percebeu que já era um ano novo. Eram 10 da manhã do primeiro dia de 2020 e seu corpo estava repleto de machucados, um curativo na cabeça e cicatrizes nas mãos. Além de um celular repleto de mensagens e ligações perdidas. E um amigo vomitado naquele cubículo que era o dormitório.
Algo dentro dele desejou receber rosas novamente.
Pelo menos elas dissipariam o cheiro horrível que exalava naquele lugar.
...
Harry quis ter certeza de que estava tudo estar parado, dentro do carro, escondendo–se atrás de óculos escuros e um boné. Já havia tomado dois copos de café àquela altura, mas ainda não havia recebido nenhuma resposta.
Era 10:30 da manhã talvez fosse muito cedo para acordar pós festa de ano novo. Pós aquela festa. Ligou mais uma vez.
– Estou vivo, juro.
– Graças a Deus. – suspirou. – Sentindo alguma coisa?
Ouviu o sorriso de Louis abafado, logo depois de um longo estrondo de uma porta fechando.
– Um pouco de dor de cabeça. Mais alguma coisa?
– O quê...
Louis sorriu.
Harry sentiu cocegas no ouvido.
– Está tudo bem Harry... Tirando o cheiro horrível de vomito e a dor de cabeça. Não estou bravo com você, por incrível que pareça e talvez eu esteja enlouquecendo por não estar sentindo vontade de atear fogo em todo o time de futebol. Mas, ei... Estou bem. Agora preciso ir. Ok! Tchau!
– Lo... – Tentou chamá-lo, mas não havia mais nem sinal dele ao telefone.
Sentia–se complicado demais naquela situação. Afundou–se no volante do carro, fechando os olhos e respirando fundo. Era extremamente complicado estar naquela situação. Absorto em uma preocupação exagerada sobre a saúde de alguém, a sanidade de um amigo e desesperança de estar vivendo uma vida cercada de belezas exteriores as quais não conseguia mais sentir prazer. O início de um ano sempre será repleto de reflexões. É uma página em branco, cheia de metas inalcançáveis e sonhos para serem realizados. Ainda que isso carregue consigo a complexidade de integrar à página numa uma quantidade enorme de páginas rasuradas equivalentes aos anos anteriores, em que dias como esses, estiveram cercadas dos mesmos sonhos, mesmas metas, o mesmo vazio, que acabaram por se tornar a mesma coisa. Páginas rasuradas.
