homewrecker || l.s

14. Porta aberta

           

n/d.

é minúsculo, mas é so pra matar a saudade.
oi:)

🚞

Louis sentiu o coração cansado. Como se estivesse corrido uma maratona entre as montanhas, sem água e cheio de calos nos pés. Ainda sentia o efeito das batidas do som do show, assim como a bravura das palavras que saíram da boca de Harry. E no meio do silêncio entre os dois, andando, sem dizer mais nada e apenas deixando tudo entre as linhas tortas do caminho ao dormitório, Harry limpou a garganta.

– Não sabia que você dançava tão bem. – ele sussurrou, com a voz um pouco rouca. – Quer dizer, eu não sei bastante coisa sobre você.

– Informações importantes que você precisa saber Harry... – Louis andou um pouco mais rápido, começando a andar com as mãos para trás e encarando o rosto dele. – Sou um ótimo dançarino. Um maravilhoso irmão de 6 irmãs e um guerreiro. E sou péssimo em fazer amigos.

Harry parou, sorrindo e olhando para os próprios pés. Uma linha de suor escorria pelo seu pescoço até a abertura da camisa.

– Pareço mais forte por fora, porém sou bem esquisito por dentro. O futebol ajuda com isso. – respirou fundo, olhando para o céu e depois estendendo a mão para Louis. – E sou ótimo em fazer amigos, mas não em fazê–los ficar.

– É um prazer conhece–lo, Harry Styles.

Os dois sorriem. Um acordo fora selado com as mãos, de forma rápida e discreta. Harry disfarça o sentimento esquisito que sucumbe dentro dele ao sentir a pele do outro mais uma vez, continuando andando, sem ao menos entender o porquê do riso baixo que Louis dá quando tenta acompanha–lo.

Apesar do silêncio, pode–se ouvir os grilos cantando ao longe e o cheiro da terra após chuva chega a ser reconfortante. Quando os dois chegam à porta do dormitório de Louis. O cheiro do perfume amadeirado misturado com suor aproximou–se dele.

– Não vou deixar você voltar pra lá sozinho. – ele abre a porta e a deixa aberta como um convite.

– Tem certeza? – Harry perguntou, encostando–se no batente e escondendo o bocejo com a mão.

– Yep.

...

– A gente devia ter tomado banho. – Louis sorriu, tentando caber no espaço mínimo entre a parede e o corpo de Harry. – Você fede a cigarro.

– Obrigado, Louis. Sempre tão gentil. – Virou–se, com as costas contra ele. – Você fede a... Suor. Suor. Grrr!

– Cala a boca, eu estou completamente cheiroso.

– A suor.

– Espero não lembrar nada disso amanhã.

– Cadê o seu colega de quarto?

– Importante pergunta. Espero que não esteja bebendo mais uma vez. – Louis continuou encarando a parede. O quarto estava todo escuro. O som do ar–condicionado começando a fazer sentindo dentro de seu corpo, que ficava cada vez mais sonolento e confuso. Cheirava sim, a suor, a cigarro, a perfume. Mas sentia–se cansado demais para fazer qualquer coisa a não ser permanecer ali. – Espero que esteja bem.

– Não se preocupe. – Harry sussurrou em seu ouvido. De repente, os dois pareciam cada vez mais próximo e a cama ainda menor. – Tem certeza que não vamos cair em cima dele se ele chegar?

Louis sorriu, afastando o rosto de Styles de perto do seu pescoço.

– Eu estou bêbado? Eu estou totalmente bêbado. – Os dois começaram a sorrir. Harry deitou–se com as costas no colchão, encarando os adesivos no teto. – Ela da conta de nós dois.

– Posso te abraçar?

– Não.

– Ok.

– Boa noite.

Mesmo no outro dia, quando Louis acorda sozinho na cama e com um gosto amargo na boca, ele sorri. Um pequeno post–it está colado em seu travesseiro, e nele, em letras bem estranhas, Harry deixou escrito.

"GDV.
xx H"