Capítulo 8: Promoção: se declare para um e leve outro de brinde!

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  É fato quando dizem que duas cabeças são melhores que uma, no meu caso sete cabeças. Durante à noite, após todas as explicações, começamos a analisar de qual forma faríamos para convencer e mostrar a Thadeu que o amo. Depois de muita discussão chegamos a um consenso de que não adiantaria nada pensar no que fazer sem saber como chegar lá, já que Nova York não fica na esquina de casa e sim à quilômetros de distância daqui do Paraná.
  — Meninas, antes de tudo, como vamos arranjar tanto dinheiro em pouco tempo?
  — Bem, eu publiquei um livro recentemente e dei para um amigo que passava as férias aqui mas mora em uma cidade próxima a Nova York, ele levou meu livro para o trabalho e o deixou sob a sua mesa, sua patroa uma apresentadora de televisão o pegou e amou tanto a história que está disposta a me levar ao seu programa, com um acompanhante. Duas passagens já temos!
  Eu particularmente nem sabia que a Vic havia publicado o romance. Quando desapareci ela ainda estava literalmente batendo a cabeça na parade por causa do bloqueio criativo que estava tendo. Porém, o restante das meninas não se conformariam de ficar fora dessa tão facilmente, nem tive tempo de me pronunciar que fui cortada pelo surto da Ariane.
  — Espera aí! Ou vamos as sete...(ela fez uma pausa por causa da pigarreada de Henri) Desculpa! Deixa eu recomesar frase, ou vamos nós sete ou não vai ninguém. Não vou perder esse momento extremamente crazy na vida da minha melhor amiga.
  — Então quer dizer que ela é SUA melhor amiga? (Meu Deus socorro, se a Mari começar essa discussão não vamos resolver nada)
  — Gente foco, por favor foco!
  — Diana o DR. sempre me deixa uma boa quantia no caso de uma emergência! Deve dar para comprar três ou quatro passagens.
  — Tudo isso?
  — Caso você tenha se esquecido eu sou praticamente um falido, a Alice não tem nada aqui e o Thadeu se preocupa muito conosco, ele me deixou um bom dinheiro para se ele chegasse a faltar um dia nós teríamos como nos manter. Mas nunca mexemos neste dinheiro.
  — OK, temos seis passagens falta uma. Sem contar o dinheiro do hotel, comida e outros gastos emergenciais.
  — Na verdade temos sete.
  Acho que Luana deve ter percebido nossos olhares de espanto pois ela começou a explicar de onde havia surgido a sétima passagem.
  — Vocês se lembram que eu tinha baixado um aplicativo de relacionamento?
  — Claro, vivíamos te avisando que aquilo era uma fria.
  — Então, eu conheci uma pessoa por meio dele.
  — Eu sei uma tal de Laura que você falava muito.
  — Ela mesma. Eu decidi ir vê-la depois depois de sua vinda ao Brasil para me conhecer, nós marcamos para semana que vem mas eu posso ligar na agência e ver se posso adiantá-la. Agora só precisamos juntar as moedinhas do porquinho para pagar o resto das dispesas.
  Havia me esquecido que Luana estava tendo um lance com essa Laura. Mas também com toda essa reviravolta na minha vida acabei esquecendo um pouco que eu não sou a única com problemas, ando pensando apenas em mim sem parar para ouvir o que elas tem para contar. Luana se assumiu lésbica a pouco tempo, por conta do preconceito do mundo e da família ela ficou muito tempo infeliz sendo quem ela não é para agradar a todos, sendo a menina que o povo espera que seja. Luana chegou a ter dois relacionamentos com rapazes e foi totalmente infeliz, espancada no primeiro e traída no segundo, ela era super amargurada com essa vida de mentira.
  Descobrimos sua opção quando andávamos de patins no parque durante uma tarde, uma menina que Luana vivia dizendo achar linda tropeçou e caiu sobre ela. Luana não conseguiu se equilibrar muito menos segurá-la pois foi pega de surpresa, as duas caíram no chão e Luana ficou em cima dela. Eu fui a primeira a chegar perto das duas e a perceber o que aconteceu, Lu ficou pálida ao ter o rosto e os lábios de sua paixão tão próximos de si, ela engoliu a saliva seca para conter-se e levantou depressa para afugentar o desejo reprimido e não correspondido. Depois do acontecido Lu passou algumas horas estranha, as meninas não perceberam nada, mas isso me incomodou tanto que quando todas foram embora a tranquei no quarto e a enchi de perguntas, porém sem nenhuma crítica. Ela tentou negar até o momento que passei a testá-la. Mostrei fotos nuas da Karina, a garota do acontecido, que um idiota jogou na internet, em todas as fotos ela desviou o olhar se negando a olhar as imagens – eu sei que isso não prova nada – mas eu sei que quando é pressionada Luana sempre acaba chorando se estiver mentindo ou escondendo algo. Como esperava ela começou chorar e me confessou tudo, eu a apoei e a convenci a se livrar das inseguranças e se assumir do jeito que é.

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