Leonardo avistou uma casa em meio ao matagal, e sem avisar ninguém que havia visto algo, abriu a porta do carro em movimento e pulou. Lisbela que no momento dirigia freiou o carro bruscamente quando o viu rolando na mata e saindo correndo, todos começaram a gritar feito loucos sem saber o que estava acontecendo. Só perceberam o que ele havia encontrado quando Luana viu, bem longe dali, a casa.
Lisbela abandonou o carro indo atrás de Leonardo junto com os outros. Leonardo com uma agilidade nunca vista, avançou sobre o mato alto superando pedras e galhos espalhados pelo caminho. Foi o primeiro a chegar ao local.
Sem perguntar nada a ninguém ele passou a esmurrar a porta. Apesar de seus socos e gritos não houve resposta. A casa parecia estar vazia, Thadeu não se perdoava por ter falhado mais uma vez com Diana, mas ele tinha certeza de que ela estava ali em algum lugar daquela propriedade.
Arrasado ele sentou no chão encostado na porta, e ao contrário das vezes anteriores em que chorou ou soltou palavrões para o mundo todo, ele apenas fechou os olhos respirando fundo.
Henri se aproximou de Leonardo abraçando-o. Os demais também fizeram o mesmo e a pedido dele ninguém ousou chorar. Em meio ao total silêncio, o qual até a floresta pareceu compreender o luto e a busca por mais forças para continuar, um som oco e distante quebrou o clima de tristeza como a lua rompe a escuridão da noite trazendo ao povo sua luz, sua esperança.
O som vinha da voz de uma criança, e por um segundo ele lhe pareceu familiar fazendo com que Henri levantasse correndo na direção do som. Thadeu o seguiu, quando encontraram uma espécie de casinha um pouco mais longe da casa principal. Lá dentro uma voz de menina clamava por ajuda.
— Tio Hugo! Eu tô com medo de ficar aqui sozinha!
— Oi garotinha! Meu nome é Henri e o seu?
— Luisa. Cadê o tio Hugo ou a amiga do papai?
— Luisa!? É você filha? O papai tá aqui, eu voltei para buscar você.
— Papai Leo! Me tira daqui.
Nem precisaram de muita foça, a porta de madeira podre quebrou facilmente fazendo com que Leonardo recebe o abraço que esperava a tanto tempo.
— DR. desculpa, mas a Diana não está aqui.
— Como não?
— Calma papai, o tio Hugo disse que ela vai morar com as serias da cachoeira de hoje em diante!
— Onde fica essa cachoeira?
— É no mato nessa direção. – ela apontou para o leste.
— O que acha que vão fazer? – Henri perguntou meio receoso com a possível resposta.
— Matá-la! – respondeu Leonardo friamente.
Os dois saíram em meio a mata na direção leste da casa. Leonardo com muita pressa se separou de Henri durante o caminho e acabou se perdendo, ficando totalmente desnorteado naquela imensidão verde que lhe parecia cada vez mais fechada. Uma espécie de pânico tomava conta de seus sentidos fazendo com que tudo começasse a girar ao seu redor, por alguns segundos ele sentiu suas pernas fraquejarem, como se perdesse as forças, caindo de joelhos e deitando escorado em uma gigantesca árvore.
Impedido por si mesmo, seu próprio corpo se negava a seguir adiante apesar de sua mente lutar constantemente para continuar, o suor brotava em seu rosto como prova de seu esforço incessante porém sem resultados.D&L
Camila deu a honra da minha morte à Hugo. Ele engatilhou a arma, seu estralo soou como um dos piores sons de minha existência. Pensei que meu final feliz seria praticamente impossível, minha vida terminava de uma forma tão inesperada e ingrata. Para mim eu ainda não havia tido a chance de realizar tudo que vim fazer neste mundo. Como Deus era capaz de deixar alguém partir sem cumprir o que lhe foi determinado? Ou será que eu sempre estive determinada a morrer e deixar o melhor motivo da minha existência sozinho, desolado?
Na minha tempestade de ira, indignação e medo os meus pensamentos fluíam para locais distantes como minha casa, família e amigos quando foram interrompidos pelo carrasco que me dava o direito de todos os condenados.
— E então Diana, quais serão suas últimas palavras?
Só conseguia pensar em meu filho que nem teria a chance de nascer e em Leonardo. Por que ele não chegava para me tirar dali da mesma forma que me tirou daquela vida oca e vazia que eu nem sabia que tinha? O meu Leonardo Thadeu havia me abandonado? Ainda mais agora que eu tinha confiado nele, dado minha vida à ele. Feito tudo que minhas forças e mente conseguiam realizar e entender? Onde estava ele quando eu mais precisa de seu apoio, já que quando ele precisou de mim eu estava lá? Eu havia o compreendido sem julgamentos ou repreensões. Não conseguia compreender como ele havia me esquecido e desistido assim, de mim e da filha dele.
— Ei, Ratinha de boate! Não vai falar nada? Eu tenho manicure em meia hora, preciso estar linda para receber seu dinheiro na Irlanda.
Aquela vadia conseguia me tirar do sério mas no momento só consegui gritar em busca de alguém que respondesse por que Leonardo não chegava para me salvar. Eu só pensava em nós. Em como ele podia não estar ali.
— LEONARDO THADEU, ONDE ESTÁ VOCÊ AGORA? Quando eu mais te quero. Eu te amo! EU PRECISO DE VOCÊ. (inspirada na música da mídia)
D&LEnquanto lutava contra si, Leonardo ouviu vindo de uma direção pouco mais a nordeste o som da voz de sua garota. A voz de Diana soou estridente em seus ouvidos bombeando sangue aos membros que antes estavam paralisados trazendo a eles o ânimo. Thadeu não havia desistido dela. Ele levantou-se correndo de encontro ao som apesar de seus membros pedirem para parar, enfrentando ferozmente os galhos que lhe cortavam a face. As picadas de insetos pareciam não incomodá-lo mais, nem a lama em que afundava a cada passo, nada o impedia. Por Diana ele enfrentaria um tigre da Indonésia, comeria a lava de um vulcão da Cordilheira do Himalaia e nadaria no mar congelado da Antártida, nada o pararia, nada o impediria novamente, nem ele mesmo.
D&L
Definitivamente minhas esperanças terminaram, não havia nada que eu pudesse fazer. Eu ia morrer. Tirei as mãos da cintura e esperei a dor da bala se cravar em meu peito, Hugo olhava em meus olhos fixamente na procura de algo que nem mesmo eu entendia. Seus olhos me pareciam buscar algo para não ter de fazer aquilo.
— Diana me perdoa por favor.
— Eu te perdôo... PAPAI.
— O quê?
Senti as mãos dele tremerem de espanto, mesmo assim o som funesto da bala ensurdeceu até o som das águas que caiam cachoeira abaixo, não sendo apenas um mas dois disparos. A bala, porém, não saiu da arma do Hugo e sim do meu Thadeu, que surgindo em meio à mata de repente atirou certeiramente nas mãos dele. O tiro fez com que Hugo errasse não me atingindo no peito, mas a bala acertou diretamente minha barriga fazendo-a doer terrivelmente pelo queimar da bala e de uma cólica avassaladora. Me desesperei e saí correndo indo até eles sentindo a dor da bala e de uma parte de mim esvaindo-se juntamente com o sangue que corria dolorosamente.
Hugo se sentou no chão confuso enquanto Camila lhe tomou a arma das mãos prestes a terminar o que havia começado, Leonardo apontou para ela mas não teve tempo de reagir. Camila atirou em sua perna poucos metros antes dele alcançá-la, fazendo com que ele urrasse de dor e caísse de joelhos.
— Nãããããããooooo!!! – Gritei sem sucesso.
— Você podia ter sido feliz comigo. Adeus Leonardo Thadeu!
Ela atirou em seu coração, senti a bala queimar em mim. Agarrei-a pelas costas, a derrubando no chão, Ariane e Lisbela chegaram correndo e me ajudaram a imobilizá-la. Desmaiei de novo
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Entre milhões... Eu
RomantiekComo se não bastasse descobrir que foi traída, Diana simplesmente foi sequestrada. Entre fugas, discussões e uma pitada de amor, a vida de Diana e Leonardo Thadeu se entrelaça. Nessa relação de amor e ódio, o jovem e improvável casal - uma DJ e um s...