Prólogo

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    O som das folhas secas se quebrando acordam-me

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    O som das folhas secas se quebrando acordam-me. Em guarda, empunho minha faca, levantando-me e olhando em volta. A floresta se encontra silenciosa. Nem mesmo um animal encontra-se em meu campo de visão. Já estou na floresta há dois dias e tudo o que consegui caçar foi um cervo amedrontado e um esquilo raivoso com deficiência na pata esquerda.

    A temperatura está fria e a neblina cega-me, o que deixa-me demasiadamente assustada. Minha respiração ofegante faz com que meu peito suba e desça descontroladamente. Minhas mãos estão trêmulas, já arrependo-me de ter deixado Hearthstone. Mas tenho de ter coragem. O que farão meus irmãos sem a minha ajuda? Ou até mesmo toda a Mentele? Preciso chegar a Copehoros imediatamente. E para isso, preciso sobreviver. E para sobreviver, preciso de água.

    Ando alguns passos até um pequeno córrego, que sequer consigo distinguir sendo água ou não, por conta da ausência de luminosidade e presença da névoa que só se faz aumentar. Ajoelho-me, estendendo minhas mãos machucadas e molhando-as no líquido que agora vejo ser pegajoso e gosmento. Que só de tocar se revela cheio de peçonha. Como uma serpente. E então, em um movimento abrupto, sou jogada para trás com força, batendo a cabeça em uma pedra que ali estava. Algo vai se envolvendo em meu pescoço e não preciso pensar demasiado para saber que estou sendo atacada por uma réptil, que agora enforca-me, deixando-me sem ar.

    Sinto minha pele arroxear, e minhas mãos estão tremendo cem vezes mais do que estavam antes. A faca continua em minha mão direita, mas não a empunho como antes. Simplesmente está lá, imitando os movimentos de minha palma, tremendo sobre a mesma. Não tenho forças para apertá-la e cortar a cobra que envolve agora também a parte inferior de meu rosto, tampando-me a boca e fazendo-me agonizar ainda mais. Tudo o que posso fazer é esperar pela morte, enquanto toda a minha vida passa diante de meus olhos.

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